Capítulo nove

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Stephen estava sentado preso por algemas e correntes. Seu supercílio estava sangrando e ele parecia até fraco.

-O que ele está fazendo aqui? -gritei olhando para o guarda. -O que você está fazendo aqui? -perguntei baixo para Stephen me aproximando dele.

Por um momento esqueci que nossa relação deveria ser secreta e quase me aproximei demais. Respirei fundo e decidi que deveria controlar minhas emoções para o próprio bem dele. O problema era que vê-lo daquela maneira foi simplesmente horrível.

-Ele não é guarda, Majestade. Não sei como ele se infiltrou aqui e logo que os outros guardas perceberam concluíram que deve ser algum rebelde. -o guarda explicou.

Droga!

A culpa é toda minha! Eles machucaram Stephen por minha culpa!

Pensaram que ele iria começar um ataque? Ele não estava infiltrado, ele estava ali por ordem minha!

-Seus tolos! -gritei olhando pro guarda. -Ele está aqui por ordem minha! Substituindo Sebastian, que precisava de uma folga e eu mesma dei. -expliquei, tentando acalmar meus nervos.

Tudo o que eu menos precisava era passar a visão de uma rainha que se estressa por tudo. Eu não preciso ser assim. Só preciso respirar fundo e me acalmar.

Stephen estava sem fala, sentado ali com uma grande expressão de dor. O guarda me olhou com expressão de assustado.

Ótimo, agora ele deve ter medo de mim.

-Desculpe, Majestade. Mas, é que eu ninguém foi comunicado, nem mesmo o chefe da guarda, não havia como não pensar que ele era um rebelde infiltrado. -o guarda disse completamente envergonhado.

Stephen olhou pra ele com tanta raiva que achei que ele fosse se levantar e bater no guarda.

Respirei fundo buscando paciência. Quer dizer, os guardas nem tem culpa. Eu que fui idiota de ter o colocado aqui sem avisar a ninguém. Eles queriam apenas me proteger. O que eles fizeram fora consequência da minha estupidez. Mas, qual a necessidade de agredir?

-Tudo bem. -murmurei. -Vá e comunique que ele é inocente, será solto e companheiro de trabalho de vocês. -ordenei.

O pobre guarda soltou Stephen, curvou e saiu rapidamente.

Olhei para Stephen naquele estado, o rosto ensanguentado, a expressão de dor.

-A culpa é minha. -falei baixinho sentando-me ao seu lado, sem ao menos me importar se era um lugar sujo.

Ele olhou meu rosto e forçou um sorriso.

-Não, fique tranquila. -respondeu e em seguida soltou um gemido de dor.

-Onde mais eles machucaram? -perguntei sabendo que aquela dor toda não tinha sido causada apenas por um supercílio cortado.

-Me deram vários socos no estômago, machucaram minhas mãos também. -explicou.

Peguei suas mãos e vi as duas avermelhadas, pareciam ter sido prendidas fortemente com as correntes. Também ergui seu uniforme e vi seu estômago todo machucado.

-Deus. -murmurei, abaixando a camisa do uniforme. -Stephen, eu sinto muito. Muito mesmo, eu não queria que você tivesse passado por isso. Foi tudo culpa minha.

-Não. -ele interrompeu. -Não fale isso. Está tudo bem. Logo vai passar.

Levantei-me e peguei sua mão.

-Vem, vamos para a enfermaria. -chamei, esperando que ele se levantasse, mas ele continuou parado me olhando.

-Isabel, não sei se devo continuar aqui. -ele falou, ainda sentado.

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