Três meses depois

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Assim que peguei minha bolsa no sofá da sala, a porta se abriu. Era Fernando.

-Vai sair? – Foi a primeira coisa que me perguntou, sem ao menos cumprimentar primeiro.

-Oi, vou sim.

Criou-se um clima meio tenso, não sei explicar.

-Legal!!!

-Você está bem? - Perguntei

-Tô. Miguel já dormiu?

-Não, perguntou por você ainda pouco. Está lá no quarto.

Ele ficou me olhando, me analisando. Nem posso dizer que estava impressionado com minha produção, pois só estava de rímel e um batom claro.

-Tá, vou lá. Não quero te atrasar. – Falou, estranho.

-Tudo bem. Amanhã vamos á praia bem cedo, se quiser ir...

-A gente combina.

-Tá bom.

Eu já estava na porta e ele no meio da sala.

-Manuela?

-Oi – Virei

Ele ficou me olhando novamente por alguns segundos...

-Nada – Desconversou – Divirta-se!!!

Eu sabia que ele queria me perguntar alguma coisa, mas faltou coragem. Ficou óbvio.

-Obrigada. Boa noite, Nando.

Fechei a porta ainda meio tensa e pensativa.

Assim que entrei no carro da Amanda, contei.

-Por que você não comentou que ia sair comigo?

-Sei lá, eu levei um susto quando o vi entrando, fiquei sem saber o que falar. Será que ele vai pensar besteira?

-Que tipo de besteira?

-Que estou indo pra farra, ou até mesmo que já conheci alguém.

-Ah! Isso não, ele te conhece, sabe que não é dessas, mas deve ter ficado enciumado sim.

-É – Falei, sem muita certeza.

-Gael fez um charme pra me emprestar o carro, tinha que ver.

-Homens!!! - Revirei os olhos.

-Aposto que quando eu chegar, vai olhar cada cantinho, procurando arranhão.

-O problema não foi nem você sair sexta á noite, né? A questão foi o carro – Ri

-Eu posso ir pra farra, o carro dele nem pensar.

Após desabafos e risadas do ciúme bobo do carro, Amanda ligou o som e fomos cantando até o local que Larissa já estava nos esperando.

Já no bar, me dei conta que não se tratava de um encontro só de nós três, Larissa estava com dois amigos e o irmão, que por sinal, era lindo. Eu já tinha visto fotos dele, mas pessoalmente o cara era muito mais bonito. Um moreno alto, fortinho, mas não bombado, olhos negros, barba por fazer, tinha uns traços marcantes e um sorriso branco que iluminava. Não que eu tivesse olhos pra outro homem, ainda não era o caso, mas não era cega, e o cara tinha presença. Várias meninas estavam de olho nele, era nítido.

Apesar de não ser o encontro que eu esperava, estava divertido, os amigos da Lari eram simpáticos e divertidos, ela continuava doida e falante. Estava um mulherão, super malhada e loirona.

Em poucos momentos que ficamos só nós três, conversamos sobre a vida, eu já não estava usando aliança, e claro, ela me questionou. Contei por alto sobre o tempo que eu e Nando estávamos dando, porque se eu fosse explicar tudo, ficaria pra baixo e ali não era local pra isso. Era lugar pra conversar, rir, se distrair, escutar uma boa música, esquecer um pouco os problemas e me permitir viver e voltar a sorrir.

Aconteceu! E agora? II (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora