Será Que...

Capítulo 9

Nós voltamos para a mesa.

-Guardamos alguns para vocês. - Disse a mãe dele.

-Obrigada.

-Eu não estou com fome. -Disse Bryan.

-Então sobra mais pra você. - Disse Spencer. -Se quiser te ajudo.

-Spencer !! Deixa a garota comer em paz. - Disse Julius.

-Não tem problema, pode pegar.

-Não deixa ela acustumar, se não, não vai sair da sua casa. - Disse a mãe dela.

Quando olhei para Bryan, ele estava me fitando, e não parou até mesmo depois de eu o flagrar. Não sabia dizer o que se pasava naquele olhar, na verdade eu nunca soube.

-Acho melhor a gente ir agora. - Disse ele se levantando.

-Deixa pelo menos ela acabar de comer. - Disse a mãe.

-Não tem problema, eu acabei de tomar café, e tambem não quero chegar atrasada na aula. - Me levante tambem.

-Você devia sair com a gente mais vezes. -Disse Spencer.

-Eu...

-Ela não tem tempo pra isso. - Interronpeu-me Bryan.

-Esta chegando a época de provas, eu preciso estudar.

-Ah, sim entendo. Talvez você devese andar mais com Bryan, vai que ele toma jeito.

-Admiro sua esperança mãe. Se fosse você não ia se iludir tanto assim. - Disse ele e saiu andando.

-Até mais... -Eu disse para a família dele. Ele já estava do lado de fora do "restaurante". Ele entrou no carro sem me esperar, eu fui até a janela dele.

-Então eu...bem...vou no meu carro.

-Te vejo lá.

-Esta zangado comigo?

-Eu tenho motivo?

-Acho que não.

-Vamos, ou a gente vai chegar atrasados.

-Ah, tá bom.

Eu entrei no meu carro, eu estava esperando ele ir primeiro, mas ele não foi, então eu fui e percebi que ele não me seguia. Quando cheguei na escola, Matt estava me esperando na minha vaga. Ah não, a gente tinha discutido na última vez, e eu me senti muito mau.

-Oi Juliana, oi Alice. - Desci do carro.

-Você tá dando oi pro meu carro ? Que estranho.

-Sobre ontem...

-Não, tá tudo bem.

-Não, não tá. Você continua saindo com ele não é?

-Ah não. Isso realmente não é da sua conta.

-É claro que é. Você é minha amiga
e eu quero o seu bem.

-Obrigado pela preocupação, mas, eu sei me cuidar. Agora será que podemos voltar a ser como antes.

-Incrível, você não consegue viver um dia sem mim.

-Vou deixar você acreditar nisso.

Nós entramos na escola, hoje eu não estava adiantada, já havia várias pessoas dentro da sala, eu sentei no meu lugar, faltava dois minutos para a aula começar e nada do Bryan. Como assim ele estava atrasado se veio praticamente junto comigo? O professor chegou na sala.

-Os trabalhos por favor. - Ah não, os trabalhos, o professor não iria aceitar outro dia. Aí que me lembrei de que o trabalho dele esta comigo, me levante com os dois cadernos.

-Por que dois cadernos? -Perguntou o professor na minha mesa.

-Hm...um meu e do Bryan.

-Fazendo trabalho para os outros?

-Não, não senhor.

-Ele não vai vir?

-Disse que provavelmente iria se atrasar.

-Se você diz...eu acredito. - Sorri timidamente e voltei pra minha mesa.

Bryan não apareceu em nenhuma das três primeiras aulas, será que ele nem veio ? O sinal do intervalo bateu, todos saíram da sala, eu me levantei. Matt ainda não tinha saído.

-Vamos ?!

-Vai vai pra cantina? -Perguntou Matt surpreso.

-Vou, porque ?

-Por nada, só que você nunca vai.

-Estou com fome hoje.

-Então é melhor você ficar aqui. A comida da cantina não é lá essas coisas.

-Não ligo, só quero comer alguma coisa.

-Tudo bem, vamos.

Nossa sala não era longe da cantina, na verdade é bem do lado. Ela estava lotada, a fila maior ainda.

-Eu vou ficar na fila, vai lá com seus amigos.

-Depois, senta lá com a gente.

-Ah claro, pode deixar.

Até parece que eu ia sentar com aqueles amigos idiotas dele. Até que a fila estava rápida, eu estava no final agora estou no meio. De repente, todo mundo olha pra trás, inclusive eu, quando olhei era Bryan e mais dois garotos, ele parecia assustador com eles. Eles entraram e se sentaram lá no fundo junto com todos os olhares. A fila voltou a andar. Logo chegou minha vez, realmente a comida não estava com a cara muito boa. Aqui era assim, a comida que é de graça é a da escola, um purê de alguma coisa amarela com arroz é um bife que parecia um pedaço de tabua. Mas a comida boa, que incluía, hanburguer, ovos com bacon, pizza, coca gelada e caixa de leite era paga, e era um roubo, mas como é proibido trazer lanche...vamos dizer que eles lucram muito.

Desta vez eu tive que comer a comida da escola, porque não trouxe dinheiro e nem pensava em por os pés aqui. A tia da cantina era muito nova, uns 28 no máximo, mas ela cedo cedo já estava com cara de cansada e de queria estar morta.

-Muito ou pouco ?

-Quase nada, por favor.

Tenho que admitir que só o barulho do purê caindo no prato já embrulhou meu estômago. Eu peguei minha bandeja e olhei em volta, não tinha mais nenhuma mesma vazia, a não ser por aquela.

Bem na frente do Bryan e seus amigos. Respirei fundo e fui na direção deles, de repente todos olharam para mim, Bryan tambem olhou, não consegui decifrar seu olhar, e isso me irritou. Eu me sentei bem na ponta da mesa e comecei a comer. Todos voltaram ao normal, se a comida estava boa ? Bom,  acho que o lixo vai gostar mais do que eu, se pensar bem, essa história da comida ruim era intencional.

Eu queria ir até ele e perguntar porque não assistiu as aulas, mas isso não é da minha conta. Mas não matava perguntar, me levantei antes mesmo de pensar o quanto idiota parecia essa idéia. Mas eu já estava lá, de frente para ele. Os amigos dele me olhares de cima a baixo.

-O que você quer?

-Porque não assistiu as aulas ? - Saiu tão rápido que nem notei.

-Porque eu não quis.

-Não seja grosso com ela manezão. - Disse um amigo dele. -Me chamo Alex.

-Juliana.

-Sim gata, eu sei disso, o que eu não sei e o seu número.

-Sorte a minha então.

-Quer bancar a difícil. Eu não desisto fácil.

-Para cara. Só veio perguntar isso ? - Bryan perguntou. Eu olhei para seu outro amigo, ele era muito bonito, o cabelo grande cacheado preto, os olhos de um azul brilhante. Pena que desde que eu cheguei ele não olhou para mim.

-Já me arrependi de ter vindo. - Disse olhando para Alex.

-Ah gata, você é meu tipo favorito...

-Parece que eu não tenho sorte mesmo.

Disse e sai andando, quando me virei, o garoto misterioso olhava pra mim.

Continua...