Do alto do mundo, no laboratório da vida,
Olham as estrelas o Homem, a sua mais imperfeita e bela criação.
Mas têm o coração partido, mergulhado em saudade,
Do que fomos e já não somos.
Na fonte da luz, na biblioteca com os segredos da vida,
Olham as estrelas o Homem, a sua mais inteligente e inculta criação.
Mas sofrem dia e noite quando nos olham
E vêem o que somos e nunca seremos.
Uma espécie guerreira, que desvendou mundos e universos,
Que curou doenças e escreveu epopeias,
Que voou como um pássaro e tocou a Lua,
Que fez andar o ferro e sobre o ferro andou.
Mas as estrelas sabem, melhor que ninguém,
Que somos uma sombra do que fomos,
Que estamos mais negros do que fomos,
Que estamos mais longe do céu.
Do negro que dá vida, do espaço que cria,
No céu que contemplamos, nos pontos que nos fascinam
Estão as estrelas-mães-do-céu, chorando com saudade
Olhando o Homem que se perdeu, antes de achar a glória.
-JM