Capítulo 》2

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  ● Jasmine acima  ( by barbie ferreira )

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Vou falar um pouco sobre mim;

      Sou Jasmine, e cresci ouvindo que eu era uma garota gordinha acima do peso ideal, que nunca namoraria ou até chegaria beijar alguém. Sempre fui gorda, desde minha infância até minha adolescência. Andava com três "amigas", que com elas, dividia tudo. Minhas máquiagens, minhas tiaras, que por pura admiração sobre princesas, eu adorava fazia coleções.

Lembro até hoje a primeira vez que minha mãe ia dar uma festa em casa, ela tinha convidado minhas amigas para se arrumarem aqui, e ela mesmo ia comprar os vestidos. E fui besta em pensar que ela iria comprar para mim... como fui tola! Foi uma bomba de tristeza quando ela entrou pela porta  com apenas três sacolas de lojas caras. Os vestidos eram lindos rodados, trançadinhos, e não eram pra mim, mas sim, para minhas amigas.

Ela não disfarçava a preferência que tinha.

Minha mãe disse com puro desgosto que não achou nenhum vestido que coubesse em mim - não existem princesas gordas, talvez a fiona - porém até ela tinha seus momentos de beleza radiante quando não era uma ogra.

Depois dessa humilhação vindo da minha própria mãe, passei por um grande período escutando ela elogiar as minhas "amigas", dizendo que elas eram lindas, corpo perfeito, cinturinha fina, dariam de tudo pra ser umas modelos famosas. Passei e passo por uma fase de puro desprezo da minha mãe. Nas festas ela dizia pra suas amigas da alta sociedade o quão grande é o desgosto de ter uma filha obesa .

Eu apenas tinha 9 anos e as humilhações sempre foram insistentes o suficiente para perdurar até hoje. Escutava que nunca iria conseguir ser atriz, ou até mesmo um sonho de modelo, o que eu não penso em ser, por tudo que foi dito para mim. Que embora fosse inteligente, rica, nunca ia arrumar um pretende que gostasse mim de verdade se não fosse pelo dinheiro.

É cruel uma criança escutar isso, eu sei. Tive que fazer terapia, meu psicológico ficou ferrado.

As amigas que eu tinha eram todas populares, sempre que chegavamos na escola, eu era banida dos principais círculos de conversa e grupos sociais. Claro que eles não precisavam de uma gorda como eu naquelas horas, só me usavam pelo que eu tinha.

Sofrer ilusões amorosas era bem mais que o meu forte, romantizava todas as coisas, crendo que o meu príncipe chegaria num cavalo branco e deixaria a minha aparência de lado, apenas olharia nos meus olhos e reenderia minha alma. Patético! Hoje eu sei que isso é não acontece, mas eu sei que ainda a gente boa nesse mundo podre.

Quantas vezes no breu do meu quarto deixei que as lágrimas tomassem o meu domínio desejando da mais profunda forma não existir. Querer acreditar no amor e logo em seguida descobrir que não possou de uma aposta estúpida pra ver quem teria coragem suficiente pra pegar a gordinha em troca de 100 dólares. Sério? Porra 100 dólares? Na verdade, não foi totalmente uma aposta, era mais pra chegar perto de minhas amigas bonitas.

Minha família é repleta de pessoas lindas. Todos os meus primos são muito bem definidos, minha mãe parece ser uma modelo, na verdade, ela tenta ser uma, desde que virou uma subcelebridade, só come folha e coisas politicamente corretas não sei como ela consegue comer só isso, não sei se é possível viver comendo isso, o dia todo 24 horas! Ela deixa claro que eu sou uma vergonha plena pra essa família. Realmente só da valor a ela mesma ou as amigas sem sal bajuladoras.

Acho que ela roubou a auto-estima de várias meninas, porque isso nela não falta.

Meu pai é exatamente assim, não tenho que falar ao contrário dele.

Já tentei emagrecer com um  anúncio que eu vi na Internet. Sério, não dá pra mim. Eu amo comer, e foda-se se eu em gordo rápido ou como muito. A vida é minha, e ser diferente dos outros é o que me faz feliz, ser o que eu sou é a minha vontade. Sou saudável e é isso que importa.

Tenho 16 anos e nunca fui em uma festa, nem me faz falta mesmo. Minhas amigas que nunca foram "amigas "  simplesmente sumiram do mapa, a última vez que as vi estavam bem diferentes, usando mini shorts e de um jeito um tanto que entojadas.

Odeio Patricinhas, sempre tão presas ao seu mundinho e cérebro minúsculo.

Me dediquei mais ao estudos, e ganhei uma bolsa na melhor escola dos estados unidos, espero que nessa escola seja diferente das outras. Onde me humilhavam e julgavam sem ao menos tentar compreender a minha história.

Espero não haver tantas surpresas !

Uma gordinha em uma escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora