Cadê as meninas?

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Eu não sabia se era o trabalho em excesso ou algum problema comigo, mas Fernando passou a semana meio estranho. Durante o fim de semana até fomos correr na praia juntos, em alguns momentos ele me beijou, contou algumas novidades da empresa, mas estava estranho. Eu conhecia meu marido. Preferi não entrar em detalhes, achei melhor não cobrar explicaões, afinal ele já estava com a cabeça cheia.

Infelizmente minha mãezinha teve que voltar para São Paulo, ficou tão pouco, no dia que fui deixa-lá no aeroporto, voltei chorando. Eita saudade que nunca acaba.

A semana foi tão corrida que nem tive tempo de pensar na sexta-feira, quando João chegou com flores e deixou um assunto no ar. Como se soubesse muito da minha vida. Achei aquilo tão estranho. Amanda, mesmo que o encontrasse por acaso, NUNCA iria comentar nada... Eu não sabia o que pensar. Sabe quando nenhuma ideia vem á mente? Então, eu estava assim. Mas nem foquei nisso com o tanto de coisas que eu tive pra fazer e o que estava me preocupando mesmo era o silêncio do Fê. Em uma noite recebi uma mensagem da Cecília, prima do João, ela queria confirmar nosso encontro na sexta. Eu ainda não tinha comentado com Fernando, mas logo faria e até convidaria ele. Confirmei.

Sexta-feira chegou! Antes do Fê sair de casa para passar no flet, mesmo dormindo todas as noites em casa e tudo estar "normal", ele ainda estava com a chave e acho que ficaria por um tempo, tinha dia que até ficava la trabalhando. O lugar era bem ajeitado, passei por lá com ele uma noite pra pegar um documento. Ainda na mesa do café, resolvi comentar sobre o programinha com as meninas.

-Amor, vai sair tarde hoje? - Perguntei, pegando um pão.

-Ah! Hoje tem reunião. Mauro acabou de me mandar uma mensagem. Por que?

-Acho que já comentei que reencontrei umas amigas, né?

-Falou por alto.

-Então, hoje elas me convidaram pra ir num barzinho bater papo... Queria que você fosse ou passasse lá. Fica ruim?

-Hum... - Ele dá um gole no suco de laranja - Não vou garantir, Manu. Me passa o endereço por mensagem.

-Vai tentar?

-Vou.

Essa "secura" nas palavras me irritava, mas eu preferia achar que era minha TPM. Fico bem chata de TPM, sensível, reclamona...

Quando ele terminou seu café, me deu um beijo e saiu. Miguel ainda dormia.

Passei o dia todo com meu pequeno, combinei com Maria que ela dormiria com ele naquela noite. Brincamos no parquinho do prédio, levei ele á praia a tardinha, deixei até ele tomar sorvete...

- Tópin, mamãe?

Como uma criança de 2 anos e 6 meses pode gostar TANTO de shopping?

-Hoje não, meu amor. Hoje você vai ficar com a Maria enquanto a mamãe sai. - Expliquei enquanto tirava ele da cadeira do carro.

-Miguel num vai?

-Não. Hoje não.

Ele não ficou muito contente, mas não chorou. Chegou em casa já fazendo barulho com a Rosa, a chamando de Totoga, como sempre.

- Rosa, você dá uma olhada nele pra mim enquanto me arrumo?

-Claro, vai la. Daqui a pouco Maria tá chegando...

-Malia? - Miguel perguntou animado, como se não tivesse ficado com ela no dia anterior.

Entrei para o meu quarto e antes de ir para o banho, mandei uma mensagem para o Nando.

Aconteceu! E agora? II (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora