SINOPSE

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Oi galeraaaaaaaaaaa.
Tudo bem com vocês?
Sejam bem vindos a continuação de Marcas de Serena.
Graças a pedidos (e algumas ameaças), estou apresentando a vocês esse segundo livro.
Espero que vocês gostem.
E vou logo avisando que os capítulos desse livro vão ser maiores que o outro.
Então, aproveitem a leitura.
E não esqueçam de comentar, onegai (pra quem não sabe japonês, eu falei "Por favor").
Até a próxima.
BJS.
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(Narradora)

Já era a terceira garrafa de vinho que tomava, e ainda não se sentia satisfeito. Seus pés não paravam de dar voltas no tapete caro.

"Se continuar assim, vai furar o tapete, e você sabe como a mamãe é com esse tipo de coisa", ouviu seu irmão entrando no escritório. "Você não dorme não?".

"O que você quer?", perguntou irritado. Não estava com paciência para aguentar as brincadeiras do irmão mais novo.

"Nossa, tem alguém nervoso aqui?", sua voz era sínica. "Só vim aqui te avisar que as nossas malas já estão prontas, e que a mamãe quer saber se você já está pronto".

"Já vou me arrumar", falou depois de beber o vinho da taça com um gole só.

"De nada por avisar", pegou uma almofada e jogou no irmão mais velho.

"Peste", chingou depois que foi embora.

Seus olhos foram direcionados para a janela do grande escritório. Finalmente estava voltando para o Brasil. Quando seus pais lhe disseram que iam se mudar de vez para o Brasil, quase que ele subiu pelas paredes de tanta felicidade. Se não fosse por causa da preocupação de sua mãe, teria saído daquele país a muito tempo.

"Estou voltando, e quando eu voltar, terei ela para mim de novo", falou olhando pegando um retrato que estava na mesa, onde tinha a foto da Serena com 10 anos de idade.

*****

P.O.V THIAGO.

Sonhei que estava em uma sala pequena. No centro, tinha uma mesa redonda, cheia de comidas gostosas. Pães doces, torradas quentinhas, ovos fritos, bolo de cenoura, pães de queijo, uma cesta de frutas, uma jarra de suco e uma garrafa térmica de café.

Meu estômago roncou quando senti o cheiro do café. Não sabia que estava com tanta fome. Comecei a andar até a mesa, já imaginando mordendo um dos pães de queijo ou as torradas. Quando ia colocar a torrada na boca, senti alguma pular na minha barriga.

"'Acoda', 'Tiago'. 'Acoda'", abri os olhos e vi um menino de 3 anos pulando na minha barriga.

"Ai, Henrique", falei tirando ele de cima de mim. "Quantas vezes já falei para não me acordar desse jeito".

"Um monte de 'vesses'", falou abrindo os braços rindo. "Eu gosto de 'acoda' o meu irmão mais 'veio'", pulou de novo no meu colo me abraçando.

"Parece mais que você gosta de me machucar", me levantei da cama para evitar que pulasse de novo em mim. "Você não devia está arrumado para a escola?".

"Não 'queio' 'i'", falou abraçando seu paninho de dormir. "Fala 'pa' mamãe que eu tô dodoi".

"Não posso dizer isso, você sabe muito bem", peguei minha toalha e levei ele para o corredor. "Fala para a Hannah te preparar para a escola que você já está atrasado".

"Taaaaaaa", e correu para a cozinha.

Fiquei rindo enquanto me dirigia para o banheiro. Quem iria imaginar que depois de um mês da minha viagem escondida com a Serena, meu pai e minha madrasta me contariam que estavam grávidos. Quando descobri, fiquei muito preocupado. Sabia que Hannah não queria filho nenhum. Já não gostava de mim, queria ver quando o bebê nascesse.

A gravidez foi bem difícil. Com seis meses de gravidez, descobrimos que a Hannah ia ter uma gravidez de risco. Por causa disso, ela ficou internada por um mês. Quando estava com oito meses, a bolsa estourou, deixando todos desesperados. A cirurgia levou horas. Cada minuto que passava, ficava mais nervoso. Não queria que meu irmão morresse. Ele não merecia isso.

Graças a Deus, tudo correu bem. Henrique nasceu prematuro, mas estava bem. Quando vi aquele bebê de olhos verdes, cabelos escuros com carvão, bochechas rosadas, não consegui segurar o choro. Depois de três semana de repouso, todos voltamos para casa.

Mas não foi tudo um Paraíso.

Meu irmão sofria de cólicas muito fortes, e por causa disso chorava o tempo todo. E para piorar, cada dia que passava, parecia que a minha "querida" madrasta, se recusava casa vez mais para cuida-lo.

Se não fosse por mim e a babá, o Henrique não teria conseguido viver direito.

Terminei de me vestir e olhei no relógio. Eram 7:13, a essa hora o Henrique já devia está indo para a escola. Desci para tomar café. Quando chego na cozinha, encontro meu pai na mesa, lendo jornal e comendo uma torrada.

"Bom dia, filho", ele disse sem tirar os olhos do jornal.

"Bom dia, pai", me sentei e me servir de café e um pão quente com manteiga. Oh, coisa deliciosa. Não consigo ter um bom café da manhã sem um pão com manteiga.

"Que bom que finalmente acordou", ouvi Hannah falar atrás de mim. "Eu queria te pedir uma coisa, Thiago".

Essa não. Eu conheço essa cara. Quando ela cai querer me pedir alguma coisa, no final, sempre sobra para mim.

"Preciso que você tome conta do Henrique enquanto eu saio com algumas amigas", falou com se não fosse importante.

Sair de novo? Já era a quarta vez que ela saia esse mês de noite. E olha que o mês está só começando.

"Vai sair de novo?", perguntei franzindo a testa.

"Sim, preciso resolver alguns problemas", falou sorrindo para mim como se me amasse de verdade.

Mas eu conhecia ela. Os problemas dela, era beber com as amigas e ficar em balada a madrugada toda, sem dizer quando irá voltar. Olhei para o meu pai que estava prestando mais atenção no celular do que no que estava acontecendo ao seu redor. Me segurei para não tirar o celular da mão dele, e soca-lo com força.

"Pai, o senhor vai deixar ela sair de novo?", perguntei torcendo para que prestasse atenção em mim. "Ela já saiu muitas vezes esse mês, não acha que é melhor ela ficar um pouco em casa, e cuidar do Henrique?".

"Mas eu já cuidei dele a semana toda", ela disse se defendendo. Não acredito que ela disse isso.

"Chega de brigas vocês dois", meu pai se levantou e vestiu o seu casaco. "Eu já estou indo trabalhar. Quando voltar, não quero saber de briga entre vocês dois", e saiu em seguida.

Com certeza, irei ter uma conversa muito séria com meu pai quando ele chegar. Já estava me levantando da mesa, quando sinto ela agarrar o meu braço.

"Escuta aqui, moleque. Nem pense em falar alguma coisa para o Danilo, porque senão, você vai ver só", senti sua mão apertar mais o meu braço.

"Não tenho mais medo de você", falei soltando meu braço. "Aquele Thiago que você fazia de escravo, não existe mais. Você não manda mais em mim.

Ficamos nos encarando durante muito tempo. Seu rosto estava vermelho de raiva. E minhas mãos ficaram tremendo. Quantas vezes imaginei dando uma lição nela, e tirando da família, para nunca mais voltar.

"Você vai se arrepender por ter feito isso comigo", fiquei observando ela subindo a escada. "Se prepare".

Memórias do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora