Ameaças Anônimas

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>> Manuela on <<

Quando a festa acabou, fui para o meu quarto. Já tinha feito Estela dormir, agora era a minha vez. Peguei minhas coisas para poder tomar um banho, mas antes, conferi se Estela estava dormindo bem.

Ela parecia um anjo. Abri um pequeno sorriso, entrei no banheiro. Ouvi o barulho da porta e imaginei que fosse Christian.

- Amor? - Eu falei alto do banheiro. Não me responderam e eu chamei de novo. - Christian? É você? - Não me responderam novamente e senti um pressentimento estranho.

Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e quando sai não havia ninguém no quarto. Estranhei ainda mais quando vi a porta fechada e logo em seguida sendo aberta por Christian. Ele percebeu minha feição.

- O que aconteceu? - Ele perguntou sério.

- Eu ouvi a porta sendo aberta e alguns movimentos, achei que fosse você mas quando vim aqui não tinha ninguém.

- Calma meu amor, você deve ter ouvido errado. - Ele disse me abraçando. Nos aproximamos do berço de Estela e ela estava lá em uma posição diferente da qual estava antes.

- Christian eu tinha colocado ela em outra posição. - Eu disse alterando a voz.

- Ei! Calma. Você está alterada. - Ele disse segurando minha mão tentando me acalmar.

Fui tentando me controlar, vesti uma roupa e me deitei. Christian logo se deitou ao meu lado e me beijou.

1 Semana Depois.

Sabe aquela sensação de estar sendo vigiada? Era exatamente essa sensação que eu estava tendo dentro da minha própria casa, estava sendo sufocante. Mesmo com o Christian fazendo o possível para me acalmar e tentar tirar da minha cabeça essa sensação, ela não passava. Estela estava bem, era uma das únicas coisas que mantinham calma.

Eu ainda não tinha falado para Christian o que ouvi dos meus pais. Ele estava sentado na cama com Estela no colo. Ela dormiu em seus braços e eu estava admirando a cena. Ele se levantou e colocou nossa filha no berço. Assim que se sentou comigo eu disse:

- Precisamos conversar.

>> Christian on <<

Aquilo não era nada confortável de se ouvir. Mas dei atenção à Manuela e perguntei qual era o assunto.

- É algo delicado... - Ela disse.

- O que aconteceu amor? - Perguntei.

- Conversei com meus pais na noite da festa. E eles me contaram algo. - Ela disse e deixou umas lágrimas escaparem.

- Fala amor. Por que você está chorando?

- Eles não são meus pais biológicos. - Ela disse e eu não acreditei por um momento. Como aquilo poderia ser verdade? E porque esconderam esse tempo todo?

- Isso é realmente sério?

- Você acha que eu brincaria dessa maneira. Bom, bem que eu queria que fosse uma brincadeira mas não é. - Ela disse se levantando e indo até a janela.

- Então quem são seus pais meu amor? - Eu perguntei me aproximando dela e a mesma ficou de frente comigo.

- É isso que eu queria saber.

2 dias depois.

Ainda estava sendo complicado descobrir as origens de Manuela. Ela me contou que seus pais eram assassinos, isso me assustou e acabou confirmando algo que eu já tinha ouvido antes.

~ Flash Back on ~

Eu tinha acordado e era o meu aniversário de 14 anos. Eu estava feliz como qualquer garoto ficaria. Meu pai prometeu que me levaria à um jogo que eu estava com muita vontade de ir. Assim que sai do meu quarto ouvi meu pai conversando ao telefone no quarto dele, a porta estava entreaberta.

- Claro que a menina não pode saber.

Me aproximei da porta tentando ouvir mais claramente o que ele falava.

- Os pais dela não tem nada a ver com isso. Nem pense que isso irá fazer com que nosso trato seja desfeito. Eles acabaram com muitas vidas e deixaram pessoas infelizes, nada mais justo do que fazer a filhinha deles provar do próprio veneno.

~ Flash Back off ~

Eu nunca havia entendido de quem ele estaria falando, até tinha minhas desconfianças de que fosse sobre Manuela, mas não sabia que ela era adotada e filha de assassinos. Seus pais podem estar vivos ou mortos. Não posso dar esperanças para que ela pense que irá conhecê-los logo. Isso complicaria as coisas.

Liguei para um cara que era bom no que fazia. Ele conseguiria descobrir algo sobre Manuela e seus verdadeiros pais.

>> Manuela on <<

Christian disse que iria fazer o possível para que eu descobrisse minhas origens. Isso me deixou mais relaxada. Eu estava sentada no sofá com Estela quando a empregada me chamou.

- Senhora Manuela, chegou uma correspondência para a senhora. - Ela disse e me entregou a carta.

Entreguei Estela para a mesma e abri o envelope. Era uma carta escrita à mão.

" Manuela, deve estar se perguntando quem você é. De onde veio, ou de quem. Com certeza percebeu uma sensação de vigilância há alguns dias, isso é bem nítido, não consegue esconder suas emoções. Estou realmente de olho em você, mas não é de alguns meses atrás, e sim de anos. Sei muito bem quem são os imundos dos seus pais, e não esquecerei tudo que eles fizeram à minha família, sua pequena filha irá pagar por isso, porque você ainda é pouco.

- Com carinho, seu pior pesadelo."

Entrei em desespero deixando o envelope ali, procurei por Estela e os empregados não souberam informar onde ela estava, pois a empregada que estava com ela também havia sumido.

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