CAPÍTULO 17

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P.O.V SERENA

Nome: Serena Keelie Martines.
Idade: 20 anos (atualmente).
Aparência: magra; cabelos castanhos claros longos; pele clara; olhos morenos.
Altura: 1,68 m (atualmente).
Peso: 59,0 kg (atualmente).
Tipo sanguíneo: AB.
Alergias: poeira e mofo.
Profissão: estudante de jornalismo e trabalha em uma livraria.
Mãe: Julia Keelie Martines.
Pai: Fabiano Keelie Martines.
Diagnóstico: queimaduras de segundo grau nos ombros até o meio das costas.

Fiquei quase uma hora lendo repetidamente a papelada que o Ruan me deu sobre as pesquisas que o Diego fez de mim. E mesmo assim, não consigo acreditar. Várias fotos minhas que eu postei nas minhas redes sociais - depois disso, minha mão ficou coçando para apagar todas as minhas contas - conversas minhas com os meus amigos, Thiago e parentes. Peguei uma outra pasta onde tinha várias fotos minhas tiradas chegando e saindo da universidade, no meu trabalho, chegando em casa ou saindo com os meus amigos ou o Thiago e o Henrique. Isso só pode ser loucura. O Diego é um completo doente. E o pior, com toda certeza, ele não iria desistir.

A situação estava ficando cada vez mais perigosa. Quanto mais tempo eu levasse para poder vê-lo atrás das grades, pior será para mim e a quem estar ao meu redor. Mesmo com o Ruan tomando todo o cuidado para que nada aconteça de errado, mesmo assim o risco era muito alto, ainda mais agora que o Diego não confia mais nele como antes.

Peguei meu celular e digitei o número da dona Roberta. Apesar de eu tê-la perdoado - tô perdoando muita gente, é melhor tomar cuidado - ainda não consigo confiar nela completamente. Não contei tudo para ela por isso mesmo. Talvez eu deva ir um pouco devagar. Desistir de ligar para ela e voltei para as folhas na minha mesa. Também recebi do Ruan várias coisas sobre o Diego. Se ele pode saber da minha vida, eu também tenho esse direito. Fichas de prisões por causa de brigas na rua e em bares era o que eu mais via, e todas as vezes, era solto quando seus pais pagavam a fiança. Os boletins da escola continuavam excelentes, apesar de algumas suspensões, o que não me deixa surpresa. Uma lista de coisas caras que comprou - bem caras - enquanto estavam na Suíça. Roupas, sapatos, celulares, computadores da última geração, carros, e várias outras coisas. Como a família do Diego ficou tão rica?

Essa pergunta ainda bate na minha cabeça a bastante tempo. Quando éramos crianças, lembro que os pais do Diego eram de classe média, mas com o tempo começaram a ganhar dinheiro. Percebi isso quando o Diego comprava doces para nós com muito mais frequência, como se ele ganhasse dinheiro o suficiente para um mês inteiro. E de repente, tinham o suficiente para viajarem para um outro país, e viverem no luxo. Como isso é possível?

Talvez eu devesse perguntar para o Ruan depois. Olhei para a hora e percebi que já eram 2:00. Amanhã não vou conseguir prestar atenção nas aulas e no trabalho depois. Tenho que pegar leve com as investigações, senão a minha cabeça vai explodir. Arrumei a minha mesa, escondi os papéis no fundo do armário para a minha mãe não ver, e depois ficar perguntando. Fui para cama e dormi em pouco tempo.
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P.O.V THIAGO

"O número que você ligou não pode receber ligação no momento".

E mais uma vez, Serena não me responde. Faz quase uma semana desde que ela falou comigo. A última vez que conversamos, nos falamos por telefone por alguns minutos - bem poucos -, depois ela teve que desligar. Ela nunca termina às conversas, sempre sou eu que me despeço.

"O que será que estar acontecendo com ela?", desisto de ligar novamente, e coloco meu celular para carregar. Vou para a minha mesa e tento terminar o meu trabalho da faculdade, mesmo já sendo quase 22:00, reencontro forças para fazer o trabalho não sei de onde. Não posso deixar que a minha preocupação com a Serena atrapalhe as minhas notas. Termino as 23:45. Arrumo a minha mesa e solto um bocejo que faz parecer que minha boca vai rasgar. Tiro a minha camisa e me jogo na cama. Eu estava começando a sonhar, quando acordo no meio da madrugada sentindo alguém me balançando - ou tentando - e me chamando.

