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SAM POV
Abri os olhos ligeiramente e percebi que já era de manhã. O sol entrava pela pequena janela do meu quarto.
Olhei para mim e ainda estava vestida. Tinha adormecido assim mesmo perdida nas minhas lágrimas e pensamentos.
Levantei-me e olhei-me por momentos no espelho do meu quadro. Os meus olhos naturalmente escuros estavam a condizer com as minhas profundas olheiras. Eu tinha dormido muito pouco e as lágrimas não me tinham deixado nem enquanto dormia. Podia ser visível no vermelho que rodeava os meus olhos.
Dirigi-me há casa de banho para tomar um duche. Era o que eu mais precisava naquele momento. Entrei e deixei a água quente levar consigo as minhas mágoas e memórias da noite passada. Eu só queria esquecer tudo e fingir que o Harry não existia. Ele nem tinha tido a decência de vir atrás de mim e justificar-se. Ele era um cobarde. Tinha sido o fim de semana mais longo de todos. Hoje ainda era domingo e parecia ter passado um mês.
Sai do banho e vesti apenas a minha roupa interior e uma t-shirt. Não pretendia sair de casa, ia ficar o dia todo a deprimir sozinha. Dirigi-me há cozinha para comer algo apesar da fome não querer nada comigo.
Comi qualquer coisa e decidi deitar-me no sofá a ver algum programa desinteressante na TV. Concentrar-me estava difícil já que as memórias da pior noite da minha vida me massacravam a cabeça. Aquela imagem do Harry a beijar a minha suposta amiga Jess não abandonava a minha visão. Eu sabia que o Harry era de ter muitas raparigas, ele próprio tinha dito, mas nunca pensei que ele o fizesse desta maneira. E aquela pessoa que se intitulava de minha amiga? É nojenta. Como pude ser cega durante tanto tempo? Como? Eu sou mesmo ingênua. Odeio-me. Odeio-os. A minha vida complicou muito desde que a minha mãe foi embora, mas eu achava que o Harry tinha vindo preencher este vazio. Tinha-me enganado profundamente.
Que barulho é este? Alguém está a tentar partir a porta?
- "Já vai" Gritei
Olhei pelo orifício da porta e era o Harry. Não vou abrir nem pensar.
- "Vai-te embora" gritei novamente.
- "Abre a porta Sam. Eu não saio daqui sem falarmos"
- "Tudo bem. Então vais ter ficar aí o dia todo" Tinha esperança que ele se fosse embora
- "Assim será" Ele estava calmo
O que? Ah ele não vai aguentar muito tempo. Voltei para o sofá e voltei a olhar para a televisão mas continuava com o pensamento no Harry que continuava lá fora.
Já tinha passado meia hora e decidi ir espreitar. Quando olhei novamente pela porta fiquei espantada por ver que ele continuava lá pacientemente há espera.
- "Não vais desistir pois não?" Eu disse agora mais calmamente
- "Já devias saber que não!"
Suspirei e fiquei por momentos a lutar contra o meu coração. Devia abrir a porta ou deixá-lo ali a sofrer tal como ele me tinha feito?
Decidi finalmente abrir. Odeio-me cada vez mais. Ele rapidamente entrou e envolveu-me num abraço. Eu não retribui, fiquei ali parada e senti que estava completamente insensível com a situação.
- "Sam?" Harry largou-me do abraço e olhou-me profundamente nos olhos admirado.
O que é? Porque me estaria ele a olhar assim?
- "O teu olhar está tão diferente"
O que? Não. Sou estou um pouco fria.
- "Queres que esteja como? Depois daquilo que eu vi?"
O Harry ia começar a falar mas eu não deixei. Agora era a minha vez de deitar tudo o que pensava cá para fora.
