Quando finalmente teve coragem o suficiente fluindo pelo seu corpo, Alice abriu os olhos, percebendo que ainda se agarrava ao homem pálido, sua respiração quente estava em seu pescoço, causando-lhe cócegas. Ela se separou dele, socando-lhe o rosto e virando-se para correr. Alice tirou seu casaco, deixando-o para trás. Precisava se mover mais rápido.
O local para que ele a trouxera era escuro, uma viela estreita devido a proximidade de dois prédios, um de tijolos e um de uma parede pichada com dizeres ofensivos. As pernas dela doíam, mas ela continuava a correr. Com um baque surdo no chão, o homem apareceu em sua frente, fazendo-a escorregar e cair, seu cotovelo indo em direção às rachaduras do chão, começando a latejar.
- Pare. – O homem ordenou, calmamente, surpreendendo a garota com sua voz grossa, porém macia, que causava certo ar persuasivo.
Alice semicerrou os olhos e se levantou, correndo na direção oposta assim que se levantou. Alice ouviu a movimentação de carros e correu naquela direção, ainda não entendendo como ele a levara para aquele local.
- Pare. – Ele repetiu, aparecendo inesperadamente na frente dela. Alice arregalou os olhos e, com esforço, tentou acertá-lo com a faca, fazendo um arco pela cabeça dele. O homem a segurou e, com um chute, a lançou contra o chão novamente, segurando a faca que estava na mão dela. – Por que vocês são tão burras?
Ela rangeu os dentes, girando o corpo no chão, derrubando-o de costas contra o asfalto rachado e imundo.
- Quem é você!? – Ela perguntou, pulando sobre o corpo dele. Ela esperava que o homem expressasse algo, mas se decepcionou quando ele simplesmente agarrou o pescoço dela e a jogou de lado, agora, invertendo a posição, subindo em cima de seu corpo, ficando a milímetros de distância dos lábios dela, sentindo o hálito fresco de hortelã que exalava por entre os lábios finos de Alice.
- Knight – ele respondeu. A garota respirava firmemente quando ergueu a cabeça e, com a testa, acertou-lhe o rosto. Os movimentos dela eram rápidos e astutos. Ele estava vestido com uma blusa cinza que grudava em seu corpo devido ao suor, seu casaco preto contornava seus tornozelos enquanto seus pés eram cobertos por grossas botas de um couro sofrido pelo tempo.
Ela se ergueu, na expectativa de correr novamente, mas ele a agarrou pela perna, fazendo-a cair novamente. Ela bufou, tirando alguns fios de cabelo que haviam grudado em sua testa devido ao sangue seco. Ela se virou, ainda deitada no chão, fitando os olhos de Knight, observando-o.
- Não consegue parar de ser tão estúpida? – Ele a virou contra o chão, esmagando os seios dela consequentemente. – Achei que seria possível fazer isso sem ter que apelar – ele tirou um par algemas de dentro do bolso de seu casaco -, mas parece que vocês não conseguem nem ao menos agradecer.
- Agradecer!? – Logo depois de se mostrar indignada ela gritou, sentindo a algema apertando-lhe os punhos. Confome ela tentava se soltar das algemas, elas se apertavam ainda mais, machucando a carne de seus pulsos.
- Obviamente. – A voz dele saía de forma seca, mas sedutora, fazendo a garota querer que ele parasse de chama-la de estúpida e ingrata, mesmo que dissesse isso com outras palavras. Ele a segurou pelos braços e a levantou. – Eu salvei a sua vida.
Ela franziu o cenho, formando um pequeno v no meio de sua testa.
- Me salvou!?
- Você sempre fica fazendo perguntas com a última informação que lhe foi dada?
- Obviamente. – Ela respondeu, imitando-o sarcasticamente. – Já que eu não faço a menor ideia do que você está falando.
- Não sei se você percebeu, amorzinho – ele segurou o queixo dela com o polegar -, mas havia cabrecorneos caçando vocês.
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Voodoo Doll - O Despertar
ПриключенияO que você faria se pudesse caçar as trevas que existem em seu próprio ser? Alice Lovett sabia que não deveria existir, afinal, existia apenas porque alguém não a desejara. Os humanos chamam o procedimento da origem de Alice de aborto, mas ha duas...