Coincidência

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>> Manuela <<

Passamos uma semana e meia em Paris, visitamos lugares lindos e tivemos momentos maravilhosos, mas infelizmente teríamos que voltar hoje. Christian teve uma ligação de seu pai, e recebeu a proposta de ser o responsável pela nova empresa que seu pai tinha montado em Londres. Ele pensou, conversou comigo e logo concordamos que seria uma boa idéia. Ele que estava disposto a ajudar seu pai e eu o apoiei.

Depois da longa e cansativa viagem de volta, chegamos em Londres novamente, onde nosso motorista nos aguardava.

- Quando vai resolver as coisas sobre a empresa?

- Amanhã começarei... Será complicado mas acho que dou conta.

- Também acho. - Eu disse sorrindo e ele retribuiu.

Chegando em casa, vi tudo em ordem e subi pro quarto sozinha levando uma mala. Eu queria arrumar as coisas agora pra ficar livre disso depois. Enquanto eu arrumava, Christian entrou no quarto depois de demorar um certo tempo lá em baixo, ele parecia um pouco pensativo.

- Eu recebi uma ligação. - ele disse fitando o chão.

- Agora? - Eu disse o olhando.

- Sim. - Ele disse seco

- E quem era?

- Disseram que você foi vista com um garoto, e tiraram fotos.

- Como assim? - Ele disse e logo em seguida mostrou uma foto na qual eu estava com Marcos. No parque, no dia que aconteceu aquele problema envolvendo a Amanda.

- Ah... isso foi no dia que eu vi você e a Amanda... se beijando... - Eu disse e fiquei um pouco cabisbaixa por lembrar daquela situação.

- Você fez alguma coisa com ele Manuela? - Ele disse alterando seu tom de voz, o que acabou me incomodando.

- Não Christian, se você está insinuando que eu te trai, diferente de você eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas. - Eu disse com o tom de voz irritado e sai do quarto. Eu estava falando a verdade, e ver que Christian estava desconfiado de mim depois de ele ter feito aquilo com Amanda. Não importa se ele não quis por vontade própria, mas ele fez e já está feito. E Eu não fui como ele. Fui até o jardim e sentei no banco tentando pensar em outra coisa a não ser isso.

- Manuela... - Christian disse andando até onde eu estava.

- O que foi? - Eu disse levantando e ainda alterada.

- Por que não me contou que estava com esse garoto? - Ele disse me olhando fixamente

- Você contaria? - Eu disse, ele não respondeu, ficou em silêncio. Entrei em casa novamente e peguei minha bolsa e meu violoncelo. Eu precisava fazer algo diferente e distante dali. Eu avisei o motorista que não queria que ele me levasse. Eu iria sozinha.

>> Christian <<

Recebi uma ligação assim que cheguei em casa, na qual estranhei muito pois o número estava restrito e eu atendi apenas por curiosidade.

- Alô?

- Christian Grey.

- Quem é?

- Não importa. Mas imagino que importa você saber algo sobre sua esposinha querida.

- O que você está querendo dizer? - Eu disse ainda confuso.

- Ela foi vista sendo consolada por um homem que não era você.

- Como assim?? - Eu disse alterado.

- Olhe as fotos.

Na hora a pessoa desligou e logo em seguida recebi mensagens com várias fotos de Manuela com aquele Marcos. Eles estavam no parque e ela parecia estar sendo bem consolada. Uma fúria subiu e imediatamente fui até o quarto questionar Manuela sobre isso. Sei que o que fiz naquele mesmo dia não foi certo, mas por que ela não me disse? Estava escondendo algo pra não me dizer?

>> Manuela <<

Cheguei à um teatro. Ele estava vazio e perdi permissão pra tocar cello lá. Me posicionei no centro do palco e vi a platéia escura e vazia, imaginei que estivesse cheia e imaginei o nervosismo que eu estaria. Logo deslizei o arco sobre a corda e iniciei a música. Ela me libertava de uma forme inexplicável e eu conseguia realmente esquecer muitos dos meus problemas quando estava lá tocando. Assim que terminei ouvi palmas e tentei ver de onde vinham, logo a pessoa foi se aproximando. Ela estava posicionada na última fileira.

- Foi lindo Manuzinha.

- Marcos? O que está fazendo aqui?

- Te vi entrando e se posicionando, e como nunca ouvi você tocando resolvi entrar.

- Devia ter me avisado... - Eu disse um pouco envergonhada

- Ei, foi lindo. Eu amaria ouvir outra.

- Quer mesmo?

- Estou esperando. - Ele disse se sentando em uma cadeira próxima à onde eu estava. Iniciei outra música, ao contrário da outra essa era mais obscura, por ser uma música fúnebre. Por estranho que pareça eu achava bonito músicas com esse estilo, se tornavam mais emocionantes. Enquanto eu tocava Marcos me olhava fixamente.

>> Marcos <<

Eu estava indo lá no teatro entregar uns papéis da empresa, assim que vi Manuela entrando dentro do teatro com o violoncelo, vi que era uma ótima coincidência e resolvi ver o que ela faria. Me posicionei na última fileira, estava escuro, a única luz que havia era a que iluminava o palco onde Manuela estava. Olhei ela durante toda a música, e fiquei ainda mais encantado com a forma que ela sentia aquilo, seus olhos fechavam suavemente em certas partes da música. Assim que acabou não resisti e bati palma, ela se assustou mas assim que me viu, sorriu. Pedi que ela tocasse mais uma, dessa vez eu estava sentado próximo a ela, o que me permitia ter uma visão ainda melhor da beleza dela.

Assim que ela finalizou, eu a parabenizei novamente.

- Você toca muito bem.

- Obrigada. - ela disse corando. O que me fez sorrir.

- Quer tomar um café?

- Não sei..

- Ah vamos, é aqui pertinho.

Ela acabou aceitando depois de minha insistência. Nos direcionamos para fora do teatro e eu ajudei ela a guardar o violoncelo, mesmo ela insistindo que dava conta de carregá-lo sozinha. Em seguida, entramos no carro e fui dirigindo até o café que ficava há algumas quadras dali.

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