[Michael]
Eu estava claramente no paraíso. Acho que toda a gente o poderia ver somente ao observarem a minha cara – e também constatarem que eu parecia mais idiota que nunca, contudo, desta vez, eu não queria saber minimamente. Mesmo que eu tenha tido uma atitude idiota, sendo esta correr para bem longe da minha crush no momento em que ela olhou para mim, Freda teve a audácia de vir a correr atrás de mim. Ela veio atrás de mim. ELA! E FALOU COMIGO! Michael Clifford era, oficialmente, o rapaz mais feliz da universidade.
No entanto, ainda não tinha falado mais com ela desde o melhor acontecimento da minha vida. Não saberia o que lhe dizer para além de um olá, ou mesmo aquela típica pergunta do está tudo bem. E, ainda para complicar tudo, tínhamos uma saída pendente, o que agravava ainda mais o meu nó cerebral quando olhava para ela, ou em breves instantes em que ela me sorria quando nos cruzávamos no corredor, ou mesmo naqueles momentos em que penso que seja possível que duas pessoas possam passar ao mesmo tempo na porta minúscula do auditório, acabando por me humilhar. Andava às aranhas no que tocava a comportar-me como um humano normal, mas eu já disse que a Freda falou comigo?
Mesmo assim, sabendo dos meus níveis de medo, eu tinha que me encontrar com ela. Eu não podia deixar que todo o meu esforço fosse em vão. Acho que ela também não o merecia, pois Freda também se tinha empenhado em encontrar o seu desconhecido dos pêssegos, alcunha que me atormentou toda a noite, todavia, de uma forma carinhosa. O que me faltava era tomar iniciativa; arranjar coragem; que o surgimento dos tais tomates viesse ao de cima. Se eu não tivesse um pingo de dignidade, iria pedir a Calum que me desse motivação para tal, ou que me chamasse parvo por ainda não ter feito nada. Porém, como tudo começou somente com a minha cabeça pensante, ia continuar só comigo. Precisava de ser autónomo.
Hoje era sábado. Por alguma razão, mais de setenta dos alunos desta universidade passam os fins-de-semana cá, incluindo eu, os chatos dos meus amigos e a minha Freda. Ainda assim, era um pouco difícil encontrá-la, uma vez que nunca há muito para fazer nestes dois dias, e a rapariga ruiva não era pessoa de se juntar na sala de convívio com os barulhentos que passavam todo o seu tempo lá. Coloquei-me a usar os dois neurónios que habitam para além da minha testa e fiz-me a seguinte questão:
– Onde é que será que uma rapariga como ela passa o sábado? – depositei um dedo no meu queixo para adotar um ar mais intelectual que, segundo Ashton, estimulava o ato de pensar.
Olhei pela janela do meu dormitório e fiquei a observar as cabeças que iam e vinham, como se fosse uma velha coscuvilheira de setenta anos, esperando que um milagre acontecesse. Passados uns vinte minutos, o milagre ficou por acontecer, o que me levou a desistir de esperar por algo. Observei a minha figura e avaliei se era digna de trespassar a porta de madeira.
– Tenho uma camisola minimamente limpa... – indaguei, cheirando depois as axilas. – Cheira a desodorizante, ok. Os meus calções não são os de pijama, não vejo os meus pés desnudos... – hesitei um pouco, todavia, corri até à casa de banho para constatar o estado da minha cara. – O meu cabelo já viu melhores dias... – conclui, vendo o verde a desbotar nas pontas. Precisava de o pintar, urgentemente.
Depois de ter acabado o meu monólogo, ter lavado a cara e ter verificado tudo novamente, sai do meu dormitório. O corredor estava abafado e vazio e naturalmente que não me importei, prosseguindo assim o meu caminho. Decidi, em primeiro lugar, espreitar o bar. Ela poderia ter tido fome e precisar de ir lá, todavia, conclui que não estava lá quem eu precisava. Em segundo lugar, pela via das dúvidas, caminhei até à sala de convívio e apenas vi Calum a falar com pessoas que nunca tinha visto na minha vida. Portanto, afirmei para comigo mesmo que vaguear era a melhor opção e encarreguei o destino de nos juntar – isto se ele fosse meu amigo.
