Não é Deus, nem o Homem, nem o Universo o Rei Supremo.
Não é Júpiter, nem Zeus, nem este nem aquele o Rei Supremo.
Quem tudo governa, quem tudo cria, quem tudo tira,
É apenas o Tempo.
Dizem que quem espera sempre alcança,
Mas isso é mentira, porque o Tempo não pára,
Porque a vida não espera por ninguém.
O Tempo tem pressa e anda sempre em frente.
Dizem que o Tempo não era o certo,
Dizem que o Tempo assim o quis,
Mas isso é mentira, porque o Tempo é cruel,
Está sempre certo e nada quer.
As pessoas é que são as erradas,
Ou não querem arranjar uma forma de tudo funcionar,
O Tempo é frio e distante
E pouco lhe interessa o que fazemos ou deixamos de fazer.
O Tempo cria e destrói, o Homem une e separa.
O Tempo não sente, o Homem chora e ri à gargalhada.
O Tempo sabe tudo porque já viveu a vida, o Homem nada sabe porque é cria.
O Tempo é o pai, o Homem o filho.
Não gastemos as nossas orações com ele,
E muito menos o nosso latim,
O Tempo é surdo e cego e não nos quer ouvir.
É arrogante, ganancioso, poderoso,
E nada quer, nada ganha, nada perde,
De nós, porque somos apenas formigas,
Perdidas e sozinhas, numa fracção de segundo
Do que ele é. Ele é o Tempo,
O Rei que nunca morrerá,
O Rei que ao apocalipse sobreviverá.
O Tempo é o nosso Deus,
Mas o único Deus que não nos salvará.
-JM