Conhecendo a vizinhança

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Depois de muitas horas no avião, finalmente cheguei em Seul. Meu coração batia acelerado enquanto saía do aeroporto e entrava no táxi. Falei o endereço para ele, que entendeu tudo rapidamente, fazendo com que eu sentisse orgulho de mim mesma, pois todas aquelas aulas de coreano haviam dado certo. Enquanto seguíamos viagem, olhei pela janela, tentando capturar cada detalhe daquela cidade maravilhosa. Era simplesmente lindo! Cada prédio, cada rosto, tudo!

Eu estava eufórica. Mal conseguia parar de sorrir. Comecei a dar pequenos pulinhos no banco do motorista, mal podendo me conter. Sentia uma grande necessidade de me movimentar, de sair correndo, dançar, etc. Milhares de pensamentos surgiram em minha mente ao mesmo tempo, atropelando-se, não fazendo mais sentido depois de um tempo. O tempo parecia passar devagar, fazendo-me ficar impaciente.

- Vademoramuito? - falei, rápido demais.

O motorista olhou para mim pelo espelho retrovisor.

- O que disse, senhorita?

- Perguntei se vai demorar muito - falei mais devagar, bufando de insatisfação em seguida. Esse cara não conseguia entender uma pergunta?

- Estamos quase chegando.

- Que seja. - falei, olhando pela janela. A paisagem de Seul não estava mais tão encantadora agora.

Em alguns minutos, chegamos ao meu destino: um grande prédio em uma rua movimentada de Seul. Ficava perto da faculdade e não era caro. Era o que eles chamavam de Goshiwon: pequenos e baratos quartos que serviam, principalmente, para acomodar universitários. Desci do táxi, paguei o motorista e subi as escadas da entrada. Um senhor veio me cumprimentar, curvando-se. Fiz o mesmo e ele me disse que era o dono do prédio. Falei imediatamente meu nome e ele pegou uma chave, dizendo para segui-lo. Ele me ajudou com as malas e subimos as escadas com dificuldade. Chegamos ao terceiro piso, onde ele me guiou até o último quarto da esquerda: era bem pequeno, havia somente uma cama, uma mesa, uma cadeira e algumas prateleiras. Enquanto eu colocava minhas malas perto da cama, ele não parava de dizer as regras:

- O toque de recolher é ás dez horas da noite. Você não pode receber ninguém em seu quarto depois desse horário. Não coloque sons muito altos, para não perturbar os outros vizinhos. O banheiro fica no final desse corredor, e você terá que dividi-lo com os outros. Aproveite a estadia. - ele se curvou e eu fiz o mesmo.

Assim que ele saiu, comecei a arrumar meu quarto. Demorou várias horas para que ficasse pronto e quando terminei me sentia cansada, mas ao mesmo tempo, estava eufórica. Queria conhecer aquela cidade e saber qual a distância do meu novo lar para a faculdade. Assim, peguei algum dinheiro para comprar alguma coisas para comer e saí dali.

Desci as escadas de dois em dois degraus, de tão eufórica que estava. No entanto, em certo momento, calculei mal a distância entre os degraus e o peso do meu corpo me puxou para a frente. Minha respiração parou e me preparei para o choque com o chão, porém, algo me segurou pela cintura, puxando-me para cima.

Era o braço de um garoto apenas um pouco mais alto que eu, tinha cabelos lisos, da cor castanho escuro, olhos escuros e pele cor de marfim. Ele me segurou firmemente, enquanto eu ainda me recuperava do choque.

- Opa! Cuidado! - ele falou, abrindo um belo sorriso.

Soltei um riso sem graça, ainda arfando.

- Nossa! Obrigada! - ainda estava sem ar, mas já conseguia ficar em pé sozinha, então ele afastou o braço.

- Escadas são traiçoeiras - ele sorriu - Qual é o seu nome?

- Tereza, mas pode me chamar de Tessa. E o seu?

- Byun Baekhyun - ele se curvou. Fiz o mesmo - Você é estrangeira, certo?

- Tá meio óbvio, né? - Eu não tenho um nome estranho, pensei.

- Não, eu sei, só perguntei para confirmar - ele deu um riso sem graça, coçando a cabeça.

Ótimo, deixei o menino desconfortável. Bom trabalho, Tessa! 

- Então você vai morar aqui também? - perguntei, tirando algumas mechas de cabelo do meu rosto.

- Tá meio óbvio, né? - ele sorriu e eu o acompanhei - Estou brincando. Vou sim. Estou no segundo andar.

- Ah, eu moro em cima de você! Quer dizer, não em cima de você, no andar acima do seu. - senti minha bochechas queimarem. Sempre ficava um pouco nervosa perto de pessoas bonitas. - Estou no terceiro andar - conclui, querendo abrir um buraco no chão e sumir.

Ele apenas riu.

- Ah, bom saber! - Ele olhou para os degraus que levavam ao segundo andar e depois para mim - Eu queria conversar mais, mas tenho que terminar de arrumar meu quarto. Espero te encontrar novamente - ele deu uma piscadela.

Senti uma breve falta de ar, mas ela logo passou.

- Também espero te encontrar novamente - falei e Baekhyun subiu as escadas rapidamente, enquanto eu seguia o meu caminho até o térreo.

Saí daquele prédio, suspirando e comecei a andar pelas ruas de Seul. Andei até onde ficava minha faculdade e calculei que levaria apenas uns dez minutos do meu novo lar para cá: não precisaria me preocupar muito com o horário de despertar, já que me arrumava rápido. Assim, resolvi voltar para meu prédio. No caminho, meu celular vibrou em meu bolso: minha mãe mandara uma mensagem:

Você já chegou? Está tudo bem?

Comecei a digitar um "está tudo bem" enquanto andava, quando alguém esbarrou fortemente contra mim, fazendo meu celular cair no chão, ao mesmo tempo que algo molhava toda a minha blusa e um pouco do meu rosto. Fiquei paralisada, tentando controlar as emoções, enquanto ouvia:

- Meu Deus! Desculpa! Você está bem?


Olá pessoal ^^

E aí? Quem será que esbarrou na Tessa? Não perca o próximo capítulo *-*

Delirium [Chanyeol]Onde histórias criam vida. Descubra agora