Capítulo 》11

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       Tédio.

      A palavra que descreve o meu momento, e principalmente com muita fome. Ainda trancada nesse quatro a mais ou menos 2 horas, meu estômago ronca como gronido chega a doer. Nem um dos três  Idiotas veio destrancar essa porta ou me irritar.

Vou na sacada do meu quarto, e lá fico sentido um friozinho bom batendo em meu rosto. Observo uma garota loira andando com um garoto muito íntimos ao seu lado, deve ser o namorado dela. Os garotos tem mais suas preferências em loiras?! Jennifer é loira, e Jack namora ela, ou da uns pegas sei la. Fico pensando como eu seria loira, não ficaria ruim. Nunca pintei meu cabelo ou mudei meu visual, sempre eu mesma desde que nasci. Estou com a mesma cara e o cabelo naturais, sem procedimento estético, minha mãe recomendou afinar o nariz mais meu medo de cirurgias é maior. E eu não vejo problema com o meu nariz. Gosto dele.

A imagem de uma Jasmine loira é razoável, não ficaria feia. Porém é  testar antes de pintar tudo. Por consciência, tenho um pote de tinta que minha mãe esqueceu no quarto quando veio criticar tudo em mim.  Ela também é loira, e pinta seu cabelo a cada semana não sei como o cabelo dela não caiu.

Encaro o pequeno produto nas mãos, será que faço isso mesmo ou deixo pra lá?

O que custa tentar?! tentar não mata ninguém, só vou pintar uma mecha, que merda pode da errado?

Um sorriso brota no meu rosto, corro em direção ao banheiro e lá olho no espelho alegremente, pego uma vasilha que estava no chão, o enchendo de água.

Isso vai da merda, já avisei que vai da merda! – Jacob meu subconsciente

Com tudo preparado, acho que vai da certo. Passo na mecha do meu cabelo,  tomará que fique como eu espero, já imagino eu loira entrando na escola, com Augusto e Rally do meu lado, que nem Alice e Domenic ficam atrás de Jeniffer, e o vento soprando nossos cabelos, todos os garotos babando por mim.

É bom sonhar.

Desperto desses pensamentos tentadores percebendo que estou parada no banheiro, coloco a vasilha em cima da pia e saiu para vê como está. O cheiro é muito forte, com certeza minha mãe usa a tinta mais forte que tem. No grande espelho do closet, vejo a mecha que pintei, ainda melecado pelo produto, tem que esperar e depois tirar. Vou deixar uns 20 minutos.

Passado os 20 minutos a mecha do meu cabelo ficou loiro, fico contente que deu certo. Começo ajeitar para os lados, entretanto me assusto que a metade da mecha pintada saiu na minha mão. O QUE? Meu cabelo tá caindo? sem nenhum esforço.

Me desespero, começo a chorar por causa do meu cabelo estragado, a única coisa que penso é cortar. – Péssima escolha – pego a tesoura e levo até minha mecha loira, quando eu estou prestes a cortar, um estrondo faz deixar a tesoura cair. Seja quem for, não vou deixar que vejam isso. Escondo os poucos fios pintados para trás, e jogo todo meu cabelo para frente do ombro, limpo minhas lágrimas.

Ygor parado olhando para mim sem entender nada.

– O que você tava fazendo? – pergunta me avaliando de cima a baixo. Arregalo os olhos com os fios do cabelo espalhados pelo piso branco. Rapidamente arrasto para de baixo da cama o assustando.

– hã... nada – sorriu para disfarçar.

– Hum... vamos comer, e temos visitas – diz e sai do meu quarto sem mais nem menos.

Visita?! mas quem será? Adivinho que deve ser alguma menina da escola que eles estão pegando

Dou um sorriso fraco para mim mesma visualizando meu reflexo no espelho. Resolvo colocar um moletom para esconder a ruína que fiz. Busco o moletom cinza dentro do closet, suspendo o capuz colocando na minha cabeça ajeitando meu cabelo todo para trás. Saio do quarto desçendo as escadas,  que silêncio, nem parece que tem meus primos em casa.

Uma gordinha em uma escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora