Memórias do passado

CAPÍTULO 24

P.O.V Serena.
"Finalmente. Por que você demorou tanto?", Cláudio perguntou dentro do carro. Me sentei no banco de trás junto com ele, enquanto os meus pais iam na frente.

"Alguém tinha me ligado e pensei que poderia ser o Thiago dando notícias sobre o Henrique, mas não era", meu pai estava dirigindo que nem um louco para podermos chegar na casa do Thiago rápido. Nem fiquei preocupada caso o carro batesse ou se o meu pai pegaria uma multa.

"Não se preocupe, querida. Nós vamos encontrar o Henrique", minha mãe me olhou pelo espelho do carro me tranquilizando. Lhe dei um pequeno sorriso como resposta. Se ela soubesse o que eu estava pretendendo fazer, não teria dito aquilo.

Chegamos na frente da casa do Thiago, e antes do veículo parar eu já tinha saído. Ao chegar perto da casa, percebi que tinha um carro da polícia. Me preparei psicologicamente para a confusão que estaria lá dentro. Entrei sem bater e me senti em uma cena de filme policial.

Seu Danilo conversava com um policial no meio da sala, enquanto consolava a Hannah que estava chorando sentada no sofá. Os dois pareciam que estavam interpretando na frente de todos. Vê aquela cena me fez ficar enjoada. Me virei procurando o Thiago e o achei com Lili na sala de jantar, que estava chorando muito. Perceberam a minha chegada quando toquei no ombro de Lili.

"Serena, minha querida", abracei Lili enquanto ela chorava no meu ombro. Não me importei com a minha camisa molhada, já que ficaria do mesmo jeito se estivesse no lugar dela. Olhei para o Thiago e vi que seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Ele estava todo suado, já que ficou correndo pelo bairro todo a procura do Henrique. "E-Eu sou uma péssima babá... É tudo culpa minha-a...".

"Não diga isso, Lili. A culpa não é sua", a abracei com força para que ela se sentisse melhor. Seu corpo não parava de tremer. "Nós vamos encontrar o Henrique".

Percebemos que um policial se aproximava. Ele se abaixou para ficar na altura de Lili para pegar o seu depoimento. Aproveitei essa chance para puxar o Thiago pela mão para podermos conversar a sós. Fomos para a cozinha e vi o meu namorado desabar na cadeira e começar a chorar. Fiquei ao seu lado sem saber o que fazer.

"Eu sou o pior irmão do mundo", sua cabeça estava baixa, mas eu sabia que ele estava chorando. "Eu não estava aqui quando ele mais precisou...", sua voz falhou por causa do choro.

"Amor... Você tem que ser forte também", o abracei com força. Sentia o seu corpo tremer, o que me deixava pior. Eu tinha que fazer algo por eles. "Eu sei que o Henrique vai estar com você em pouco tempo. Confie em mim".

Thiago apertou o abraço e escondeu o rosto no meu peito. Deixe que ele se acalmasse no seu tempo. Infelizmente, sabia que não poderia ficar demorando muito. Eu tinha que ir atrás do Henrique antes que seja tarde demais. Aproveitei que o moreno estava de casaco e coloquei a minha carta - que escrevi depois do telefonema do Diego - no bolso sem ele perceber. O meu coração doía por estar fazer aquilo, mas eu não tinha escolha.

"Se o Diego tiver pego ele... Eu vou para a cadeia por matar ele", sua voz saiu grave por causa da raiva.

Você devia era ficar com raiva de mim, depois de saber o que vou fazer, pensei.

Os policiais vieram até nós para pegar o depoimento do Thiago. Senti o meu celular vibrar no meu bolso e me afastei para poder ler a mensagem que chegou sozinha.

Estou no ponto que combinamos.
Você tem 10 minutos para chegar, senão...

A mensagem do Diego era um aviso. Não podia ficar esperando algum milagre acontecer.

Já estou indo me encontrar com você.
Não machuca o Henrique.

Não conseguia acreditar que eu estava implorando para ele.