Uma gordinha em uma escola

Capítulo 》37

– Ele não vai atender. – Daniel fala jogado na cama teclando o celular. – Olha, gente pode ir pra casa do Richard. Ygor ficou de castigo por causa da festa.

– Tá doido? Não vamos pra casa do Richard, fora de cogitação. – Ligo pela teceria vez. Deve estar ocupado.

Justo agora que preciso dele, com extrema urgência, não quero passar a noite embaixo da ponte. Daniel ver bufando e revirando os olhos com mais uma tentativa. Tocou mais um vez e estava prestes a desligar porém ele atende. Bom, se não atendesse estava prendendo ir sem sua autorização.

– Oi. – Sua voz sai baixa, parecendo cansado.

– Sou eu, Jasmine. – Meu coração acelera um pouco, isso está virando repentino.

– Eu sei que é você garota ingênua. O que aconteceu pra você está me ligando a essa hora? Eu ia entrar no meu caixão de vampiro e da o meu cochilo. – são 18:34, as horas passaram rápido.

Nick com o seu modo de ser ativado. Ele ainda me zoa por ter comparado ele com um vampiro, fico bastante frustrada e morta de vergonha. Aparentemente nunca vai esquecer daquele dia bizarro, e eu também. Entretanto, foi um dia e tanto.

– Cala a boca, preciso de ajuda. – Suspiro pesado, Daniel que observa tudo atentamente pedi para por no viva voz. Faço uma careta dizendo não com o dedo.

Mais fofoqueiro e curioso que ele não existe.

– Calma aí, garota ingênua, quer minha ajuda e é assim que me trata? Fico magoado. – Nick responde fingido chateação.

– E-eu preciso ficar na sua casa por um tempinho, mas Daniel também está comigo. Vou ti contar tudo que aconteceu. – Mordo os lábios esperando uma resposta, o silêncio do outro lado da linha me causa angústia, tenho somente ele de alternativa.

Daniel se levata da cama ficando do meu lado botando seu ouvido perto do celular para escutar, um ruído alto nos assusta fazendo com que prestasse mais atenção.

– Tudo bem, podem vim. – Enfim fala, odeio quando fazem essas expetativas demoradas. Solto o ar que prendia sorrindo para Daniel que serra os olhos desconfiado.

– A gente está indo.

– Ok, estou esperando. – Desligo o celular botando na minha bolsa.

Pego algumas roupas que deixava na casa do Daniel quando vinha pra cá, sempre esqueço uma peça, nada malicioso, é que as vezes não tinha ninguém na minha casa e ele me chamava para vim, apenas para fazer companhia. Ainda encontro roupas de quando eu era criança, isso é tão nostálgico, mas ao mesmo tempo doloroso, não tive uma infância que possa me orgulhar.

Colocamos tudo na bolsa e meu coração agitado não parando por um segundo, tenho consciência que não vamos ficar muito tempo na casa do Nick. Não tem como a gente fugir, abandonar tudo para trás, esquecer. E quem diria que Daniel concordaria em ficar na casa dele, foi uma surpresa em tanto ter aceitado fácil, não é que eles se odeiem, eles mal se conhecem, só se viram quando o próprio Nick vai até em casa e claro na escola.

Não parei pra pensar que Daniel nunca chegou a perguntar porque Nick começou à frenquentar minha casa, e o próprio chama ele de meu "namoradinho" na tentativa de zoar, mal sabe que é meio que verdade. Ainda não contei sobre isso, sei que ficará chateado se esconder por muito tempo, afinal não escondemos muita coisa um do outro, apenas o necessário. Porém como ele vai reagir quando saber sobre o namoro arranjado do meu pai eu não faço a mínima idéia. Daniel sempre demonstrou seu ciúme, é uma coisa de família, nunca conseguimos esconder esse sentimento.