CAPÍTULO 33

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P.O.V THIAGO
Eu sabia desde o começo que voltar para casa seria desafiador. Não só por que eu teria que sair de perto da Serena, mas por causa do que teria que enfrentar quando atravessasse a porta de entrada. Desde o sequestro da Serena e do Henrique, a rotina na minha família mudou totalmente. Lili me contou pelo telefone que o meu pai e a minha madrasta só brigavam durante esses dias que fiquei fora. E parece que um dos motivos, é que um não se responsabilizou pelo Henrique na hora do sequestro.

Ao chegar na rua de casa, me deparei com um caminhão de mudanças estacionado em frente a ela. Estranhei imediatamente, mas segundos depois me desesperei. Desliguei a moto e corri para a porta de entrada da casa. Ao entrar, encontrei pessoas carregando caixas e alguns móveis da casa para ser colocado no caminhão.

O que estar acontecendo aqui?, pensei enquanto me dirigia para a cozinha.

Encontrei Lili na cozinha olhando aquelas pessoas levando as coisas embora com um olhar tristonho. Ao perceber que eu tinha chegado, ela veio correndo até a minha direção.

"Que bom que você chegou, Thiago. Eu tentei te avisar, mas não tive tempo direito", Lili me abraçou com força, como se estivesse com medo de algo.

"O que estar acontecendo aqui, Lili? Por que as nossas coisas estão sendo levadas desse jeito?", perguntei desesperado.

"Seu pai e Hannah se separaram a alguns dias. Só fiquei sabendo hoje quando cheguei e vi a maior parte dos móveis embalados para a mudança", falou desesperada olhando nos meus olhos.

"Se eles estão se separando é uma ótima notícia, já que iremos nos livrar daquela cobra", não entendia por que ela estava tão desesperada.

"Não é esse o problema... Ela... Vai levar o Henrique para morar com ela", falou com os olhos em lágrimas.

Senti como se o tempo tivesse parado. Como assim a Hannah vai levar o Henrique embora!? Vai levar o meu irmãozinho para longe de mim? Quem vai cuidar dele? Ignorei a Lili me chamando e corri para a escada para poder chegar no segundo andar. No segundo andar também estava cheio de carregadores saindo dos quartos. Fui para o quarto do Henrique primeiro, precisava me certificar que ele estava bem.

Ao abrir a porta, encontrei o pequeno olhando para a janela do quarto com um olhar cabisbaixo. Estava agarrado ao seu paninho de dormir em forma de ursinho. Ele o pegava quando ia dormir ou quando ficava triste ou com medo.

"Maninho", chamei após passar pela porta. Henrique se virou para mim e veio correndo com os braços levantados pedindo colo.

Peguei ele nos meus braços e o abracei com força. Eu não tinha percebido a saudade que estava sentindo dele. Todos os dias antes de o Henrique dormir, eu fazia vídeo chamada com ele para conversar e desejar boa noite. Mesmo assim a saudade da distância não foi menor. Beijei a sua cabeça antes de afasta-lo para poder olha-lo direito.

"Não se preocupe. Vai dar tudo certo. Eu não vou deixar que nos separem, entendeu?", falei depois de afasta-lo um pouco e olhar no fundo dos seus olhos. "Não importa o que eles decidirem, nós não vamos nos separar".

"Eu não 'queio' ir embora. Não 'queio' ficar longe de você, da 'Selena', da Lili e dos meus amigos", Henrique falou com a voz chorosa. Aquilo estava acabando com o meu coração.

"Vai ficar tudo bem", coloquei ele na cama e me ajoelhei para ficar na sua altura. "Vou falar com eles e depois eu venho te buscar, tá?", beijei sua cabeça e o abracei com força antes de sair do seu quarto.

Fui até o quarto do meu pai e encontrei a Hannah arrumando as suas coisas em várias malas. Não tinha nenhum sinal do meu pai. Quando percebeu a minha presença, Hannah parou no meio do caminho. Me olhou como se eu fosse o culpado pelo o que estava acontecendo.

"Por que vocês se separaram?", fiz logo a pergunta que estava entalado na minha garganta.

"Como se você se importasse com isso", seu tom era sarcástico, mas não entrei em seu joguinho. "Não precisa se preocupar que eu vou embora hoje mesmo. Se eu tiver sorte, saio antes que o seu pai volte do trabalho".