"Thiago, acorda", me viro para a direção da voz e quando abro os olhos, encontro o Henrique na minha frente, segurando o seu paninho de dormir e seu boneco do Capitão América.

"Henrique, não era para você estar no décimo sono agora?", olho para o relógio e vejo que são 3:00. Me sento e esfrego os olhos para tentar ficar acordado e conseguir falar.

"Eu tive um pesadelo", seus braços apertavam com força o boneco com medo. É sempre assim quando ele tem algum pesadelo, ele fica com uma grande vontade de chorar e fica com medo da própria sombra. "Deixa eu dormir com você?".

"Ok, mas não quero que você fique se mechendo e me chutando enquanto dorme", apesar do aviso, sei que vou acordar com o corpo dolorido de tanta porrada que vou receber dele enquanto dorme. Uma vez, ele jogou o braço bem no meu pescoço, fazendo com que eu acordasse assustado e com a respiração presa por causa do golpe. O pequeno se encaixa em mim e o cubro. Dou um beijo na sua cabeça e fico fazendo cafuné até ele ser vencido pelo sono. "Pronto, agora vamos tentar dormir, tá?".

"Tô com medo", se agarrou a mim e começou a chorar baixinho. Abracei ele e continuo fazendo carinho na sua cabeça. "Não quero... sonhar com a Serena... triste de novo...".

"Espera, o quê?", me assustei com o que ele disse. Me sentei e o coloquei no meu colo para enxergar melhor seu rosto. Ele estava pálido e assustado. "O que foi que você sonhou da Serena?".

Poucos sabem, mas a alguns meses atrás, o Henrique anda tendo sonhos que se realizam. Da última vez, ele sonhou que um de seus amigos da escola ia machucar a perna jogando bola. Depois que ele voltou da escola e contou para mim, mas ninguém - além de mim, Serena e a dona Lili - ficou sabendo o que aconteceu. Desde então, todas as vezes que ele sonha, sempre pergunto o que sonhou para ver se algo de ruim vai acontecer.

"Eu sonhei que ela estava em um lugar escuro, muito assustada", sua voz saia tremida por causa do nervosismo. "Parecia que ela estava presa, e não conseguia sair".

"Calma, foi só um sonho", ajeitei seu corpo para que eu o abraçasse melhor. "Nada vai acontecer com a Serena. Não se preocupe".

"Pro-Promete?", mesmo com a luz apagada, dava para ver seu rostinho com a ajuda da luz da rua.

"Prometo, agora vamos dormir que já estar tarde", comecei a cantar baixinho para fazê-lo dormir. Em poucos minutos, Henrique já estava dormindo calmamente. Mas, mesmo vendo ele dormir quietinho, não conseguia pegar no sono. O sonho que o pequeno teve me preocupava de um jeito, que fez eu ficar a noite toda acordado.

O que será que vai acontecer com a Serena?
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P.O.V HANNAH

Mais uma vez. Mais uma vez o meu marido chegou tarde em casa, e não me deu nenhuma explicação. Já estava cansada de tudo aquilo. Ele acha que eu sou alguma idiota? Provavelmente, ele estava me traindo com alguém.

Mas ele vai ver só uma coisa. O que é dele tá guardado.
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P.O.V DIEGO

Pela milésima vez, minha mãe mandou eu ir dormir. Eu não podia descansar até conseguir terminar o meu trabalho. O tempo estar passando, e eu ainda não consegui a Serena para mim.

"Terei você, nem que para isso eu precise matar alguém", falei para a foto que eu tinha da Serena bem na minha mesa. Bebi mais um pouco do meu vinho e terminei de dar os últimos retoques no meu plano. "Agora, só irei precisar esperar um pouco, para poder finalmente, ter o meu prêmio".
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Olá, pessoal.
Depois de meses, finalmente consegui escrever um capítulo. Eu estava com uma trava na minha mente que não me ajudava em nada.
E também me atrasei por causa do Enem e das provas dos vestibulares, ou seja, esses meses foram corridos.
Não sei qual do poderei postar de novo, mas quando der eu posto algo, nem que seja um capítulo de 900 palavras.
E é isso pessoal, vejo vocês no próximo capítulo, e prometo que vou tentar ser rápida.
BJS.
XAU.

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