Capítulo Quarenta e Um - Aniversário de Paul

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( Sexta-feira, 30 de Outubro )

ETHAN HEITER:

Visto a minha camiseta e desço para ajudar minha mãe a fazer o brigadeiro. O lema aqui em casa é: "quem ajuda à fazer, tem todo o direito de provar por primeiro".

- A Kate vem?! - Diz enquanto fica de joelhos e procura o creme de leite nas prateleiras.

- Aham.

- O Paul adora ela, vive dizendo que você mudou quando à conheceu e é verdade. Você é muito melhor quando ela está por perto.

- Não sei se agradeço pelo elogio ou se me sinto ofendido.

- Entenda como um elogio... - Me lança uma piscadela.

- Deixa que eu faço o brigadeiro. - Digo, já abrindo o leite condensado e provando um pouco com os dedos.

A campainha toca, e vejo um Super Paul descer as escadas, praticamente voando.

- Deixa que eu abro! - Grita já de frente pra porta. Dona Helena dá um sorrisinho e eu faço o mesmo, antes de rir. Levanto as mãos em sinal de rendição.

- Tudo bem. Só veja quem é antes de abrir! - Grito.

- Tá.

Um silêncio estranho reina logo depois dele abrir a porta e minha mãe começa a andar em direção à porta que liga à sala, quando a voz de Kate soa.

- Trouxe para o aniversariante! - Ouço-a dizer, provavelmente enquanto se abaixa para ficar do tamanho do Paul. Ela aparece na porta e dá um sorriso. - Oi Helena! - Diz animada, dando um abraço nela.

Continuo cuidando do brigadeiro, quando ela me avista. Fica um pouco confusa e aponta para a panela.

- Ei! Não duvide do meu mais perfeito hobby! - Digo em defesa à sua careta. Ela abre um sorriso e começa a rir de forma descontrolada.

- Claro! Vê se não esquece de colocar a tampa no liquidificador da próxima vez que for fazer panquecas... - Diz. Finjo estar ofendido.

- Fiz panquecas pra você e é desse jeito que retribui?? - Pergunto provocando-a com a sobrancelha e a minha testa franzida.

- Não. Eu retribuo provando essa nova forma de intoxicação por brigadeiros. Sou sua cobaia. Me dê um pouco Sr Heiter! - Fala se aproximando da panela.

- Não. Tá quente demais, você pode queimar toda sua boca com isso. - Altero meu olhar para a panela novamente, onde faço movimentos circulares com a colher de madeira.

- Não me importo. - Dá de ombros. Fuzilo ela.

- Você não se importa. Eu sim. - Digo dando ênfase.

- Adoro ver os dois nesse baita climão de novo. - Fecho os olhos com força e suspiro.

- Ah, oi mãe! - Digo ao me lembrar que ela estava aqui esse tempo todo.

- Sei que o que vou dizer vai parecer indiscreto, mas: não vejo a hora de ter que limpar os cacos de vidros do meu novo vaso de flor lá na sala. - Diz e ri. Kate fica corada, mas logo em seguida pede desculpas por aquela noite, onde minha mãe diz que não tem problema algum. Fazendo com que as duas loucas caiam na gargalhada, e eu fique ali, sobrando.

- Bom, vou lá ver se o cachorro quente já está bom.

- Quer que eu te ajude? - Se oferece, Kate.

- Capaz querida. Preciso que fique aqui com o Ethan. Ele sem dúvida precisa recuperar umas semanas de paciência e bom humor, e já deixamos bem claro que você é a única que consegue. - Dá uma piscadela e sai da cozinha. Reviro os olhos.

Dona Do Meu PensamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora