Memórias do passado

CAPÍTULO 7

P.O.V THIAGO

Eu devo ter escutado errado. Não pode ser verdade. Quer dizer que aquele sujeito que eu bati, era aquele Diego? Se eu soubesse desde o começo, teria dado mais do que só um soco. Ele estaria com a cara e o corpo todo quebrado.

"Ele fez alguma coisa com você?", vi se ela estava bem ou machucada.

"Não, ele só me ameaçou", seus olhos fitaram o chão enquanto falava. Parecia que eu estava vendo a Serena de três anos atrás, insegura, medrosa, se sentindo inferior as pessoas ao redor. Não conseguia ver ela daquele jeito.

"Ei, não fique assim", levantei sua cabeça gentilmente e lhe dei um beijo para acalma-la.

"Eu estou bem, só que foi um choque encontra-lo depois de tanto tempo", percebi que suas mãos estavam tremendo e geladas. "Thiago, podemos ir para casa?".

"Vou só falar com a enfermeira para saber se você já pode ir", beijei sua testa e sair.

Depois de verificar se a Serê estava bem, saímos da enfermaria. Fiquei olhando para todos os lados, vendo se encontrava o Diego. Se eu visse ele de novo, não iria me segurar. Subimos na moto, e fomos para a casa da Serena.

Não vou deixar que ele chegue perto de você novamente. Prometo, pensei.

*****
P.O.V SERENA

Chegamos em casa, e fui logo sendo abraçada pela minha mãe. Ela estava mais nervosa só que eu.

"Filha, que bom que você chegou. Fiquei tão preocupada. O Thiago me falou o que tinha acontecido. Você estar bem?".

"Estou mãe, só deixa eu tomar um banho e depois te explico o que aconteceu", lhe dei um beijo na bochecha e me virei para o Thiago. "Me espera na sala, vou precisar de você".

"Pode deixar, não vou sair daqui", disse sorrindo.

Subi para o meu quarto e tirei a minha roupa. Quando me olhei no espelho sem roupa, percebi que meus braços estavam com marcas rochas. Pelo formato dos machucados, estava igual as mãos do Diego. Tremi só de lembrar dele me apertando. Entrei no chuveiro e fiquei parada olhando para a parede, enquanto sentia a água cair sobre o meu corpo. Se eu pudesse, ficaria embaixo da água para sempre.

"Serena, estar tudo bem aí", ouvi a minha mãe me chamar e sai do transe.

"Já estou indo", terminei de tomar o meu banho e me arrumei o mais rápido que podia e desci. Thiago estava na sala, sentado no sofá. Fui até ele e me sentei do seu lado. Seus braços me contornaram e me abraçaram. Fechei os olhos para poder relaxar. "Obrigada por ter ficado aqui", lhe dei um selinho.

"Sabe que pode contar comigo quando quiser, né?", suas mãos acariciaram meu rosto com delicadeza.

"Claro, obrigada", deitei minha cabeça no seu ombro. Vi minha mãe chegar na sala e sentou do meu outro lado. "Mãe, preciso te contar uma coisa muito urgente".

*****
(Narradora)

Sou o namorado que gosta de proteger a pessoa que ama de gente como você.

Essa frase não saia da cabeça do Diego desde que saiu da universidade. Como assim? Namorado? Ela tem um namorado? Como ela pode ter um namorado? Ela pertence só a mim. A mim. Sua paranóia era tanto, que seu irmão ficou preocupado.

"Você não para de falar sozinho desde que chegou em casa. Nossos pais já estão achando que você estar ficando louco", Ruan entrou em seu quarto, sem sua autorização. Se sentou na cama, e ficou olhando o mais velho andar de um lado para o outro. "O que aconteceu na universidade para deixar você assim?".