Capítulo Vinte e Nove - Sequestro (Parte III)

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( Domingo, 13 de Setembro )

ETHAN HEITER:

Acordo com uma dor de cabeça perfeitamente compreensível. Dormi dentro do meu carro em um estacionamento de posto. Queria ter novidades da Lady, mas infelizmente não descobriram nada desde ontem.

Puxo o waze e procuro por casas ou lugares abandonados em torno da região. Casas para alugar, vender e outras cujo os donos já foram embora há anos aparece. Recebo uma mensagem da minha mãe no WhatsApp, e acabo por me lembrar de que ela pode estar com o celular ainda. Kate é esperta, só espero que eles não tenham tirado-o dela.

"Kate, se está aí, onde eu posso encontrar você!? Preciso que me diga, estou preocupado!" - Envio para ela.

Desço do carro em direção ao posto, preciso comer e beber alguma coisa para seguir viagem depois.

KATE BLANK:

Acordo escorada em uma das paredes. Com frio e fome. Sede não estou, já que o Melancólico foi legal demais deixando sem querer a sua cerveja no chão do quarto. Me levanto, dou uma ajeitada na minha roupa, o que é um pouco difícil de se fazer sem um espelho.

E então eu vejo que ainda estou com o meu celular. O tiro do bolso às pressas, mas estou sem sinal. Suspiro ainda sem acreditar. Ilusão parece ser o meu forte. Me iludo com tanta facilidade que se eu pudesse me trancava dentro de um quarto para que não acontecesse nada comigo, nenhum trauma. Mas, não posso fazer isso.

- Seu celular tá sem sinal né?? - Levo um susto ao escutar o Melancólico falar da porta.

- Sim. - Falo cabisbaixa com a minha mão no rosto.

- Vamos. - Chama.

- O que você fez com Jason?! - Pergunto, estranhamente um pouco preocupada com o cara que me sequestrou.

- Ele tá trancado no banheiro. Ainda não acordou, por isso precisamos ir logo. - Assenti. Ele deu passagem pra mim sair do quarto, e assim que vejo o sol nascendo novamente, percebo o quanto estou com saudades da vista gigantesca da casa do Heiter.

Meu pensamento foi para ele, nesse exato momento, consigo imagina-lo acordando com a luz do sol que emana daquela sacada, com seu cabelo loiro totalmente bagunçado, seus olhos em uma harmoniosa mistura em contato com a luz do sol, e sua cueca familiar da Calvin Klein.

Estou ficando doente. Pensar nele é ridículo. Mencionar ele nas minhas conversas, de agora em diante, pode parecer idiota. Ainda sentir algo tão forte por ele, é uma possibilidade que não quero mais cogitar. Manter distância poderia ser a melhor opção...

Corremos até o carro na beirada da estrada, e assim que entramos, suspiramos aliviados.

- Bruce. - Fala, me encarando como se estivesse hipnotizado. Faço uma cara confusa e então ele esclarece: - Meu nome. Bruce! - Repete. Dou um sorriso.

- Decidiu confiar em mim agora!? - Digo convencida.

- Talvez. - Dá de ombros.

Ele dá a partida no carro, e seguimos em direção ao que eu espero ser a minha casa.

- Sei que tem um cachorrinho, espionei você por um bom tempo, e lhe vi soltando o pobre coitado naquela hora... - Olho feio. Ele pigarreia. - Qual o nome dele?

Dona Do Meu PensamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora