Foi por pouco

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>> Manuela on <<

Tudo estava embaçado e eu não tinha forças pra levantar. A arma que antes estava na minha mão agora estava jogada no chão distante do meu corpo. Se invadiram a minha casa, onde estão os invasores? Pensei em Christian e Estela. Forcei o meu corpo para que levantasse. Falhei. Caí novamente no chão.

Depois de alguns instantes consegui levantar com muita dificuldade. O impacto que atingiu meu corpo foi enorme. Peguei a arma que estava jogada no chão, carreguei e comecei a procurar por meu marido e minha filha. Não os encontrei na sala. Aquilo estava agoniante, saber que pode ter acontecido algo horrível com eles e eu não ter feito nada para ajudar.

Subi as escadas com dificuldade, minha cabeça e meu corpo doíam muito. Assim que cheguei no segundo andar ouvi uns barulhos vindo do quarto que eu havia me escondido. Se eles estavam lá mesmo, por que lá? O corredor é longo. Aqui tem outros quartos. Pensei que com certeza havia uma cilada ali. A luz estava apagada e parei de me movimentar.

Me apoiei na parede. A arma estava carregada na minha mão. Eu não ia ficar no meio do caminho, fui andando encostada na parede. Eu estava cada vez mais próxima do quarto e atenta à qualquer movimento que ocorria. De repente um tiro disparou na minha direção como previsto. Não me acertou. Estavam querendo me machucar, agora devem estar achando que estou morta. Ouvi os gritos de ódio e desespero de Christian, ele achava o mesmo.

Com cautela encostei na porta e ouvi tudo o que falavam do lado de dentro.

- Sua esposinha já era. Mas sua filha ainda está viva. - A voz de Osvaldo se manifestou e eu reconheci.

- Não toque nela. Ela não tem nada a ver com o que está acontecendo. - Christian disse furioso.

- Acontece que os pais da sua finada esposa me devem. Ela acabou de pagar um pouco dessa dívida com a própria vida agora a sua filha vai pagar a outra parte. - Ouvi ele encostando na maçaneta, e antes que pudesse abrir sem pensar duas vezes e temendo pelo que poderia acontecer, eu atirei sem saber quem acertaria.

Ouvi o impacto de um corpo no chão e abri a porta. Osvaldo estava caído com um tiro na garganta. O sangue estava se espalhando rapidamente.

Christian estava assustado com toda a cena. Ele estava preso à uma cadeira no canto do quarto vazio. John estava lá dentro e me olhou com ódio.

- O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ SUA DESGRAÇADA? ERA PRA VOCÊ ESTÁ MORTA. - Ele disse se aproximando e antes que pegasse a arma eu apontei na direção dele primeiro.

- Acontece que a armadilha de vocês não deu certo. Vocês já deviam saber que eu não sou uma garota qualquer. Sou filha dos maiores assassinos do país. Vivos ou mortos continuam sendo meus pais. - Eu disse segurando a arma com uma mão só.

- Isso com toda a certeza não vai ficar assim sua bastarda. - Ele disse se aproximando do corpo de Osvaldo. - Irei fazê-la pagar meu amigo. - Ele disse para Osvaldo que não pôde ouvir e saiu do quarto rapidamente.

Corri até Christian soltando as cordas que o amarravam. O sangue escorria de sua cabeça até seu rosto.

- Está doendo muito? - Perguntei vendo com cuidado o ferimento.

- Calma. O importante é que estamos bem. E que porra foi essa que você fez? - Ele disse olhando para o corpo de Osvaldo

- Era a minha família que estava em jogo. - Eu disse sorrindo.

- Estela está no nosso quarto. Consegui trancá-la lá dentro enquanto eles entravam. - Ele disse e fomos até o quarto que ele havia dito. Assim que a porta se abriu. Fomos até o berço e ela estava dormindo pesadamente como sempre. Ficamos observando ela, agradeci em silêncio por estar à salvo. Por pouco não aconteceu nada grave.

- Temos que sair daqui o mais rápido possível. - Christian disse indo até a cama e jogando seu corpo na mesma.

- Para onde vamos? - Eu disse me aproximando.

- Qualquer lugar. Temos que ter mais segurança. Hoje você teve que matar alguém pois ele ia matar a Estela.

- Irei fazer isso quantas vezes for preciso. - Respondi.

- Esse é o problema. Matar não pode virar algo normal. Temos que sair daqui e tentar ir para um lugar seguro. - Ele disse se levantando novamente.

- Não existe nenhum lugar seguro. Devo ser a garota mais procurada por todas as máfias do país e de fora dele. Onde formos vamos ser encontrados querendo nós ou não. - Eu disse olhando para Christian.

- Só vamos tentar. Eu sei que é possível acontecer uma tragédia. Mas vamos dar o nosso máximo para que não aconteça. Ou se acontecer quero ter certeza de que eu realmente tentei. - Ele disse abaixando a cabeça.

- Vamos fazer isso imediatamente okay? - Eu disse me aproximando e abraçando ele. Ele retribuiu o abraço e ficamos ali apenas aproveitando o pequeno momento de paz que tivemos.

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