P.O.V SERENA
Me despedi da Yumi e fui até a praça. Se conheço bem o meu namorado, ele deve ter brigado com a Hannah, de novo. Sempre que aqueles dois brigam, ele vai para o parque para se acalmar e não arrancar a cabeça dela. Cheguei na praça e fiquei procurando o Thiago. O encontrei deitado na grama, de baixo de uma árvore. Seus olhos estavam tampados com um dos braços. Me abaixei perto dele, e comecei a beijar seu pescoço.
"Se todas as vezes você fazer isso comigo quando estou triste, vou começar a ficar triste com mais frequência", senti seus braços me abraçarem enquanto beijava o seu queixo e ia até sua boca, dando um beijo carinhoso.
"Se você ficar triste todas as vezes, eu vou ficar sem ar", ri e me deitei do seu lado olhando para as nuvens. "Deixa adivinha: Hannah?", chutei.
Olhei para ele e percebi que acertei. Sua fisionomia endureceu rapidamente.
"Não aguento mais", sua voz parecia ferida. "Não aguento mais ver ela tratado o Henrique como se fosse uma espécie de objeto, como se ele não tivesse sentimentos nenhum. A vontade que eu tenho, e de pegar o pescoço dela, e apertar até a doida se tocar", suas mãos fizeram gestos como se estivessem enforcando alguém.
"Violência não vai levar a nada", peguei uma flor vermelha pequena que estava na grama e comecei a gira-la na minha mão. "Quando usamos violência, nos machucamos mais do que em que batemos", terminando de dizer isso, amasso a flor na minha mão e deixo o vento levar. "É não quero que você se machuque por causa de alguém que não vale o seu tempo".
Sucesso. Consegui fazer ele sorrir e esquecer dessa loucura, por hora. Thiago se apoiou no cotovelo e ficou me olhando durante um tempo.
"O que foi?", perguntei me incomodando com o silêncio.
"É difícil de acreditar que tenho uma namorada maravilhosa como você, minha Guerreira", e me beijou. Suas mãos foram até minha cintura me puxando para mais perto. Não adianta, posso ter beijado ele durante todos esses anos, mas não consigo me acostumar. O calor de seus beijos deixam o meu corpo eletrizado. Minhas mãos prendem em seus cabelos, puxando para mim. Paramos quando nossas respirações ficam aceleradas.
"Thiago, aqui não", falei me sentado, enquanto olho em volta e arrumo minha roupa. Meu moreno ri e se senta também, tirando a grama de suas roupas. "Tá rindo do que?", perguntei.
"De como você consegue fazer com que eu fique feliz em um estalar de dedos".
"Não exagera", olho para o meu celular e vejo que já são quase 11:20. "Melhor nós irmos para sua casa, o Henrique vai chegar da escola daqui a pouco", me levantei e limpei minha calça. "Prometi que ia ler para ele o livro novo que ele ganhou. Sabe como ele fica quando não cumprimos uma promessa".
"Como sei. Ele fica reclamando até a gente fazer alguma coisa para distrai-lo", seu braço me segura pela cintura enquanto caminhamos até sua casa. "Ele é incrível, mas quando fica com um enjoo".
"Para, deixa o menino", falo dando um tapa no seu braço. "Vai me dizer que você não era assim quando era criança?"
"Não, eu era um Santo", sorriu sínico. Até parece que acredito.
Chegamos na casa dele, e a Madraleza não estava. Graças a Deus. Não iria aguentar mais uma discussão do Thiago com ela, de novo. Logo agora que ele estava calmo. Fomos até a cozinha para tomar água, e encontramos a dona Lili, a secretária (Falo secretária porque não gosto de chamar de faxineira ou empregada).
"Oi meninos, como vocês estão?", perguntou limpando a mão no avental.
"Estamos bem, Lili", abracei ela é dei um beijo. Se não fosse pela ajuda dela com o Henrique, teriamos levado um tempão para aprender a cuidar dele. "O Henrique já chegou?".
