Memórias do passado

CAPÍTULO 18

P.O.V THIAGO

"Você estar ouvindo o que eu estou dizendo, Thiago?", saí do meu mundo das imaginações para levantar o meu rosto e olhar para a Denise, a secretária do meu pai, me olhando como se estivesse acontecendo alguma coisa.

"Desculpe, Denise. Eu estava pensando em outra coisa", cocei a minha nuca de vergonha. Fui para a empresa de advocacia do meu velho para entregar os papéis que ele tinha pedido para eu ver. "Aqui estar a papelada do seu chefe", e coloquei na sua mão.

"O meu chefe falou mais cedo que queria falar com você quando chegasse. Estar te esperando na sala dele", suas mãos amarraram seus cabelos loiros e compridos em um rabo de cavalo. "Você aprontou algo para que ele quisesse falar com você?".

"Que eu saiba não. Nunca vou descobrir se não perguntar a ele", e a seguir até a sala do meu pai. Quando entro na sala dele, o encontro sentado em sua mesa mechendo no computador e falando com alguém pelo telefone, como normalmente o encontro quando sou chamado. Me sentei na cadeira de frente para ele e esperei que ele terminasse de falar com um dos seus clientes, digamos "nobres". Depois de alguns minutos, desliga o telefone e olha para mim. "E então, velho. O que queria falar comigo?".

"Te chamei aqui para termos uma conversa bastante séria, filho", pelo tom de voz, alguma coisa de ruim vai acontecer. Lá vem mais um problema para mim.

"O que foi que aconteceu pai?".

"Filho, você sabe que tem sido bastante útil ajudando a Denise com as coisas daqui", ele retirou os seus óculos e olhou para a mesa. "Por causa desse avanço aqui na empresa, você não...".

"Nem termine, pai. Nós já tivemos essa conversa, de que eu ia escolher o curso que pretendo fazer, se o ajudasse com alguns papéis da sua empresa. Tivemos essa conversa a meses, e o senhor aceitou", minhas mãos se apoiaram na mesa enquanto me levantava. "Pensei que já tivéssemos nos entendido".

"Thiago, você já tem idade o suficiente para saber que eu só quero o seu bem. Sabe que eu não acho que esse seu curso vai te dar uma boa vida. Eu só tô pensando no seu bem", fechei os meus olhos para poder não socar a cara do meu pai.

"É bom saber que o senhor não esqueceu que já sou um adulto. E por esse motivo, eu posso fazer as minhas escolhas, e se no final não dê certo a minha profissão, faço outro curso e pago os estudos com algum outro trabalho que eu possa arranjar", me virei e segui para a porta.

"Como assim, outro trabalho?", meu pai perguntou atrás de mim.

"Não vou mais trabalhar para o senhor. Boa tarde, pai", e saí. Cheguei no elevador sem falar direito com a Denise, que tentou me impedir de ir embora. Após as portas fecharem, soltei o ar que estava preso e fechei os olhos. "Estava demorando para isso acontecer".
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P.O.V SERENA

"Não acredito que você está vindo para cá, Cláudio", eu estava na livraria arrumando as prateleiras, quando o Cláudio me ligou, dizendo que ia passar o final de semana lá em casa. E com certeza, eu estava pulando de alegria. "Você avisa os meus pais que estar indo na minha casa, e para mim avisa só agora? Que amigo você é, heim".

"Queria fazer uma surpresa para você, minha linda. Você sabe como eu sou. Gosto de fazer surpresas", pelo tom de voz que saia do celular, percebi que ele estava se segurando para não rir de mim. Desgraçado que amo tanto.

"Mas poderia ter me avisado para poder me preparar", terminei de guardar os livros e voltei para a salinha que fica atrás da loja, onde guardamos as tralhas e caixas. Essa semana o Sven não pôde ficar comigo, pois foi fazer uma viagem para a floresta com a turma da faculdade de biologia para fazer um trabalho, e me deixou sozinha na loja. Pelo menos, eu irei ganhar um aumento esse mês por estar trabalhando sozinha essa semana.