KATE BLANKEra impossível. Depois de tudo, tudo o que foi dito, tudo o que fizemos...
Era imperdoável. Inacreditável, na verdade.- Ele foi um cuzão. - Brian me abraça.
- Por favor - Me afasto para encara-lo nos olhos - Peça para ele parar de nos observar. Não quero que me veja fragilizada dessa maneira. Me recuso à dar esse gosto de felicidade para a cobra da Mary.
Brian assente, olha em direção à porta do café. Ele parece se irritar ao ver os olhos tomados de culpa e desapontamento de Ethan. Ele até parece quase ter sentimentos o suficiente para chorar. Eu disse quase.
- Para dentro, Heiter. - Ele sibila. Ethan o encara por um breve instante, aí lança o dedo do meio para ele e logo se afasta irritado. Tenho certeza que por medo de Brian é que não foi. - Seja lá o motivo pelo qual você o queria afastado, agora você conseguiu. - Ele sorri fraco pra mim e então eleva meu queixo com seus dedos. - Não há nada no mundo capaz de machucá-la ou colocar você para baixo. Você vai ver. Kate Blank, nunca deveria se quer olhar para o chão uma única vez. Sabe que eu estou aqui, e me recuso à permitir que alguém machuque minha irmã. - Me aconchega em seus braços.
- Eu sei. Por isso que gosto tanto de você. - Consigo dizer, mesmo com os olhos manejados e a voz embargada. Ele percebe logo de cara e já me dá um aviso prévio:
- Uma vez você me prometeu que jamais choraria por algum cara, lembra? Por favor, pare de quebrar suas promessas. Achei que a sua palavra fosse honrosa, mas pelo jeito... - Olho para ele, que faz uma careta.
- E é honrosa. - Limpo os olhos com a camiseta dele. - Não vou chorar por Ethan Heiter.
- Essa é a minha garota. - Ele me dá um sorriso feliz. Sua alegria estranhamente me contagia, me faz sentir vontade de estar de pé e lutar contra os dois com a arma mais potente que já existe: a merda de um sorriso depois de um coração partido. Só os mais fortes um dia entenderão como é passar por isso.
Fingimos estar bem, e forçamos nosso cérebro à acreditar nisso, criamos uma barreira potente contra as palavras dos outros, mas ficamos sob pressão o tempo todo, porque sabemos que à qualquer momento podemos desmoronar. Como se houvesse uma bomba-relógio dentro dos nossos corpos. Em algum momento desmoronamos, mas vale a pena correr o risco e testar nossas habilidades. Depois de algum tempo de prática, nos tornamos realmente bons em mascarar nossos verdadeiros sentimentos. Nos aprimoramos o suficiente para ao menos fingir que está tudo bem por uma hora, depois doze horas, mais tarde um dia, um mês e por fim, um ano. É a chamada "desligar a humanidade" - perder o que temos de mais precioso: O que nos faz ser os principais na face da terra, o que nos difere de qualquer outro ser vivo. Temos a infeliz capacidade de nos importar, nem que isso tenha acontecido apenas com uma coisa, ou uma única pessoa em toda a sua vida. Ninguém morre sem sofrer com os próprios sentimentos, já que são capazes de causar terríveis estragos nas nossas mentes acolhedoras e sensíveis. Isso nos deixa fracos, vulneráveis, e não é nada bom.
Brian me viu mais forte dois segundos depois. Ele não ficou surpreso. Acho que já tinha estimulado uma melhora significativa dessas em mim antes...
- Está pronta para voltar pra lá? - Ele parecia saber a resposta.
A verdade era que, Brian havia me ensinado esse truque. Ele sempre esconde seus sentimentos quando estão prestes à feri-lo. Sempre recua, dá o fora antes de levar um, some antes de ser abandonado. Por um momento ao olhar em seus olhos, eu descobri a verdade.
Acontece que eu sempre achei que Brian fugia descaradamente do carinho de Carol. Mas não era esse o seu grande motivo. Brian fugia de Zilda, sua própria mãe.
Ele me dizia que não gostava de magoá-la, não gostava de irritá-la. Por mais que ela fosse querida, era um pouco dura com relação à alguns assuntos que passaram a vir à tona com o passar dos anos. Perguntas feitas por Brian, nunca respondidas com palavras, só com olhares fulminantes.
Ele queria distância dela. Seu plano era tortura-la até que ele a faça contar quem é seu verdadeiro pai. Tortura-la até que ela o implore para voltar pra casa com a seguinte proposta: "se você voltar, meu filho, eu te conto tudo o que você sempre quis saber". E isso, embora não parecesse, estava prestes à acontecer. Zilda ficava sem chão com seu filho longe. 90% do seu coração estava com ele, e era com os 10% restantes que ela levava sua vida aqui no Brasil, tomada de saudade do filho.
- Estou pronta. - Afirmo, sorrindo levemente. Ele me puxa pela mão.
Entramos novamente e todos os presentes - todos os que se encontravam ainda acordados, nos encararam. Ethan murchou ao me ver sorrindo. Mary pareceu irritada e desapontada com sua tentativa falha de pisar em mim.
- Você tá bem? - Pergunta Natasha.
- Nunca me senti tão bem. - Meu cérebro bloqueia tudo o que consigo e sinto uma estranha vontade de rir das minhas próprias palavras, já que estou sendo sarcástica e irônica se for avaliar a verdadeira situação.
Vejo a cara de desaponto de Mary e lanço-lhe o melhor olhar que já lancei à alguém em toda a minha vida. Não sei como não consegui queimá-la daquela forma, ainda mais com o meu maravilhoso sorriso um tanto quanto malévolo, provocativo e... ~temporário~.
^*^
Desculpem os erros, postei sem revisar antes 😬
Espero que tenham gostado!! 💖Beijos, Fran...
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Dona Do Meu Pensamento
Teen Fiction" Sinto seu perfume cada vez mais próximo de mim. Suas mãos acariciam os meus braços, enquanto sua boca distribui beijos suaves pelo meu pescoço, me fazendo relaxar quase que imediatamente. Estamos sob a luz da lua e de toda a cidade, de certa forma...