CAPÍTULO 15

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P.O.V DIEGO

Já se passaram bastante tempo desde que reencontrei a Serena. E eu ainda não tinha pensado em um jeito de conseguir rapta-la sem que ninguém perceba, e para bem longe, para não sermos encontrados. Mesmo com a ajuda do Ruan, não consegui avançar como queria - já que ele não para de sair de casa e não me ajuda - deixando todo o trabalho para mim. Acho que vou dispensar ele, pois estar me incomodando muito.

Eu estava tão concentrado com as minhas coisas, que não tinha percebido a minha mãe entrando no quarto:

"Filho, precisamos conversar", ela disse sem me deixar falar nada. Eu gosto da minha mãe, mas ela tem que entender que não sou mais criança para ficar me tratando desse jeito. "Tem uma coisa que estou querendo falar para você desde que entrou nessa faculdade nova".

"O que foi, mãe? Eu não fiz nada", me defendi logo, já que sempre quando ela fala sobre os meus estudos, sempre brigamos na maioria das vezes.

"Tem certeza, meu filho?", ela falou como se soubesse que estou mentindo. Odeio quando a minha mãe me encara. Fica parecendo que ela estar investigando o seu corpo, para ver se tem alguma coisa faltando ou vendo alguma mentira, como se fosse uma policial. "Então, me responda uma coisa. Porque, semanas atrás, me mandaram um vídeo, de você brigando com um garoto, enquanto tem uma garota desmaiada no chão, no meio da faculdade?".

Ferrou tudo. Como ela descobriu sobre o que aconteceu?

"Não sei do que a senhora estar falando", falei enquanto me virava para os papéis que estavam espalhados na minha mesa. Não podia deixar que a minha mãe descobrisse o que estou tramando.

"Serena. Era ela a garota que tinha desmaiado no vídeo, não é?".

Congelei no lugar. Ela percebeu que era a Serena no vídeo. O que eu faço? Não... O que ela vai fazer? Me movi para que ela não pensasse em vê os papéis da mesa, e a encarei durante alguns segundos. O problema, é que eu não estava conseguindo encarar a minha mãe como sempre conseguia.

"Por que, filho? Eu quero uma resposta. Por que mesmo depois de todos esses anos, você ainda não desiste dessa menina. Você já a machucou demais no passado. Não quero que cometa o mesmo erro de novamente".

Dava para ver que ela estava muito magoada comigo, mas, eu não sentia nenhum pingo de arrependimento. Eu não me arrependia pelo que fiz.

"Prometo que esse acidente não irá mais se repetir", me sentei do seu lado e peguei na sua mão. "Me desculpa, mãe".

"Não irá mesmo... Já que começando amanhã mesmo, você vai para uma outra faculdade", minha mãe se levantou e foi para a porta. "E pode esquecer, que não tem chances de eu mudar de ideia", e fechou a porta.

Não acreditei quando ela deu essa notícia. Eu vou sair da faculdade? Vou ficar longe da Serena? MINHA SERENA. Isso não pode acontecer. Eu tenho que fazer alguma coisa para impedir essa transferência, senão, terei que me apressar com o meu plano.

Peguei o meu celular e liguei para o Ruan.

"Merda. Onde esse idiota estar?", falei depois de perceber que não parava de cair na caixa postal. "Quer saber de uma coisa, esquece. Não preciso da ajuda dele. Eu posso resolver tudo sozinho", joguei o celular na cama e voltei para a minha mesa.

Minhas mãos não paravam de tremer. Não aguentei, e derrubei tudo que estava em cima da mesa. Cadernos, folhas, canetas, e quase o meu computador, mas a minha raiva não passou.

"Não tenho outra escolha, terei que usar a minha última modalidade".

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P.O.V RUAN

Memórias do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora