Capítulo 6

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Nós entramos no carro dele. Ele começou a dirigir.

-O que foi? -Ele perguntou quando percebeu que eu estava inquieta.

-Será que ele esta bem?

-Você esta brincando não é? É só um carro.

-Não é só um carro, o que voce faria se fosse o seu carro num estacionamento vazio e escuro. 

-Não sabia que o seu carro tinha medo de escuro.

-Ele é especial para mim.

-Tudo bem, tudo bem. Nós vamos pegar aquela lata velha e depois voce vai voltar para casa. 

-Eu espero que ele esteja lá.

-Talvez ele cansou de esperar e voltou para casa.

-Quer parar de me zoar?

-Não aguentei. -Logo chegamos no estacionamento da escola. 

-Não acredito. Esta fechado. - Eu não fazia ideia de que fechavam o estacionamento, eu sai do carro. - E agora ?

-Relaxa, e só pular.

-Ah sim, mas acho que meu carro não sabe pular portões de estacionamentos. 

-Tem uma outra saída lá dentro. E essa eu tenho certeza que não fecham á noite.

-Espero que não. -Ele parou na frente do portão e juntou as duas mãos para eu subir.

-Anda vai.

-Eu não consigo fazer isso.

-Fazer o que? Pular um muro, vai me dizer que nunca fez isso antes?

-Claro que não, não sou uma vândala.

-Isso não tem nada a ver. Anda Juliana, vamos logo, porque eu estou morrendo de sono já.

-Ah, e se eu cair ?

-É só levantar depois.

-Insensível. Mas...ele é muito alto.

-Eu vou levantar voce depois, deixa de frescura.

-Tá, eu vou. -Eu coloquei o pé sobre as mãos dele, ele me levantou e me jogou para cima sem nenhum aviso, eu passei pelo outro lado e cai de bunda no chão. Ele rapidamente pulou perfeitamente. 

-Essas garotas de hoje em dia não sabem nem pular um muro. 

-Não quando são arremessadas para o outro lado.

-Você podia ter dado um jeito, vem vamos. -Ele realmente não me ajudou, eu me levantei, não tinha nenhuma luz no estacionamento, estava tudo escuro. 

-Eu só trouxe um lanterna, fique perto de mim.

-Porque aqui é tão escuro.

-Esta de noite, Juliana.

-Eu sei mas...devia ter alguma luz por aqui.

-Você se lembra aonde estava o seu carro?

-Não estava muito longe da entrada.

-Então voce vai na frente. -Ele me empurrou para frente dele.

-Ei, porque eu?

-Talvez porque é o seu carro?

-Então me da a lanterna.

-Claro que não, eu ilumino para voce.

-Eu só estou vendo a minha própria sombra.

-Juliana, voce sabe quantas horas são? Quanto mais voce demorar, mais tarde vamos sair daqui. 

-Eu não consigo ver nada. -Eu dei alguns passos. -Era aqui, ele estava aqui. -Ele iluminou mais na minha frente, mas não tinha nenhum carro ali. 

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