CAPÍTULO 21

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P.O.V SERENA
Acordei com a cabeça doendo e o corpo mole. Abri os meus olhos e percebi que o quarto estava mais escuro, provavelmente, já era de noite. Me sentei na cama e percebi que as pistas que eu tinha do Diego não estavam mais na cama. Onde elas estavam? E onde o Thiago foi? Será que ele levou todas as provas que eu tinha juntado?

Um som de papel me chamou a atenção, fazendo com que eu me virasse e encontrasse o Thiago, sentado na minha mesa de estudos de costas para mim. Me levantei devagar e andei até ele nervosa, com medo de ainda estar com raiva. Parei atrás de si, e olhei para o que estava fazendo. O moreno estava vendo as provas do Diego, novamente.

"Finalmente você acordou", dei um pulo quando escutei a sua voz, já que achava que ele não tinha percebido que eu já estava de pé. Thiago se virou e abriu os braços, me convidando para sentar no seu colo. Depois que me sentei, senti me prender em um abraço apertado. "Não precisa ter medo. Não estou mais com raiva", e beijou a minha nuca.

"Não estar?", fiquei confusa. Horas atrás estava brigando comigo, e agora, estar todo carinhoso e dizendo que não estar com raiva? "O que fez você mudar de ideia?", perguntei com medo. Provavelmente, ainda estava sonhando.

"Pensei melhor enquanto você dormia, e percebi que deveria lhe pedir desculpas", me virei para poder vê-lo melhor. Thiago acariciou o meu rosto e olhou no fundo dos meus olhos. "Me desculpe por ter brigado. Não devia ter gritado, xingado ou acusado. Pensei que você tinha me deixado de lado por não confiar em mim. Isso subiu a minha cabeça, fazendo com que eu não pensasse no mais importante...", ele segurou no meu rosto. Sentia que ele estava arrependido. "... em ter você segura. Serena, quero que saiba que pode contar comigo para tudo. Sei que você quer me proteger daquele demônio, mas precisa entender que eu também quero te proteger, mais do que tudo".

Não conseguia falar, pois eu estava em estado de choque e achava que ainda estava sonhando. O abracei com força, enquanto sinto um peso enorme sair das minhas costas. Antes que o Thiago falasse mais alguma coisa, o beijei. Foi um beijo sincero. Nos separava só para podermos respirar, e logo em seguida, buscava os seus lábios novamente.

"Serena, você está aí?", levamos um susto quando escutamos a minha mãe me chamando do corredor. Olhei para o relógio e percebi que já era quase 19:00. Droga, perdi a noção do tempo. Coloquei o meu dedo na frente dos meus lábios, pedindo para o Thiago não fazer barulho. Corri para a porta e abri para ela. "Por que demorou tanto para abrir?", perguntou de braços cruzados.

"Desculpa, mãe. Eu estava dormindo", cruzei os dedos atrás de mim, torcendo para que ela não queira entrar no quarto e acabe encontrando o Thiago.

"Tudo bem, então. Vou preparar o jantar. Não demore, viu?".

"Pode deixar. Só vou tomar um banho e já vou descer", esperei ela descer a escada para poder fechar a porta. Me virei e encontrei o Thiago calçando os seus tênis. "Vai pular a janela?".

"Parece que ainda vou ter que sair escondido, como um ninja", ele se levantou e me abraçou pela cintura. "Não quero que os seus pais pensem que estou fazendo algo que não devo. Principalmente, o seu pai", seu rosto se aproximou do meu pescoço e depositou um beijo no meu pescoço, fazendo o meu corpo arrepiar. "Se bem que... eu até queria mesmo".

"Com certeza", olhei no fundo dos seus olhos. "Estou perdoada?".

"Por enquanto, sim", e me abraçou.

"Com certeza", fomos até a minha janela e eu a abri. Mesmo se o Thiago pular da minha janela, ele não irá se machucar. "Toma cuidado. Ele ainda pode estar por aí".

"Não se preocupe. Quem deveria tomar cuidado é ele, porque se eu o encontrar, ele vai ver que não se mexe com a minha namorada", me deu mais um beijo e passou a perna pela janela. Quando já estava com o corpo todo para fora, se virou. "Eu te amo", e desceu o telhado.

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