Voodoo Doll - O Despertar

Capítulo XXXV

- O que foi aquilo, Alice!? – Vincent indagava enquanto as crianças comiam, as pernas encolhidas servindo de apoio para os pequenos pratos de plástico. – Você simplesmente nos deixou!

- Precisava vê-los...

- Você só queria saber sobre o Knight.

- Sim! E se você também se interessasse ao menos um pouco sobre ele, saberia que ele não nos traiu.

- Porra nenhuma, Alice!

- O Conselho admitiu na frente de todos, Vincent. – Ela arregalou os olhos enquanto gesticulava com as mãos. – Eles admitiram tudo sobre a iniciativa First Knight! Disseram que Knight está com eles para ajudar a nos destruir.

- Então ele realmente está contra nós.

- Não! Ele está sendo controlado. – Alice caminhou para frente, es barrando em seu ombro propositalmente, fazendo Vincent cambalear. – Eu realmente quero entender o que há com você, Vincent. Se nem mesmo a palavra do Conselho te faz acreditar que Knight está sendo controlado então, sinceramente, não sei o que fará.

Alice caminhou por entre as folhagens secas, sentando-se ao lado de Poetry, que raspava seu pequeno prato de plástico com um garfo ainda mais frágil do que seus dedos, o som causando certos arrepios no corpo da garota.

- Como você está, Poetry? – Ela indagou, esquecendo-se de Vincent. – Está bem?

O garoto maneou a cabeça positivamente.

- Está ansioso para conhecer a neve?

Novamente ele fez que sim.

- Alice – Celeste a chamou, nas mãos carregava sacos plásticos transparentes que revelavam uma roupa monocromática, porém brilhante, uma espécie de látex. – Acredita que seja melhor colocarmos nossas roupas.

- Por que? – A loira indagou, levantando-se novamente, limpando suas calças com o bater das mãos. Ela andou até Celeste, puxando-a para longe das crianças. As mulheres puderam sentir o repousar do olhar de Riri sobre seus ombros. – Não deveríamos falar dessas coisas perto das crianças.

- São apenas roupas, Alice.

- Roupas para a guerra. – Alice olhou de esguelha por sob o ombro. Riri, agora, distraía-se com sua comida. – Não quero deixa-las preocupadas.

Celeste sorriu.

- Você é boa, Alice.

- Não sou...

- Sim, você é! – Afirmou Celeste entregando um saco plástico para ela. – Vista-se e esteja pronta. As roupas podem nos proteger do frio e dos raios dos guardas do Conselho.

Alice respirou profundamente antes de abrir seus olhos e dizer:

- Celeste...gostaria de lhe pedir um favor...

- Sim, é claro...

O olhar da garota marejou-se enquanto os braços se colavam ao corpo, fracos.

- Quero que fique com as crianças.

- O que quer dizer?

Uma lágrima rolou pelo rosto da garota enquanto se virava, observando o círculo formada pelas crianças. Max recolhia seus pratos enquanto Steffan os colocava num saco plástico que, infelizmente, teria de ser descartado na própria floresta.

- Acho que sabe o que quero dizer. – Alice baixou a cabeça, observando a roupa por entre o plástico.

- Alice...nem pense nisso...