Capítulo Doze - A noite dos sonhos (Parte II)

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[Atenção: nesse capítulo contém "cenas" inapropriadas para menores de 12 anos].

Ainda era quatro de Julho. Nós ainda estávamos rindo como loucos, mas agora, por conta de alguns drinks estávamos piores. Eu queria que tudo congelasse no tempo, para eu ter uma linda lembrança do meu aniversário de dezoito anos para sempre. Mas, como Ethan vive cantarolando pra mim: "Só o que é bom dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível". Sim. Provavelmente mais uma frase da banda favorita dele, que nos últimos tempos tem se tornado a minha favorita também.

Todos nos despedimos choramingando. Eu realmente não sei se isso é drama ou efeito de álcool. Mesmo com tudo, creio que estamos todos conscientes. Bem... Quase todos, na verdade. Jack é o único que ficou visivelmente bêbado, mas já estamos acostumados à vê-lo assim.

Ethan passa o seu braço por cima do meu ombro, me abraçando de lado até o carro. Ele abre a porta para mim, gentilmente. Voltamos cantando Knockin' on heaven's door - Guns N' Rose. O volume está tão alto que o carro chega à reagir às batidas fortes da música. O mesmo acontece com os meus tímpanos, mas eu não me importo e sei que ele também não.

Quando paramos em uma sinaleira, parece que caio na real: a noite terminou. Daqui a duas horas, o relógio mostrará 00:00, e então, deixará de ser o meu dia. Suspiro pesado, e Ethan percebe a minha tristeza.

- Que foi Lady? - Pergunta preocupado com a mudança repentina da minha expressão. Fico olhando o relógio, obrigando ele a seguir o meu olhar e encontrá-lo também.

- O dia tá acabando. - Choramingo.

- Ei! - Levemente puxa o meu queixo para eu olhar a mistura das tonalidades dos seus olhos. - Se você quiser... A noite pode durar mais do que isso.

Meu coração acelera. Eu sabia o que aquilo significava. E por mais que eu tenha medo de tudo aquilo, eu desejava isso à vários dias. Minha respiração fica irregular e me sinto tensa. Mas, mesmo assim, eu assinto e dou um sorriso. Ele continua me encarando sem demonstrar nada, e então volta a focar na estrada.

Reconheço o caminho como a palma da minha mão. Estamos indo em direção à casa de Ethan. O mesmo jardim florido de sempre. Assim que Eth coloca o carro para dentro da garagem, entramos pela porta da frente.

Ele solta uma risadinha e aponta o dedo indicador na frente dos lábios, assinto e fico em silêncio. Ele olha em todos os cantos escuros da casa e logo depois agarra a minha mão, me puxando para dentro.

Ethan segura a minha cintura e agarra a minha nuca em um tempo recorde. Ambos sorrimos e selamos os nossos lábios. Enquanto nos beijamos, perdemos um pouco o controle, e em meio à escuridão da sala de estar, acabamos por derrubar um vaso de flores de cristal. Enquanto fico preocupada com o barulho, Ethan reprime um sorriso com os lábios, e cochicha.

- Esqueça isso... Amanhã eu falo com a Dona Helena. - Rimos. Logo depois ele fica observando descaradamente a minha boca, antes de me pegar no colo, me levando até o andar de cima da casa. No topo da escada, ele me coloca de volta no chão, e continuamos nos beijando e batendo nas paredes até chegar no quarto dele.

Durante intervalos entre os beijos, escuto:

- Saiba que eu não quero te forçar a nada. Se você não quiser, é só me falar. Prometo que não vou ficar puto.

Dona Do Meu PensamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora