Capítulo vinte e cinco

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—Como assim, Isabel? —perguntou não acreditando no que falei.

—Eu quero muito que você seja feliz. Mesmo. —falei com a maior sinceridade que pude. —Mas, comigo isso não vai acontecer. Espero que possamos ser amigos. —dei um beijo em sua bochecha e não dei tempo para que ele respondesse, apenas sai do quarto e me encaminhei para a biblioteca.

Era um ambiente tranquilo e naquele momento estava vazio. Apenas sento-me em uma das poltronas e fico ali parada aproveitando o silêncio. Sinto-me aliviada por ter rompido de verdade com Stephen e até que não foi tão difícil assim, eu tirei um peso das costas. Talvez deveria ter feito isso já a um tempo e fiquei adiando. De nada adiantou.

Escutei passos pela biblioteca e vi Adrian se aproximando. Já fazia um tempo que não conversávamos.

Ele sorriu e sentou ao meu lado se acomodando na poltrona.

—Por que está aqui sozinha? —perguntou ele.

Dei de ombros olhando seus olhos claros.

—Para pensar. —respondi brevemente forçando um sorriso.

—Está tudo bem? —perguntou e eu apenas assenti com a cabeça. —Você está parecendo um pouco aérea.

—Dá para notar? —perguntei sorrindo tímida.

—Sim. —respondeu sincero dando de ombros. —Você pode conversar comigo, somos amigos.

—Não sei se devo confiar. —falei sincera e ele fez uma careta e colocou a mão sobre o peito fingindo dor.

—Isso doeu. —brincou. —Você pode confiar em mim. Sabe disso. Sou uma caixinha de segredos, prometo.

Sorrio envergonhada.

—É que o assunto talvez seja mais de menina. —tentei convencê-lo a não escutar minhas bobagens.

Ele colocou a mão no queixo como se estivesse pensando.

—Então deve ser sobre homem. —deduziu. —Você está apaixonada, é isso?

Olhei pra ele e hesitei por um tempo. Se eu dissesse que sim, não teria como voltar atrás. Se eu dissesse que não, estaria mentindo e talvez mentir pra ele fosse um erro. Vamos lá, dê um voto de confiança para ele.

—Talvez seja isso. —admiti olhando seus olhos.

Ele sorriu e inclinou um pouco a cabeça.

—Quem é o felizardo? —perguntou e eu desviei o olhar.

—Eu estou com medo, porque talvez me envolver com essa pessoa seja um erro aos olhos dos outros. —murmurei.

—É um erro pra você? —perguntou e rapidamente neguei com a cabeça. —Isso que importa.

—Não quero colocar ele em risco ou fazer com que as pessoas julguem ele, mas se descobrirem sobre nós com certeza isso vai gerar uma confusão. —olhei os olhos de Adrian que não mostravam nenhum sinal de julgamento.

—Isabel, você é uma rainha. Qualquer pessoa que se envolver com você, seja rico ou pobre, velho ou novo, vai ser alvo de julgamento. —ele falou e pressionou os lábios.

Ele estava mesmo certo. Qualquer pessoa que se envolvesse comigo seria alvo de julgamento. Porém, tenho certeza de que se eu ficasse com um nobre, como Adrian, a maioria julgaria bem. Não é à toa que nossos pais querem nos juntar.

—Tem essa coisa de minha mãe e seu pai querer nós dois juntos. Se fosse você, talvez não houvesse julgamento. —falei encolhendo os ombros.

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