( Sexta-feira, 16 de Outubro )KATE BLANK:
Esbarro em alguém no corredor. Derrubo meus livros de história e, assim que me ajoelho para pega-los, me deparo com a sombra de Rennê na minha frente. Ele me faz levantar e dá um sorriso malicioso.
- Que foi?!
- Nada... Eu só... - Coloca meu cabelo para trás da orelha, e me encara por um bom tempo de uma forma estranha. Arqueio a sobrancelha. Quando percebo o que ele estava tentando fazer, recuo.
- O que estava pensando?! - Digo com raiva. Rennê abre a boca para se defender.
- Você achou mesmo que era tão fácil beijar ela? - Ouço a voz debochada e falha de Ethan e imediatamente me viro. - Deixa eu te dar a realidade: não é. A Kate não é como a Cecília; ela não se deixa levar com tanta facilidade por qualquer um. - Chega tão perto de mim que sinto sua respiração pesada no meu pescoço.
- Ninguém te chamou aqui, Heiter!
- Tudo bem. - Levanta as mãos em sinal de rendição com um suspiro, claramente exausto. - Eu já vou indo.
Escuto seus passos se afastarem cada vez mais. Olho para Rennê, reviro os olhos e caminho na direção de Ethan. Tento alcançar os seus passos e quando consigo - correndo - paro na sua frente. Ele olha cansado, tentando desviar da minha direção.
- Valeu.
- Pelo que?
- Por falar aquilo. Por mesmo assim continuar tão conveniente e aparecer sempre na hora certa pra me tirar dos problemas, sempre.
Ele dá um meio sorriso e depois olha nos meus olhos.
- De nada. - Simplesmente dá as costas. Reviro os olhos e me aproximo dele mais uma vez. - Que foi agora?! - Fica um pouco mal-humorado.
- Tá tudo bem com você?! - Duvido.
- Eu tô ótimo. - Gesticula com as mãos.
- Mesmo? Porque não parece. - Cruzo os braços. - Olha, eu sei que depois que a gente terminou, deixamos de falar um com o outro, mas você lembra como era antes da gente namorar? Eu contava à você tudo, e em troca você me confiava as coisas que te incomodavam, lembra? Podia voltar a ser assim, sabe?! A gente podia...
- Kate! Eu não sei se você percebeu mas, eu não quero ser o seu amigo! Não preciso contar à você todas as merdas que andam acontecendo na minha vida, toda a pressão que, você pode não acreditar, mas eu também ando sentindo! - Explode logo depois de me interromper. - Tudo o que eu preciso é terminar tudo isso aqui, e sumir. Tocar a minha vida sem você. - Continua, dando ênfase à palavra 'sem'.
- Tudo bem. - Engulo em seco, sentindo a minha oferta de amizade sendo rejeitada. - Eu... Já vou indo. - Vou em direção à sala, deixando-o sozinho.
Sento-me no mesmo lugar de sempre e espero pelo sinal. Caroline faz um tipo de leitura labial, onde só consigo perceber que ela pergunta por Jack e por Ethan. Dou de ombros.
Passou praticamente todo o primeiro período e Ethan tentou entrar dentro da sala. Desesperado. Não pude ouvir a conversa dele com a professora, mas alguma coisa me dizia que era urgente. Lanço um olhar preocupado para Natasha e Caroline, logo em seguida olho para a mesa vazia de Jack, rezando para que não tenha acontecido nada de ruim com ele.
Quando Ethan finalmente consegue a permissão da professora para entrar, se volta contra ela e diz que precisa que ela vá até o diretor. Ela fica claramente assustada e Ethan vai até sua classe com tudo.
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Dona Do Meu Pensamento
Ficção Adolescente" Sinto seu perfume cada vez mais próximo de mim. Suas mãos acariciam os meus braços, enquanto sua boca distribui beijos suaves pelo meu pescoço, me fazendo relaxar quase que imediatamente. Estamos sob a luz da lua e de toda a cidade, de certa forma...