Capítulo 21

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Quer dizer que você está me devendo um beijo.

-Ah...E-eu, a gente tem que voltar para dentro. -Ele me soltou e se afastou.

-Relaxa, eu estava brincando. Brincadeira com um toque de verdade, já ouviu falar? -Eu não respondi, só me juntei ao seu lado. Eu o ouvi respirar fundo.

-Você quer ficar mais um pouco aqui fora? -Ele negou e entrou. Todos nos olharam quando entramos, mais ele do que eu, na verdade.

-Me desculpa, foi imaturo da minha parte. -Ele levantou a cadeira e se sentou de novo, eu me sentei ao seu lado.

-Oh...tudo bem filho. -Disse a mãe dele, um tanto surpresa.

-Que...que dia ele vem? -Ele perguntou.

-Sexta de manhã.

-Hum. -Ele não disse mais nada. Como estava um silêncio insuportável, resolvi quebrar o gelo.

-Então, esse Christian é o mais velho ? -O sorriso de Juliana (não eu, a mãe dele) se iluminou.

-É, sim. Faz tempo que não o vemos. Anos até.

-Onde ele estava que passou tanto tempo fora?

-Vadiando por aí. -Disse Bryan muito sério enquanto comia.

-Ele disse que estava trabalhando em um projeto, e que agora iria dar uma pausa que a família dele era mais importante.

-É claro. -Bryan interrompeu de novo.

-Que bom que ele vai voltar então.

-Sim, é ótimo. -Dava pra sentir que o único que não estava animado aqui era Bryan, ele comia todo tenso, o punho cerrado em cima da mesa. -Bom, eu adorei o jantar mas...eu tenho que ir, já está ficando tarde.

-Ah não, eu devia ter feito uma sobremesa.

-Não se preocupe, eu já estou bastante cheia. -Eu me levantei. -Tenho aula cedo amanhã.

-Tudo bem querida, vem, eu te acompanho até a porta. -A mãe dele me levou até a porta tagarelando coisas que não prestei atenção porque estava procurando o Bryan. -Volte mais vezes ok ? Ah... - Ela se aproximou e falou baixinho. -Obrigado por ter acalmado ele, esses assuntos são muito difíceis de se discutir aqui.

-Ah...não tem de que. Nem sei como eu fiz isso.

-Christian é um assunto delicado aqui, principalmente para Bryan.

-Por que?

-Eles...

-Vamos...? -Disse Bryan atrás de nos.

-Ah...err...claro. Até mais...

-Volte sempre querida. -Disse a mãe dele na porta. Antes mesmo de eu chegar no carro, Bryan já tinha entrado e o ligado. É, ele estava de mau humor de novo. Eu entrei e ele deu a partida sem dizer nada, mas percebi que ele estava inquieto.

-Não gosto de você ficar se metendo nas coisas da minha família.

-O que quer dizer?

-Ficar perguntando isso e aquilo, se fosse pra você saber eu te contava.

-Eu só perguntei para quebrar o gelo.

-Então, não quebre da próxima vez.

-Olha aqui, você foi um grosso hoje, quase o dia todo, não sei o que aconteceu entre você e o seu irmão não nem quero saber, só quero que você pare de descontar em mim, eu só queria ajudar, me desculpa, da próxima vez eu nem tento. -Ele não falou nada, só puxou o ar com força, já estávamos chegando e eu estava irada.

-Não foi isso que eu quis dizer...

-É claro que não. Mas você tem razão. -Ele encostou o carro no meu portão. -Não é da minha conta. -Eu sai disparada, fiquei um pouco chateada por ele não ter vindo atrás de mim. Ele só ficou lá dentro do carro. Vi Matt vindo até minha casa, eu o abraçei e vi Bryan por a cabeça para fora.

-Uau, que recepção.

-É que eu...senti a sua falta.

-É, eu tambem.

-O que veio fazer aqui? -Perguntei me sentando no degrau. Ele se sentou ao meu lado.

-Nada de mais, eu só ia te convidar para ir no meu jogo amanhã.

-É claro que eu vou, mesmo se você não convidasse.

-Eh, eu sei. -Ele segurou minha mão. -Eu queria pedir desculpas de novo, por ontem.

-Matt, eu já disse que está tudo bem.

-Eu sei, é que eu gosto muito de você, de verdade e...eu não gosto de brigar com você.

-Nem eu...mas já passou. -Eu me levantei, como ele ainda está segurando minha mão eu tentei puxar ele tambem. Ele viu que eu não estava conseguindo e se levantou sozinho.

-Você precisa de academia mesmo.

-Ah, fala sério. Olha o seu tamanho, ninguém consegue te levantar. -Matt era bem maior que eu, e bem mais músculoso, tinha ombros largos e era bem alto.

-Você não consegue levantar nem o seu próprio peso. -Eu ri, ele passou a mão no meu rosto suavimente, depois traçou a linha do meu queixo com o polegar. -Você é tão linda, sabia? Eu sempre digo isso, mas porque você não acredita ?

-Porque não é verdade. -Ele estava bem próximo da minha boca agora, a gente ia se beijar e...

-Cof...cof. Juliana. -Eu sabia de quem era essa voz.

-Ah cara, você de novo não. -Disse Matt se virando.

-Opa, desculpa atrapalhar mas...Juliana, você esqueceu suas roupas lá em casa. -Ele me tanpou minhas roupas, meu queixo caiu.

-Por que as suas roupas estavam na casa dele? -Matt perguntou.

-Matt eu...

-Deixa ela em paz, ela é uma mulher livre, ela pode fazer o que quiser.

-Estou vendo que sim. -Matt claramente estava zangado, e eu não o culpo, eu tambem estava. -Com licença, não quero atrapalhar vocês dois.

-Não Matt, eu...

-Eu te vejo amanhã. -Disse e foi embora, eu me virei para Bryan, que estava rindo.

-Por que fez isso?

-Ele precisava saber a verdade.

-Que verdade?

-A de que vocês não vão ser mais do que amigos.

-Não é você quem decide isso. Você é...ridículo sabia? Sempre me atrapalha com qualquer garoto que eu esteja e aí...Espera...isso só pode significar uma coisa.

-O que? -Ele cruzou os braços, rindo.

-Que você gosta de mim.

-Oh, é mesmo?

-Esse é o único motivo...

-Ou talvez... -Ele se aproximou, ele não estáva nem perto e eu já estava sentindo calafrios. Ele ficou atrás de mim. -Talvez é porque eu goste de provocar você... -Ele beijou meu pescoço, e minhas pernas quase cederam. -Admite, Juliana. Olha o que eu faço você sentir, tem certeza que sou eu quem gosta de você? Ou não é o contrário?

-Eu...

-Não precisa falar agora. -Ele se afastou. -Eu vou deixar você gostar de mim...mas eu não posso prometer a mesma coisa.

-Você é um idiota sabia.

-Pense o que quizer querida. -Ele disse e entrou no carro.

Aí.Meu.Deus. Agora é oficial, eu realmente sinto alguma coisa por esse garoto, e isso vai me meter em muitos problemas.

Continua...

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