Depois da madrugada que eu havia tido, o grupo do Controlla estava comendo em minha mão, o que dinheiro não faz, não é? Mesmo sendo gay e tendo sido preso por assassinato, meu pai ainda gostava de mim e pagava tudo o que eu pedia só não me visitava muito, pois nunca tivemos muito pra conversar, mas no natal e ano-novo ele sempre vinha me visitar, pois considerava isso um dia especial e que pelo menos tem que ver a família nem que seja só um segundo, mas a conexão é sentida durante esses milésimos.
Desde que eu entrei aqui, mudei muito, se tornei uma pessoa mais agressiva, e vi realmente que para poder sobreviver na selva, não é só me esconder é algum lugar seguro como em uma caverna, mas até o escuro da caverna é nosso inimigo, ele que cria nosso medo, precisamos aprender a mascarar nossos sentimentos e não mostrar nossa verdadeira face, e o principal... Aprender a atacar e se tornar inabalável, não importa a sua situação. Mas o Hiago estava aprendendo isto, mas com as feras que existia aqui, não iria aprender isto nunca...
Todos já estavam de pé, logo o Carlen e o Vladimir vieram para perto de mim.
– Cara, o que será que eles estão cochichando? – Vladimir falou baixo, encostando-se a cama.
Olhei para eles e o Controlla estava falando com o Hiago que estava com cara de aterrorizado, e quando Hiago terminou de falar após o Controlla ter falo, o Controlla deu vários murros na cama e saiu da sala, mas quando ia passando por mim, me olhou com uma cara diabólica como se quisesse me matar, mas ele já sabia que além de alguém o matar ele aqui dentro, iria matar toda sua família lá fora, tudo tem consequências...
Hiago deitou novamente em sua cama e chorou, mas os amigos do Controlla e seu grupo ficaram ao redor da cama dele, claro que tinham medo, mas eu podia matar ele e as famílias dele a qualquer momento.
* * *
Era hora do almoço, na mesa em que estávamos sentados estava apenas eu, Vladimir, Carlen e Cruna. A comida segundo o Cruna estava ruim pra caralho, não sei por que o Bama, o chefe da cozinha que também é detento, fez essa comida ruim, antes era boa, mas agora estava ruim demais, já imagino a merda que seria a de hoje...
– Quer um temperinho? – Controlla falou aproximando de mim.
– Hum, quer me agradar agora? O que o medo não faz... – Eu respondi, e logo o Vladimir começou a rir.
O Controlla ficou em postura reta, e claro que mostrou em sua expressão, uma raiva intensa.
– Quer ou não? – Ele perguntou não.
– Coloque aqui. – Respondi.
Ele se aproximou e colocou em meu prato, era algo branco, mas misturei com o macarrão com queijo que tinha, e logo aquele pó branco sumiu.
– Não come isso, cara. Pode ser veneno. – Cruna falou logo quando eu ia colocando a comida na boca.
– Não é veneno, sabe o que ganha com isso... Ele quer me agradar. – Falei.
– Não come... – Cruna repetiu.
– Cala sua merda de boca! – Respondi.
Ele apenas ficou calado, e todos da mesa olharam pra o seu prato, coloquei a comida na boca e estava muito boa, terminei de comer. Levantei e joguei o prato descartável no lixo. Senti um gosto amargo na boca, uma tontura chegou e minha visão ficou nublada, aquele pó era alguma coisa. Senti algo querendo sair de minha garganta, cuspi e logo veio um vômito horrivelmente vermelho, e com isso trouxe uma fraqueza, acabei por cair naquele vômito, não sabia se tinha desmaiado ou morri.
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SUPREMOS - Contos
RomanceContos da série Supremos. Contos que antecedem os livros da série.