Será se estou...

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Normalmente eu responderia que era um simples torpedo na qual eu não respondi, mas o olhar de Christian realmente me fez ter medo e fiquei paralisada por um curto momento.

- Eu não respondi. - Respondi com a voz baixa

- Percebi. Ele parecia íntimo não é mesmo? - Assim que ele disse isso se afastou do celular e sentou na cama. Sentei ao seu lado.

- Amor? - Eu o chamei e ele me olhou com os olhos marejados.

- Eu fico com medo. Já aconteceu tanta coisa entre nós, já fizeram coisas horríveis pra me ver longe de você. Fico pensando que se isso acontecesse de novo e você não conseguisse sair bem como antes sabe?. Você é a única coisa que me faz feliz, antes de você eu era um homem totalmente sem sentimentos e eu nunca achei que alguém me faria mudar o que eu fui em 22 anos da minha vida.

E naquele momento comecei a pensar em tudo que já tinha acontecido, realmente a morte me perseguiu em vários momentos mas, Christian se mostrou presente e disposto à me salvar sempre. Era como se estivéssemos ligados, tudo o que aconteceu comigo ele sentiu. Eu estava pensando no que ele disse quando me veio algo que me fez correr para o banheiro rapidamente. Chegando lá acabei vomitando e fiquei um pouco tonta. Christian sem entender o que tinha acontecido me ajudou a levantar, fui até a pia lavar o meu rosto e ele me perguntou.

- Manuela? Tem algum risco de...

- Não! Não tem! Eu nem tenho 19 anos, ainda irei fazer daqui há 4 meses. Isso não é possível Christian.

  Eu estava enganada. Claro que era possível. Quantas vezes eu e Christian acabamos vacilando esquecendo de nos lembrar que existia uma coisa chamada pílula do dia seguinte e até mesmo injeções. Eu me desliguei muito sobre o assunto e agora o medo estava me corroendo. Só de pensar que era possível ter uma vida crescendo dentro de mim, não consigo cuidar nem de mim mesma, como irei conseguir cuidar de um bebê?

- Manuela. Não importa o que seja, iremos cuidar do que fizemos. Eu te amo minha princesa. - Ele disse beijando minha testa e em seguida me abraçando e aquilo espantou qualquer sensação ruim que eu estava tendo, me deixou feliz. Claro que eu já havia pensado na hipótese de ter um filho, mas não sabia que aconteceria tão cedo.

- Vamos ver isso certinho. Caso o enjôo continuar compramos uns testes de farmácia. - Eu disse olhando pra ele

- Sim. Ainda não temos certeza. Mas eu seria o cara mais feliz do mundo caso isso acontecesse. - Christian abrindo um sorriso gigante me surpreendeu, a reação dele foi algo fofo de ver. Fiquei ainda mais feliz e o beijei. Aquele beijo era o que me sustentava dia após dia, era o beijo que eu queria ter todos os dias da minha vida. Christian era tudo aquilo que eu não sou, ele é o meu oposto mas mesmo assim continuamos tão parecidos em sentimentos, no amor, em como vemos um ao outro. Não sei exatamente se eu nasci pra ser dele ou se ele nasceu pra ser meu, mas o que eu sei é que naquele momento, eu só pensei em como eu o pertencia de uma forma que nunca pertenceria à outro alguém.

2 semanas depois

E lá estava eu na farmácia pegando 3 testes de gravidez. Desde aquela primeira vez que passei mal, eu acabei passando mal outras vezes e acabei decidindo vim comprar o teste de uma vez. Assim que fui pagar o exame, o moço da farmácia me olhou de uma forma como se eu fosse uma adolescente rebelde que estava com suspeita de gravidez e estava fugindo dos pais e meu namorado me abandonou. Na realidade eu não fugi dos meus pais, eles simplesmente me deram de brinde pro Christian e por incrível que pareça hoje em dia estamos casados, nós nos amamos e estamos felizes com essa novidade apesar de ter vindo mais cedo do que imaginávamos. Christian agarrou minha cintura e deu um beijo em minha bochecha. Assim que o homem da farmácia viu ele, um homem mais velho com um terno ao meu lado fez uma cara um pouco assustado mas logo entregou os testes e nos desejou um bom dia.

- Você viu a cara daquele cara. Eu vou voltar lá e perguntar o que ele tem a ver comigo pra me olhar daquela forma. Nunca mais compro nada aqui! - eu disse stressada assim que entrei no carro. Christian logo soltou uma gargalhada alta e disse

- Amor, calma. Ele realmente não tem nada com a nossa vida. Não voltamos mais aqui.

- Ótimo. Agora só nos resta tirar essa dúvida que está tirando o meu sono.

- Ah, se fosse só o seu. - Christian disse e logo saímos dali deixando pra trás a farmácia na qual eu nunca mais boto os meus pés.

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