CAPÍTULO 1

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P.O.V SERENA.

"Vamos Serena. Nós já estamos atrasadas", Yumi me puxava pelo braço para que conseguíssemos correr mais rápido.

Que ótimo. Logo hoje que é dia de prova, o ônibus que pego, chega atrasado. Estamos 10 minutos atrasadas. Mas vocês devem está se perguntando: "Isso não é tanto atrasado assim, Serena". Se vocês conhecessem o professor Emerson, não diriam isso.

"Chegamos", nós duas abrimos a porta da sala bem devagar, para que ninguém nos visse. A prova ainda não tinha começado. Graças a Deus. "Vai para o seu lugar que eu vou para o meu, Serena".

"Ok, boa sorte Yumi", falei andando para a última carteira.

"Igualmente", e antes de se virar falou. "Que deusa Atena nos ajude". (Autora: Entendeu a referência, LariPaulo?).

Me sentei na carteira respirando fundo. Tinha dado o meu sangue estudando para aquela prova. Não podia tirar nota baixa, senão, para recuperar depois, será uma luta. Antes do professor entrar na sala, peguei meu caderno e comecei a ler sobre a matéria. Estou no meu primeiro ano de jornalismo, e não podia falhar agora. A parte boa e que consegui entender o assunto rápido, mas estou tão cansada, que tenho medo de dormir no meio da prova.

Sinto meu celular vibrar no meu bolso. Vejo que o professor ainda não chegou e leio. Era do Thiago.

N sei se vc está fazendo prova, mas quero q saiba q estou torcendo por vc. N fique nervosa, pois sei q vai conseguir, minha Guerreira. Estarei te esperando no parque quando vc terminar. Boa sorte.

Ai Thiago. Quem iria imaginar que nós estaríamos juntos durante todo esse tempo. No começo do namoro, fiquei um pouco nervosa. Mas com o tempo, fui me soltando mais. O mais difícil, foi meus pais aceitarem o Thiago como meu namorado. Eles já tinham visto o Thiago indo em casa para fazer dever de casa comigo, mas foi só um mês depois que eles voltaram da viagem que decidimos contar.
Para que. Meu pai quase pulou em cima do Thiago, se a minha mãe não tivesse segurado ele. Começou a falar que eu era a menininha dele, que não podia namorar, que ainda não estava preparada. Ele só calou a boca, quando minha mãe bateu na cabeça dele.

"Para com isso, Fabiano", brigou. Quando a minha mãe fica com raiva, até o meu pai fica com medo. Acho que não existe ninguém que não tenha um pouquinho de medo da mãe. "Eu sei que o Thiago não vai fazer nada para magoar nossa filha", falou sorrindo para o meu namorado.

"Obrigado, dona Julia", meu moreno agradeceu.

"Por favor, me chame de Julia. Não sou tão velha assim".

Mãe, já falei que te amo?

Com o tempo, meu pai foi começando a aceitar o Thiago. Quando convidava ele para comer em casa, eles começaram a se entender. Agora, toda vez que tem jogo de futebol, Thiago vai em casa para assistir com o meu pai.

Nos aproximamos mais depois do Henrique nascer. Seus primeiros meses foram difíceis, já que Hannah não queria cuidar dele. Isso deixou o meu namorado com tanta raiva da madrasta, que as vezes é difícil de acalma-lo. Graças a Deus, Henrique não é apegado a mãe, pois se isso acontece-se, o menino ia sofrer muito.

O mais irônico mesmo, foi que eu odiei mais o pai do Thiago do que da Madraleza (Apelido que eu e o Thiago demos para ela). Seu Danilo nunca esteve presente na vida do filho caçula. E sempre que comento algo sobre o menino, ele apenas diz:

"Ah, que bom que ele está feliz com vocês, Serena. Fico muito agradecido por você nos ajudar".

NOS AJUDAR??? Ele acha que estou ajudando a ele e a esposa a cuidar do Henrique. Sendo que eu ajudo o Thiago e a babá dele. Ai, que raiva.

O professor entrou na sala com as provas nas mãos. Guardei o meu caderno e olhei para a Yumi. Ela sorriu para mim e cruzou os dedos. Imitei ela.

A prova começou. Agora é só relaxar, respirar fundo e fazer a prova. Sei as respostas de todas as questões. É só se acalmar, e resolver.

Após duas horas de prova, eu já estava terminado de preencher o cartão resposta. Até que a prova foi fácil, para quem está no começo do ano.

Entreguei minha prova ao professor. O professor Emerson é aquele homem que por fora parece calmo e divertido, mas por dentro, é pura rigidez, autoritário e que não aceita nenhuma desculpa quando esquece algum dever de casa. Chegava na casa dos 60 anos, com cabelos grisalhos e compridos até os ombros, óculos de garrafa, camisa de botão sempre amassada, calça preta e sapatos sociais. E onde quer que a gente ande na escola, ele está comendo uma pastilha de menta.

"Como você foi na prova, sra. Martines?", perguntou após pegar o cartão - resposta da minha mão.

"Acho que fui bem", respondi confiante.

"Espero que sim, você é uma boa aluna, sra. Martines. Não são todos que elogio, mas você demonstra que irá ser uma grande jornalista", falou afundando as rugas enquanto sorria.

"Obrigada", fiquei vermelha por causa do elogio.

Antes de sair da sala, olhei para a carteira da Yumi. Ainda estava fazendo a prova. Sai da sala e fui para a cantina comprar alguma coisa para comer, já que não comi nada no café da manhã. Comprei um sanduíche natural e um suco de laranja. Andei até o pátio da faculdade e me sentei na grama. Enquanto comia, escutava música pelo celular para passar o tempo. Pena que não levei nenhum livro para ler. Que droga.

Aproveitei para mandar uma mensagem para o Thiago.

Acabei a prova. Estou esperando a Yumi terminar para poder sair.
Como vc está?

Peguei meu caderno e comecei a fazer os deveres que tinha. Estavamos aprendendo sobre fotojornalismo, mesmo sabendo que prefiro fazer reportagem.

"Vou me matar", me virei e vi a Yumi atrás de mim. "Aquela prova estava muito difícil. Não sabia se rezava ou se cortava os meus pulsos para acabar logo com a tortura", seu rosto estava vermelho de raiva, seus olhos dilatados. "S, você pode me matar?".

"Para com isso, não vou te matar. Não é o fim do mundo. Você vai conseguir tirar uma boa nota com os trabalhos que fazemos", me levantei para irmos embora da faculdade.

"Se Deus quiser", dava para ver que estava nervosa. Passei o braço pelo seu ombro para poder acalma-la. Quando atravessamos a rua, meu celular tocou.

Aconteceram alguns problemas arquivo em casa. Podemos nos encontrar na praça quando você sair?

Respondi na mesma hora.

Claro. Vou comer e vou para em 15 minutos.

"Aconteceu alguma coisa com o Thiago. Depois que nós terminamos de comer, vou me encontrar com ele na praça", disse a Yumi quando chegamos na lanchonete.

"O que deve ter acontecido?", perguntou enquanto pedíamos nossa comida.

"Não sei, mas vou saber daqui a pouco".

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Oi pessoal.
O que vocês estão achando do livro?
Por favor, comentem.
Até o próximo capítulo.
BJS.

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