- Sim, diretor, ele fez isto. - Falei sem nenhuma piedade.
Com certeza minha consciência não iria pesar depois de o ver sendo arrastado pelos guardas para a segurança máxima.
- Ele vai ser levado imediatamente para segurança máxima. - O diretor Suaréz disse. Quando eu ia me levantando, ele pegou em minha mão, virei rapidamente, e ele estava com um sorriso, que primeiramente eu achei estranho, mas me fez lembrar-se do sorriso do Evan. - Chame três guardas para vir aqui, vou dar ordem a eles, e obrigado por nos contar tudo isto.
Só assenti com a cabeça e sai da sala. Eu sabia que podia me dar mal por ser cagueta aqui na prisão, e logo sabendo que a família tinha muito poder lá fora, só espero que o diretor Suaréz possa cumprir com o que ele havia me dito, o que eu achava muito difícil, que era me proteger aqui dentro, se eles deixaram um cara morrer e ainda nem culpar o outro, como me protegeriam disto?
Ramírez Suárez trabalhava como diretor desta prisão, pele branca, gostava de usar casacos de pelo, extremamente grandes e sempre de cores escuras ou bem atrativas. Olhos e cabelos escuros, só tinha uma tatuagem em seu braço, era uma frase que mesmo que pra alguns não tivessem significado, provavelmente para quem era mais intimo dele sabia bem, e eu não conhecia esse significado, apenas ficou na minha mente que era algo de seu passado, a frase era: 'Não é por que você ganha tudo, que sempre vai ser um vencedor... Um dia a casa cai, e você também. '
Mas enfim, aquele maldito assassino, por que era isso que ele era, iria para a segurança máxima, mas se tivesse sentença de morte, eu preferia que ele morresse, não queria nem mais me lembrar de que ele existisse, nunca mais na minha vida... Andando pelos corredores, encontrei um guarda, e falei que o diretor estava chamando ele e mais dois guardas, ele perguntou se eu sabia quem era os guardas e por que ele estava chamando, apenas respondi de forma breve: 'Qualquer um, e não sei, vá lá e descubra. '.
Ele após ouvir minha resposta, ficou quase que furioso a ponto de me bater, mas não teria justificativa para tal ato, então apenas engoliu em seco e saiu pelos corredores. Entrei no quarto novamente, havia poucos detentos, inclusive o Evan não estava lá, mais uma sorte para mim que não teria que olhar pra cara daquele maldito uma última vez, e nem queria.
Não queria me deitar, já havia ficado deitado muito tempo, e o pior... Chorando. Mostrando meu lado mais fraco de todos, que era o coração. Acho que a vida está me fazendo de gato e sapato, como é que pode ser traído pelo amigo e namorado, e ainda vir para prisão, ter uma vida horrível, e ainda um PSICOPATA maldito ficar afim de mim, e ainda ter coragem de matar a pessoa que eu estava começando a gostar, tudo isso por que queria que eu fosse somente dele, mas agora ele iria saber que eu NUNCA iria ser dele, e agora menos ainda, por mim, se ele estivesse à beira da morte, eu o deixava lá, sim, eu sei que isso é rancor, mas eu tenho isso apenas com as pessoas que me fazer um mal enorme, e foi isso que ele fez comigo, me fez ter nojo dele. Por que todo mundo sabia que eu gostava dele no início, mas depois eu realmente vi a sua verdadeira face de cobra venenosa, o que me fez querer se distanciar dele. Já que ele tinha tantos pretendentes assim como ele dizia, por que ele queria somente eu? Estranho né... Ninguém iria querer uma peça daquelas... Quem é que quer? Fale-me que eu o entrego e ainda te dou mais mil reais só por ter essa coragem.
Fiquei sentado no chão, depois de cinco minutos, uns três guardas, inclusive aquele que eu abordei no corredor vieram com armas em suas mãos e entraram na sala de uma forma muito bruta, todos ficaram assustados, quando perceberam que Evan não estava lá, saíram, mas ainda assim, ficou um dos guardas ali na sala, provavelmente era caso ele voltasse aqui, e nenhum dos outros guardas vissem ele.
Dei um pequeno sorriso no canto da boca, apenas um cara percebeu isto, e me olhou de uma forma diabólica, não me lembro bem quem era ele, talvez o Evan já tenha me apresentado a ele, eu só me lembrava de algumas faces daquele dia, e eu fiquei bastante nervoso, pois ele tinha fúria em seus olhos, eu conseguiria realmente sair dali vivo já que o meu querido amigo e inimigo vai pra prisão de segurança máxima?
Depois de alguns minutos, ouvimos gritos, todos se levantaram rapidamente, mas o guarda deu um tiro no chão, para nos assustarmos, só alguns sentaram, outros ficaram bastante nervosos sem saber o que fazer, o cara que havia me olhado anteriormente, estava fazendo uma expressão diabólica e ainda fez um sinal como se fosse me degolar. Sim... Era o que ele queria? Mas eu queria saber de quem era àqueles gritos... Se eu fosse morrer, pelo menos queria ouvir ou ver o Evan sofrendo.
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SUPREMOS - Contos
RomanceContos da série Supremos. Contos que antecedem os livros da série.