CAPÍTULO 12

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P.O.V SERENA

Dias se passaram desde que conversei com o Ruan. Falei com a Bia e o Cláudio sobre o aparecimento dele. Cláudio achou que Ruan não traria nenhum perigo, como o Diego trás. Já a Biatriz, acredita que não é bom falar com ele, já que vive com o Diego, e pode estar mentindo.

Mesmo assim, não contei para mais ninguém sobre ele. Nem para os meus pais, Yumi ou o Thiago. Se ele soubesse sobre o irmão mais novo do Diego, provavelmente, ia dar muita merda. Então, é melhor não arriscar. Não que eu não confie no meu namorado, mas, o Thiago é muito preocupado com certas coisas. E já tenho muitos problemas na cabeça.

Mas, quando eu achava que podia ter pelo menos um almoço calmo, sem me preocupar com nada, sinto alguém colocar a mão no meu ombro, enquanto eu estava na fila para pegar a minha comida. Depois que me virei, me arrependi eternamente.

Quem vocês acham que era? Papai Noel trazendo meu presente mais cedo? Sasuke, me chamando para morar em Konoha? Seria um sonho. Mas, não. Era a desgraça que chamo de Diego.

"Finalmente consegui me aproximar de você. Aquela sua amiga não saia de perto de você", isso por que a Yumi foi para o banheiro e eu fiquei esperando ela. Achei que ele não iria me perturbar.

Infelizmente, eu estava totalmente errada.

Me virei para frente novamente. Voltei a fingir que ele não existe até eu pegar o meu almoço e ir embora. E se tiver sorte, sem ele me seguindo.

"Vai continuar fingindo que eu não existo?", seu riso chega até os meus ouvidos, fazendo com que o meu corpo gela - se. Sinto ele se aproximar mais de mim. "Se vai mesmo continuar com esse jogo, eu aceito, mas, quando você menos perceber, não vai conseguir aguentar o silêncio", sua boca chegou perto do meu ouvido esquerdo. "É quando você se cansar, eu estarei te esperando. Nunca se esqueça disso", escuto sua risada e ele sai da fila.

Quase que derrubei a minha bandeja de comida no chão. Minhas mãos não paravam de tremer. Parecia que toda vez que me encontrar com o ele, vou ficar cada vez mais nervosa.

"Para com isso, Serena. Ele não vai conseguir fazer nada com você... de novo", minha garganta ficou seca e parecia que eu ia vomitar o pequeno pedaço de peixe que tinha comido. "Foco. Você é mais forte do que ele. Mais forte do que ele", continuei repetindo a mesma frase até a Yumi chegar, e perguntar o que aconteceu.
*****
P.O.V DIEGO

O meu plano estava dando certo. Nessas semanas, não fiz nada com ela. Apenas a olhava a distância. Deixei o terreno ficar pronto, para finalmente, conseguir o meu prêmio.

Era evidente o nervosismo que a Serena tinha, toda vez que eu a olhava. E isso estava me deixando cada vez mais louco, para querer possui - la. Lógico, que ainda tenho que me livrar do namoradinho dela. Mas isso vai ser fácil. E quando eu finalmente tiver o meu caminho livre, a minha princesa estará comigo. E ninguém irá tira - la de mim novamente.

Vou até o meu armário, e começo a pegar os meus livros da próxima aula. Mesmo estando de costas para o corredor, sinto que estou sendo observado. Após fechar o armário, olho em volta, mas, não vejo ninguém. Provavelmente, deve ser uma das garotas que ficam querendo chamar a minha atenção ou tentar falar comigo. Isso tudo já estava me irritando.

Quando penso em ir ao banheiro, vejo um sombra se esconder atrás da parede. Vou até ele, mas quando viro o corredor, eu não vejo ninguém.

Então, eu estava mesmo sendo espionado? Quando vi o sujeito, não deu para identificar se era uma garota ou um garoto.

Quem tem coragem de tentar me vigiar?
*****
P.O.V SERENA

Cheguei em casa, e fui direto para a cozinha. Eu precisava me acalmar, pelo menos, durante um dia, uma tarde. Nem que seja algumas horas. Bebi um copo de água, mas não deu efeito. Quando ia colocar a garrafa d'água de volta na geladeira, me lembrei de algo, que iria me arrepender no final. Olhei ao meu redor, e notei que a minha mãe não estava em casa. Tinha que ser rápida, se não quisesse ser pega.

Fui até o armário de cima, que fica na cozinha, e tirei de lá uma garrafa de vodka do meu pai. Eu sei que não deveria beber. Mesmo já sendo maior de idade, eu não tinha o costume de beber. Só em datas comemorativas, e com os meus pais presentes. Mas a minha mãe sempre diz: "Quando você estiver para baixo, com vontade de querer sumir do mundo, nem que seja por algumas horas, beba. Pelo menos um copo de bebida irá fazer você esquecer seus problemas um pouco". Apesar da minha mãe não ser alcoólica, quando ela exagera no vinho, muda drasticamente.

Pego minha garrafa de água, e encho pela metade a garrafa, guardo a bebida no seu lugar, e subo para o meu quarto. Tranco a porta, e me deito na cama. Dou o primeiro gole, e minha garganta queima. Não estou acostumada a bebida forte. Mesmo assim, esvaziei todo o conteúdo da garrafa.

Já me sentia um pouco feliz e meio tonta. Escondi a garrafa embaixo da cama, e fiquei pensando enquanto olhava para o teto e ria sem motivo algum, como se tivesse cinco anos.

Eu precisava achar um jeito de conseguir denúnciar o Diego. Já se passou bastante tempo, e eu ainda não consegui pensar em nada. Preciso achar logo um jeito de coloca-lo pelo menos na cadeia. Mas como?

Depois de pensar por mais alguns minutos, tive a ideia mais louca do dia - e olha que eu acabei de beber sem os meus pais saberem -, e provavelmente, poderia me arrepender no final.

Infelizmente... Vou precisar da ajuda do Ruan.

Eu iria correr o risco. Nem que eu precise esconder esse segredo dos outros.

Principalmente, do Thiago.

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