Andei pelos corredores perdido, imaginando-me bêbedo e a deambular pelas ruas da cidade à procura da luz. Se isto fosse uma missão ultra-secreta e a contar pelo relógio, eu já tinha batido as botas de certeza. Por esta mesma razão é que decidi não ir para investigação ou algo do género. Ser-se livre com as palavras era muito mais agradável, mesmo que tenhas um transtorno obsessivo-compulsivo com o tempo. O único senão que encontrava era os prazos de entrega se fosse um escritor a contrato com uma editora, ou mesmo um editor. Contudo, há que fazer sacrifícios no que toca a seguir os nossos sonhos.
Os meus pensamentos cessaram quando quase levei com uma porta na cara. Inquiri a mim mesmo onde é que tinha aprimorado os meus reflexos, mesmo assim, disse-me que estava extremamente impressionado. Entretanto, vi o autor do quase acidente a vir para perto de mim e vi que era Freda. Obrigado destino, mas para a próxima sê menos bruto.
– Ai, céus! – Freda berrou. – Acertei-te?
– Não, não. Estou bem. – tentei dizê-lo sem me engasgar. Os seus olhos relaxaram, ao contrário dos meus, pois a rapariga estava a usar uma camisola turquesa que ofuscava a minha vista sensível.
– Ainda estou a tentar perceber porque é que fizeram as portas dos dormitórios a abrir para fora. – barafustou bufando, e uma madeixa caiu-lhe para a frente do rosto, o que a deixou adorável. – Há dias fui eu a levar com uma porta, hoje quase levas tu com uma... Eu devia protestar sobre isto! – a rapariga falava irritada a observar a porta, o que me estava a dar vontade de soltar um riso.
– Mas estás bem... da queda? – tentei despertá-la da sua discussão sobre o mecanismo das portas, mesmo que estivesse a tremelicar por todo o lado por estar tão perto dela.
Eu estava com a Freda.
– Oh, claro! Uma nódoa negra nunca fez mal a ninguém, não é verdade? – riu-se de forma simpática, adotando uma expressão pensativa numa fração de segundos. – Mas o que é que tu fazes à frente do dormitório das raparigas? Estavas a pensar invadi-lo, outra vez?
Ri-me nervosamente com a sua pergunta. Não era, de todo, o que precisava de ouvir neste momento.
– Na verdade, eu estava à tua procura. – a rapariga levantou uma sobrancelha ao ouvir-me, e eu apenas coloquei as mãos nos bolsos dos calções, respirando fundo depois. – Nós temos uma saída pendente... E eu pensei se não querias ir sair comigo agora? Íamos apenas passear para o jardim para conversar um pouco. Eu sei que não é muito elaborado, mas eu não sabia o que gostavas de ir fazer, ou se continuavas com a ideia de passar tempo comigo, o que totalmente ia entender...
– Eu aceito. – ela fez parar as minhas palavras atrapalhadas. – Não me aches rude, mas tenho apenas que mandar uma mensagem a uma amiga porque eu ia ter com ela agora, no entanto, a tua proposta é mais divertida e prefiro ir contigo.
Arregalei ligeiramente os olhos em surpresa e proferi um mísero ok enquanto ela começou a andar comigo em direção à porta que dava para o exterior.
Eu estava a sair com a Freda.
••••
AAAAAAAAAAAAAAAAA
oi amigos
eu ando a respeitar as datas das publicações quem diria (falei vai-me acontecer alguma merda para a próxima, mas depois veremos)
espero que tenham gostado!! o próximo vai ser lindu, mas depois comentam isso com a senhora ellazinha
NO ENTANTO, não se esqueçam de dizer alguma cena aqui está bem?
era só isto :)
fiquem bem ♥
força para as aulas
4/1/2017
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Peach » michael clifford
Hayran Kurgu''Irá um pêssego conseguir unir duas almas negras e transformar a relação num amor inocente?'' [2.º livro do The Fruit Series] All Rights Reserved © copyright // tulipxs & prxcrastinatus