Palacintian

Capítulo dezesseis

Acordar foi uma tarefa difícil. Quase impossível para falar a verdade. Eu estava me sentindo um caco e pensar que era uma segunda-feira piorava tudo.

Quando vi Stephen, não resisti em sair correndo atrás dele. Sebastian por sorte não me seguiu, se não ele veria a humilhante cena que eu implorei para Stephen me perdoar e não contar à ninguém.

-Eu vou guardar o seu segredo! -ele gritou alto. -Ao contrário de você, eu consigo ser fiel.

Foi horrível.

Mesmo.

Mais uma vez me senti com a consciência pesada, eu não deveria ter cedido à Sebastian. Não daquele jeito! Eu tinha acabado de contar à Stephen, pedi desculpas e logo fiz a mesma coisa de novo.

Ele nunca mais vai querer me olhar de novo. Nunca vai me perdoar.

Minha cabeça até doía de tanto pensar nisso e eu ainda teria que explicar a Sebastian porque sai correndo daquela forma. E por mais que seja doloroso, que sorte a nossa que foi Stephen que nos flagrou. Se fosse um outro guarda, ou algum nobre, eu estaria muito ferrada.

Olhei para o canto do quarto e levei um baita susto quando vi Cristine sentada lendo um livro.

-Desculpe. -ela falou.

-Tudo bem. -dei de ombros, sentando na cama.

Ela logo se levantou da cadeira, se curvou e ficou de pé me olhando.

-Majestade, parte de seus vestidos e roupas estarão prontos hoje. -ela avisou.

-Já? -franzi o cenho, mal tinha feito uma semana que elas tiraram minhas medidas.

Ela concordou com a cabeça.

-As costureiras sempre estarão fazendo mais e mais. -ela explicou.

Não me interesso muito. Afinal, isso era o que menos me interessava agora. Minhas tarefas certamente começariam pra valer nessa semana.

Fui para meu banho e dessa vez deixei a criada ajudar, eu estava tão aérea. Suas funções seriam boas para mim. Ela me veste em um vestido longo dourado, dou graças a Deus por partes das roupas ficarem logo prontas, eu gostaria muito de usar roupas normais e não ter que ficar sempre de vestidos.

Assim que ela termina de me arrumar, logo me encaminho para o corredor. Vamos lá, eu sou rainha e preciso trabalhar como uma.

No caminho, encontro Alicia que sorri e se curva.

-Bom dia, Alteza. -ela cumprimenta sendo simpática.

-Bom dia. -respondi da mesma forma. -Como está? -me adiantei em perguntar enquanto caminhamos lado a lado pelo longo corredor

-Bem, obrigada. -respondeu. -E Vossa Alteza, como está? -ela perguntou olhando-me com seu sorriso dócil.

-Bem. -respondi brevemente. -Acho que agora sim oficialmente, sou rainha. -suspirei.

-Sim. -concordou. -É agora que as coisas começam a acontecer.

Concordei com a cabeça. E tive uma ideia.

-Vamos, você vem comigo para a Sala do Conselho. -falei e ela me olhou desentendida, mas começou a me seguir pelo mesmo caminho.