"Ainda não, mas vai chegar daqui a pouco", senti o cheiro de frango assado saindo do forno. Lili tirou a assadeira do forno e colocou na mesa. "Por que você não almoça com a gente hoje?"
"Verdade, você pode almoçar hoje. Não estou pedindo, estou mandando", Thiago passou os braços ao meu redor.
"Hum, desde quando você manda em mim?", perguntei brincando.
"Desde agora", e fez o sorriso de meia boca que adoro. Escuto a buzina da van do Henrique, dou um tapa fraquinho no rosto do Thiago e vou até a porta.
"Oi 'Selena'", seus braços pequenos abraçaram a minha cintura. Carreguei ele no meu colo, e fiquei dando beijinhos no seu rosto.
"Oi meu fofinho. Como foi a escola?"
"Foi legal. 'Binquei' com massinha e de bola", falou sorrindo. Entramos na casa e disse ao Thiago que ia dar banho no Henrique. Enquanto subia a escada, o menino não para vá de falar. "Fiz 'tês' gols. Você devia ter visto, 'Selena'".
"Outro dia eu vejo, agora vamos tomar banho e almoçar", tirei sua roupa e levei para o banheiro. Como já dei banho nele muitas vezes, todas as vezes quando venho visitar, fica pedindo para eu dar banho ou coloca-lo para dormir. Nunca me importei, adoro cuidar do pequeno, mas, sei que ele pede só para mim porque a própria mãe não cuida do próprio filho. Se não queria cuidar porque engravidou?
Terminei de dar banho nele e o enrolei na toalha. Coloquei na cama e Vesti com uma bermuda verde e uma camiseta azul com um cachorrinho. Penteei seu cabelo e descemos para almoçar.
"Manão", o menino correu para o meu namorado que o pegou e colocou no colo. "Quando a gente terminar de comer, vamos 'bincar' de bola?", perguntou com aqueles olhinhos de filhote de cachorro.
"Se você comer tudo, aí podemos brincar".
"Ebaaaaa", gritou batendo palma. Seus olhinhos viraram para mim e depois para o Thiago. "Manão".
"O que Henrique?"
"Não fica mais com a 'Selena', deixa ela para mim", falou saindo do colo do irmão e indo para o meu. "Eu 'queio' ser o namorado dela. Não fica mais não".
Depois dessa eu e dona Lili começamos a rir. Não sabia do que ria mais, do Henrique ou da cara de espanto do mais velho depois de ouvir o que o mais novo falou.
"Não se preocupe, Henrique. Depois que eu enjoar do seu irmão, namoro com você, tá bom?", abracei ele e dei um beijo na bochecha rosada dele.
"Como é??", perguntou Thiago espantado. Pronto. Foi o suficiente para fazer eu rir de novo.
Comemos sem pressa, e conversamos bastante. O Henrique era o que mais falava. Dizia o tempo todo de como brincou na escola. Após terminar o almoço, dona Lili foi escovar os dentes do pequeno, enquanto eu lavava as louças e o Thiago secava e guardava.
"Agora vou competir você com o meu irmão que ainda nem saiu das fraldas", senti seus braços contornar minha cintura por trás e beijar minha nuca. "Isso que acontece quando se tem uma namorada linda e gostosa", seus lábios começaram a beijar o meu pescoço.
"Thiago não estamos sozinhos na casa", tentei me soltar, mas o máximo que consegui foi me virar para ficar de frente para ele. "Não podemos namorar assim".
"Então vamos para um lugar mais reservado", e me puxou pela mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Memórias do passado
Novela JuvenilLivro Dois - Continuação de Marcas de Serena. Três anos se passaram desde que Serena contou a verdade para Thiago. Ela não podia pedir nada melhor. Mas intrigas do passado retornam, e ameaça separa - los. Será que Serena e Thiago vão conseguir fica...