Quem é a vítima?

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Edu respirou fundo tomado de raiva. Desceu as escadas, entrou no carro batendo forte a porta e saiu em alta velocidade. Ligou o som, mas estava perturbado por Melissa. Desejava tê-la naquela noite. Cerrou os punhos e bateu com força no volante.

Seu coração estava acelerado, não queria sair de lá.

- Ela tem que ser minha custe o que custar. Não acredito que ela me tratou daquele jeito depois de ter me beijado. Infantilidade! Mas ela ainda vai ser minha... Ainda vou arrancar toda aquela roupa! - disse com um sorriso maquiavélico - Vou tê-la nua e desfrutar de todo aquele corpo. Isso não vai ficar assim! Ah, não vai mesmo!

Edu gargalhava assustadoramente. Precisava de uma bebida. Não sabia onde estava. Havia dirigido demais.

Avistou uma praça conhecida e dirigiu até a casa de um amigo.

- Elídio! - gritou no portão. Estava suando muito.

- Opa, rapaz! Que nervosismo é esse? Ta tudo bem? - disse Elídio enquanto abria o portão - Entra. Toma alguma coisa pra se acalmar.

- Foi pra isso que eu vim aqui - disse sorrindo.

Edu entrou, tomou uma bebida e depois outra e mais outra.

Na casa estavam Elídio e Marcão que ficou surpreso ao ver o estado de Edu.

- Nossa, rapaz... Que aconteceu contigo?

- Fui feito de trouxa - respondeu Edu.

Marcão riu e lhe deu um whisky:

-Mulheres!

Aos poucos Edu foi se esquecendo de Melissa até que estava tão bêbado que acabou adormecendo ali mesmo na casa do Elídio.

Na casa de Bella, Melissa desabou. Jogou-se de bruços na cama e chorou como nunca havia chorado antes. Sentiu-se inútil, sem valor. Preferia nunca ter nascido. Se questionou sobre sua medíocre vida.

Vários porquês invadiram sua mente. Quando conseguiu se acalmar, ouviu as vozes vindas do quarto de Bella e se sentiu um lixo.

Percebeu que ainda era uma garotinha ingênua e influenciável.

Decidiu que iria agir como se nada tivesse acontecido. Fingir estar feliz era algo que fazia com frequência. Pronto. O plano era se fazer de forte.

Melissa dormiu e acordou no dia seguinte antes de todos. Tomou seu banho, se arrumou e foi para a lanchonete. Não era difícil seu trabalho. Apenas anotar os pedidos e servir as mesas. Isso a distraiu durante o dia e ela nem pensou nos problemas.

Destino improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora