Capítulo 2- sem joguinhos!

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-Acorda Bella, vamos fazer nossa caminhada, senão fica tarde, poxa. –minha irmã fala puxando as cobertas.

-Desde quando a gente caminha cedo? – questiono puxando ela pra um abraço que gargalha gostoso.

Somos apenas minha mãe, irmã e eu. Não lembro do meu pai, que foi embora quando minha irmã nasceu e eu era bem pequena. Por falar nela, Yasmim é minha copia, muito parecida comigo, mas com quatro anos de diferença, ja que tenho 25 e ela acabou de completar 21 aninhos.

-Ontem saí com o pessoal da faculdade e extravasei na pizzaria. Preciso pagar o prejuízo. –fala rindo e rio com ela. Como se uma vez de pé na jaca fosse estragar seu esforço de todos os dias.

-Como foi na faculdade ontem? –pergunto.

-Foi tudo bem. Para de ser super protetora. Vai te deixar velha mais rápido, hein.

Fala ainda deitada ao meu lado e dou uma mordida nela. Devagar, claro, e ela rir se esquivando de mim.

-E como foi a reunião de ontem com a Evans? Fechou contrato?  -pergunta batendo palminhas em expectativa.

-Tive um certo imprevisto, mas no final assinei o contrato. De uma coisa eu tenho certeza: não quero ver o idiota do Evans nem pintado de ouro.

Falo relembrando a terrível experiência e a vejo se levantando, começando a pular na cama, gritando igual doida, tamanha felicidade, ignorando minha raiva pelo dono da empresa.

-Uhuuuuu!!!! Você vai ficar famosa a nível mundial.

Afirma pulando na cama com seus longos cabelos sendo balançado e rindo cai ofegante ao meu lado.

-Fica quieta, sua louca, vai acordar a m... –chamo sua atenção, mas sou interrompida por nossa mãe, entrando no quarto.

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? QUE DROGA, EU ESTAVA DORMINDO!

Ela grita nos repreendendo, vestida em seu roupão, descabelada e raiva na voz, voltando para o seu quarto sem nos dar tempo de desculpas.

-Ela nunca gritou com a gente antes, Bella. -Yayá fala sentida, com os olhos cheio de lagrimas.

-Calma, meu amorzinho, ela tem uma consulta na segunda. Tudo vai melhorar!

Tento passar calma, mas confesso que também estou assustada, ja que minha mãe é a doçura em pessoa.

Ha alguns anos, minha mãe sofreu um atropelamento chegando em casa quando vinha do trabalho e isso deixou sequelas. O acidente a deixou puxando uma perna e com muitas dores. Isso é algo que alem de mexer com sua auto-estima, também a impossibilitou de trabalhar, fazendo com que entrasse numa grande depressão.

Ela sempre foi muito independente e agora estamos em outro nível, onde ela depende de mim e da minha irmã em tudo. Difícil!

-Essa consulta é pra falar sobre a cirurgia no joelho, não é? E sobre o plano de saúde? –minha irmã pergunta.

-Sim, a consulta é pra falarmos da cirurgia. Sobre o plano de saúde, o corretor disse que nenhum plano cobrirá os gastos da cirurgia antes de um ano de uso. Como ela tem um problema pré-existente, precisaríamos esperar pelo termino da carência. -respondo dando os devidos detalhes.

 -Como vamos fazer? - pergunta pensativa, visivelmente preocupada, e estamos deitadas uma ao lado da outra olhando para o teto.

-Pensei muito nos últimos dias e resolvi começar a pagar o plano de saúde dela, já pensando no futuro. Também decidi que vou pagar toda a cirurgia do meu bolso. Por isso aceitei esse trabalho com as empresas Evans. - Respondo vendo ela se virar espantada para me olhar.

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