Mais brilhante que as estrelas

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Meses se passaram e tudo parecia estar se ajeitando. Embora eu ainda tivesse alguns surtos e crises, sentia que havia melhorado um pouco mais. Continuei sendo uma das melhores alunas da minha sala, dediquei-me ainda mais ao estudos e estava até pensando em procurar um emprego. Chanyeol era o melhor namorado que eu poderia querer. Via-me apaixonada por ele cada vez mais. Nunca fora uma pessoa romântica, mas por ele, fazia um esforço.

Neste momento, estávamos sentados dentro de um táxi, a caminho de um fino restaurante, em que Chanyeol insistira em minha levar. Minha cabeça estava encostada em seu ombro e ele estava particularmente bonito: no estilo casual chique, vestia uma camisa social azul claro, com um paletó cinza por cima, calça jeans preta e sapatos sociais marrons. Eu estava com um vestido azul marinho simples, um cinto vermelho e salto alto bege.

Entrelaçamos nossos dedos e logo chegamos ao nosso destino. Entramos no sofisticado restaurante e logo fomos recepcionado por uma funcionária.

- Eu tenho uma reserva no nome de Park Chanyeol. Mesa para dois. - Chanyeol disse, ao que a recepcionista checou em seu tablet.

- Ah, Sr. Park. - ela assentiu - Por favor, sigam-me.

Fizemos o que ela pediu, andando em meio a mesas repletas de pessoas de classe social alta. Senti-me um pouco deslocada, mas Chanyeol apertou minha mão, dando-me um sorriso, enquanto chegávamos à nossa mesa. Sentamos-nos e logo um garçom veio nos entregar o menu.

- Estou um pouco nervosa. Nunca havia frequentado um lugar desse antes - admiti.

- Está tudo bem. Confie em mim - ele sorriu.

Quando o garçom voltou, Chanyeol pediu que fosse servido bibimbap junto com uma garrafa de champagne. O funcionário assentiu, sumindo do meu campo de visão.

- Eu costumava comer aqui com minha família - Chanyeol disse, soltando um suspiro.

- Posso te fazer uma pergunta? - ele assentiu - Por que você não usa sua herança? Sabe, você tem dinheiro suficiente para me trazer para jantar aqui. Por que não o utiliza para ter uma vida melhor?

Ele olhou para as próprias mãos, seu rosto assumindo uma expressão triste.

- É porque... De alguma forma, eu sinto que esse dinheiro é da minha mãe, não meu. - ele suspirou - Além disso, gosto de viver sem muito luxo.

Assenti, deslizando minha mão sobre a mesa e pegando a de Chanyeol, que abriu um belo sorriso. Não entendia totalmente como ele se sentia, afinal nunca havia sentido a dor de perder um familiar tão próximo, mas estaria do lado dele sempre que precisasse.

A refeição foi servida e nós comemos, conversando sobre algumas coisas. O garçom nos serviu o champagne e eu peguei minha taça, dando um gole na bebida, sentindo o gosto adocicado e a maciez das bolhas em minha boca.

- Ah! Estou bebendo estrelas! - exclamei, sorrindo, lembrando-me de A culpa é das estrelas.

- O quê? - Chanyeol perguntou, parecendo confuso.

- Nada, é só algo que li em um livro - dei um risinho.


Ao final da refeição, Chanyeol pagou a conta e saímos do restaurante. Entrelaçamos nossos dedos e começamos a passear um pouco pelas ruas de Seul, observando as estrelas. Chanyeol parecia tão feliz quanto eu naquele momento. Todas as vezes em que estava com ele, desejava mentalmente que aquele momento se estendesse pelo infinito. Eu me sentia tão bem perto dele...

Chegamos ao local onde ficava o rio Cheong-gye-cheon, um ponto turístico de Seul. O curso de água corria entre duas calçadas, onde havia alguns degraus às margens da água. Descemos por uma escada em direção a eles, nos sentando. O local estava cheio de gente, desde de casais até turistas.

Observei o movimento da água enquanto Chanyeol brincava com meus dedos. Encostei minha cabeça em seu ombro e sentia que ele sorria. Passamos um tempo em silêncio, até que o ouvi dizer:

- Tenho uma coisa para te dar.

Desencostei minha cabeça, endireitando-me, enquanto Chanyeol retirava uma pequena caixinha retangular azul marinho. Ele sorriu, abrindo-a e revelando um delicado colar dourado, com um pingente de estrela de seis pontas.

- Era da minha mãe. Ela queria que eu o desse para uma pessoa especial, uma pessoa importante para mim - Chanyeol tirou o colar da caixinha, abrindo o fecho - Quero dá-lo a você.

Eu fiquei sem palavras. Abri o maior sorriso que consegui, enquanto me virava e segurava meus cabelos, para que Chanyeol o colocasse em meu pescoço. Senti meus olhos se encherem d'água enquanto tocava o delicado pingente.

- Chanyeol, eu nem sei o que dizer... - pronunciei, a voz entrecortada.

Ele se aproximou, acariciando minha bochecha e analisando cada parte do meu rosto, seus olhos brilhando.

- Eu te amo, Tessa - sussurrou, próximo aos meus lábios.

- O quê? O que você disse? - perguntei, não acreditando no que tinha ouvido.

- Eu disse que eu amo você, estressadinha - repetiu, abrindo um belíssimo sorriso.

Era a primeira vez que alguém, sem ser minha família, me dizia aquilo. E eu podia jurar nunca havia ficado tão feliz em ouvir aquela frase.

- Eu também amo você, idiota - falei, porque era verdade. A verdade que meu orgulho não me deixava admitir, mas que naquele momento, eu tinha coragem para dizer.

Os olhos de Chanyeol brilhavam enquanto ele sorria e nos beijamos delicadamente. Quando nos afastamos, entrelaçamos nossos dedos, encostei minha cabeça em seu ombro e observamos as estrelas. No entanto, o brilho delas em nada se comparava com o brilho dos olhos de Chanyeol.

***

Vários dias se passaram e eu continuava tão feliz quanto nunca, principalmente depois de Chanyeol ter dito que me amava. Todos ao meu redor percebiam minha felicidade e eu sentia que daquela vez seria diferente.

Estava concentrada em uma das minhas aulas quando meu celular vibra, desviando minha atenção do professor. Peguei-o discretamente, lendo a mensagem que chegara:


O idiota que amo: Minhas aulas terminaram mais cedo

O idiota que amo: Quando as suas terminarem, me encontra no parque que fica perto do prédio

O idiota que amo: Quero te mostrar uma coisa


Digitei um "ok" enquanto sorria e bloqueei a tela, voltando a prestar atenção na aula.


Saí apressada da faculdade, querendo chegar o mais rápido possível ao parque. Estava curiosa sobre o que Chanyeol queria me mostrar, mas antes de tudo, queria simplesmente ficar com ele, conversar e admirar seu belo sorriso. Andei rapidamente pelas ruas desertas, desejando cobrir aquela distância.

Então, uma estranha sensação de estar sendo seguida me invadiu. Olhei para os lados, mas não havia ninguém naquelas ruas além de mim. Caminhei mais rápido, sacudindo a cabeça. Devia ser apenas impressão minha.

Mas não era.

Tudo durou uma fração de segundo: um carro preto parou ao meu lado, de onde um homem encapuzado saiu, segurando-me e pressionando fortemente um pano molhado contra meu nariz. Debati-me, tentando me soltar, porém aquele cara me segurava forte demais e eu me sentia cada vez mais fraca. Tudo começou a sair do foco e percebi que estava caindo enquanto tudo se tornava escuro.

A última coisa que vi foi o céu do fim de tarde antes de perder os sentidos.


Hey guys! ^^

Espero que tenham gostado!

O que será que aconteceu com a Tessa? Saiba no próximo capítulo!

XOXO <3

Delirium [Chanyeol]Onde histórias criam vida. Descubra agora