"Eu só quero saber o motivo da separação. E se é verdade que o Henrique vai ficar com você", a segui para o closet enquanto ela pegava mais roupas.

Hannah parou de pegar as coisas e se virou para mim. Dava para ver que a paciência dela já estava no limite.

"É só com isso que você se importa? Só se importa com aquele pirralho?".

"Por que eu iria me importar com alguém que me odeia desde o primeiro dia que me viu, sem eu ter feito nada. Que me trata como se fosse algum tipo de praga", falei olhando para dentro dos seus olhos.

"O seu pai estava me traindo com a sócia da empresa dele", falou sem desviar o olhar de mim. Fiquei chocado com o que escutei. "Eu fui ao trabalho dele para fazer uma surpresa ontem e encontrei os dois aos amassos no seu escritório. Briguei com ele para ter uma explicação e o cara de pau vem falar que foi só uma vez, que não queria ter feito isso, que não tinha culpa e blá, blá, blá".

Fiquei calado enquanto olhava para ela. Quando percebeu o meu silêncio, Hannah se virou e continuou a pegar as suas coisas e guarda-las na mala. Estava fechando a mala e indo em direção a porta, quando fui em sua direção e peguei a mala de sua mão. Ela me olhou desconfiada.

"Sei que você nunca se importou comigo , mas não fique achando que concordo com o comportamento do meu pai. Se ele percebia que o casamento não estava dando certo, deveria ter conversado com você e não ter feito essa covardia", olhei no fundo dos seus olhos e fui em direção ao corredor com a mala na mão. Antes de chegar a porta, parei e olhei para ela de lado. "Se você não quiser ficar com o Henrique, deixe a guarda dele para mim. Não deixe para o meu pai, já que ele provavelmente vai magoar ele que nem como fez com você", e saí.

Não sei por que agi desse jeito com ela, sendo que nunca nos demos bem. Coloquei a mala da Hannah na sala junto com as outras e fui para o quarto do Henrique. O encontrei deitado na cama assistindo desenho no tablet. Quando me viu, colocou o tablet do seu lado e correu para o meu colo. Me sentei na cama e me afastei para poder olhar melhor o seu rosto.

"Vou te fazer uma pergunta e quero que você me diga a verdade", olhando para ele até que concordasse com a cabeça. "Você quer morar com a Hannah, com o nosso pai ou comigo?", soltei de uma vez. Sei que ele ainda é muito pequeno, mas o Henrique é bastante inteligente para a sua idade. "Saiba que se você for morar comigo, nós não teremos a mesma mordomia que você tem agora, provavelmente vamos morar em uma casa pequena e sem muitos luxos".

Eu teria que começar do zero para poder criar o Henrique. Tenho as minhas economias e um bom dinheiro que a minha mãe me deixou depois de morrer, o suficiente para que possamos viver durante meses sem nenhum problema.

Mas, provavelmente seria uma luta enorme para conseguir a guarda do meu irmão, já que não tenho um emprego totalmente fixo ainda. Teria que ir atrás de um lugar para morar nós dois, nem que fosse um kitnet para podermos começar a nossa vida. Ia ser difícil, mas não iria abandonar o meu irmãozinho.

"Eu 'queio' ficar com 'imaozao'. Não 'queio' mamãe e papai", seus braços pequenos me apertaram com força.

"Não vou te abandonar. Vai ser difícil o começo, mas nós dois vamos ficar juntos. Não vou deixar que nada aconteça com você. Prometo", beijei sua cabeça para poder acalma-lo.

Vou aproveitar que a Serena estava bem  casa e fora de perigo para poder me concentrar na minha família. Já abandonei o Henrique quando ele foi sequestrado, não irei cometer o mesmo erro novamente.
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Até eu fico chocada com a demora que eu levo para poder postar os capítulos. Hoje em dia eu não tenho mais a mesma criatividade que eu tinha a 4/5 anos atrás.
Quando estou voltando a escrever de novo, alguma coisa chama a minha atenção e quando percebo, já se passaram meses desde a última vez que mexi no livro.
Ainda pretendo terminar o livro. Não aguento mais ver a Serena sofrer, e não vou desistir até conseguir terminar essa saga de vez.
Vou tentar voltar a escrever com mais frequência, juro de dedinho.
Xau, pessoal.

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⏰ Última atualização: Apr 02 ⏰

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