- "Sabes que mais? Estou cansada. A minha vida não faz o mínimo sentido. A minha mãe foi embora para cuidar da minha avó. E eu ingenuamente vi em ti o meu porto de abrigo. Eu era realmente feliz contigo. Nunca acreditei muito no amor, porque sinceramente nunca o senti. Na escola ninguém se interessava por mim. Eu era gozada por ser uma desajeitada que não sabe fazer uma única porra bem. E depois um rapaz de olhos verdes misteriosos aparece na minha vida e faz-me acreditar nas minhas qualidades, que posso ser minimamente atraente e bonita. Que sou muito mais do que a rapariga dos olhos negros que se isola do mundo. E agora? E agora Harry? O que me resta? Nada. Voltei a ser a mesma. Nem a porra das minhas amigas são verdadeiras. Nada na minha vida é verdadeiro. Elas são uma farsa tal como tu. Tal como o meu suposto namorado que neste momento era muito mais do que isso. Tu eras muito mais do que esse rótulo estúpido dos adolescentes. Eras quem me fazia sorrir, quem me protegia do mundo e quem nunca me deixava sozinha. O meu melhor amigo. E agora sabes o que és? Nada. Eu tenho nojo de vocês os dois. E no final? Aqui a estúpida ainda teve pena de ti e abriu-te a porta" Eu não tinha reparado como as lágrimas já estavam incontrolaveis desta maneira, mas pelo menos sentia-me aliviada.
O Harry permaneceu por momentos imóvel. Eu acho que ele estava tão surpreendido como eu. Ao menos eu tinha conseguido quebrar o gelo que rodeia o seu coração e fazer-me ouvir. Fazer com que ele sentisse o que eu sinto. Segundos depois ele envolveu o meu corpo e apertou-o com toda a força. Eu não o afastei. Precisava disto, apesar de toda a raiva que me invadia o peito.
- "Sam eu não sabia que era assim tão importante para ti! Eu não sabia que esse sorriso lindo que nasce no teu rosto era causado por mim" A sua voz rouca soava no meu ouvido e o melhor lado do Harry estava ao de cima.
- "O que é que isso interessa agora? Tu não mereces nada disso" Eu continuava a chorar mas a frieza não largava o meu olhar.
Empurrei o seu corpo ao ser invadida por uma onda de raiva.
- "Sam eu não te traí. Eu nunca te magoaria. Tu sabes isso. Eu não te trocaria por nenhuma porra de gaja. Como tu dizes tu és muito mais do que esse rótulo. Tu trouxes-te o melhor de mim. Voltas-te a fazer-me sorrir como antes. Conseguiste algo que mais ninguém conseguiu, conseguiste que eu me apaixonasse por ti desta maneira. Eu fico quase sem ar quando olho nesses olhos tão escuros mas tão lindos"
Ele estava realmente a abrir o seu coração. Ele tinha admitido a sua paixão por mim, algo que eu esperava ouvir há muito tempo. Ele estava completamente frágil e o seu olhar implorava por uma resposta do meu. Mas eu não conseguia retribuir. Apesar de tudo eu continuava magoada.
- "Harry não compliques as coisas. Tu traíste-me. Eu vi"
- "Não Sam. Ela drogou-me. Eu lembro-me vagamente das coisas. Mas eu vi o comprimido e ela disse-me. Ela fez isto porque sabia que eu não teria nada com ela"
O que? Não pode ser. A Jess pode ser uma cabra mas daí a drogar alguém vai um grande passo.
- "Harry vá lá não me tentes fazer de parva. Já chega"
- "Eu juro que é verdade Sam. Acredita em mim pelo menos uma vez" Ele estava tão desesperado.
Mas isto não podia ser verdade não podia.
- "Se não acreditares em mim eu vou buscá-la e obrigo-a a admitir" Ele interrompeu os meus pensamentos.
- "Não. Eu não quero olhar mais para a cara dela. Quero que me contes tudo o que aconteceu" Eu precisava de uma explicação
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Ten
FanfictionEsta história é sobre Harry Styles e Samantha Jones. Qual será o segredo que Harry guarda durante tanto tempo? Será ela capaz de perdoar a dor que ele lhe fará sentir? Não percam :)