Capitulo 8

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Nicollas

Ontem mal tive tempo de conversar a sós com a Clarinha, mamãe fez de tudo pra amenizar as coisas, falou que só ia conversar com o papai quando estivéssemos fora, segundo ela papai pode ser explosivo as vezes, mas ela sabe como dobra - lo.  Eu fiquei preso na cozinha por horas além de fazer o jantar, e lavar a louça, tive que fazer sobremesa, mamãe esta pegando pesado dessa vez.

Estou esperando Clara no carro, mamãe falou que queria trocar duas palavras com ela, mas pela demora já falaram um dicionário.  Depois de meia hora ela entra no carro e me olha.

-- Tá tudo bem baixinha?

-- Não, porém sobrevivo.

-- O que a mamãe te falou?

-- Curioso. - ri. -- Papo de mulher.

-- Ah não fala aí vai, poxa eu estou de castigo mereço saber.

-- Ah, sobre isso, ela falou que esse castigo também vale em Angra... então a louça e a comida lá é por sua conta.

-- Nem vem, não vou bancar seu escravo Clarinha. - digo ligando o rádio.

-- Liga para ela e pergunte, e vamos combinar, se você não fizer quando voltarmos será pior quando contar a ela que você não fez isso. - sorri maliciosamente.

-- Você não teria coragem, sabe quem tem muito a perder com isso - a olho rapidamente -- Quem vai te levar as compras,  quem vai te buscar nas festas, quem vai te defender.. - paro quando ela me olha.

-- Você ameaçou bater em mim.

-- Ameacei te dar uns tapas na bunda. - dou risada -- Você levou a sério?

-- Óbvio que levei, idiota.

-- Eu nunca bateria em você, nem por brincadeira.

-- Sei... agora anda, quero sair desse lugar o quanto antes.

-- Sim senhora

Depois de horas debatendo sobre o meu castigo, e sobre o que faríamos em Angra entramos num acordo. Eu faço o almoço e ela cuida das louças, a noite faremos lanches que é bem mais tranquilo. Durante o caminho ela dormiu um pouco e eu tive que ficar acordado e sozinho. Não sou muito fã de pegar a estrada, geralmente quem dirige é a mamãe ou o papai. Mas fazer o que se fui incumbido da missão de melhorar o humor da minha baixinha azeda.

Clara

Quando chegamos, não contive minha alegria, mal ajudei meu irmão com as malas, sai que nem louca correndo pela praia. Amo esse lugar, me sinto leve e feliz aqui.
Papai fala que foi aqui que ele meio que domou a mamãe, aqui foi onde a historia deles começou e isso me emociona.

-- Venha me ajudar. – Nick grita da varanda.

-- Chato. – corro para ele, o abraçando e enchendo de beijos.
-– Obrigado por vir comigo, te amo.

-- Fui forçado. – da risada. – Também te amo.

Passamos a manhã arrumando tudo, limpando algumas coisas.

-- Que tal irmos almoçar fora ? – sugiro.

-- Humm só se me prometer que me deixara dormir um pouco quando voltarmos, estou cansado.

-- Prometo. – o arrasto para fora, acabamos que comemos em um restaurante a uns metros de casa mesmo. Assim como o prometido voltamos para casa depois, para ele descansar.

Aproveito para entrar no meu twitter e vê o que se passa, tenho quase cem notificações, congelo... nem preciso entrar para saber de que é. Não entro para ver, atualizo meu whatsapp e vejo uma mensagem do Kaique.

Clarinha, sei que não quer falar ou olhar na minha cara, entendo e até eu faria isso se fosse comigo... enfim, quero te pedir desculpa por tudo isso, juro que não queria e nem pensei que fosse ficar fora do controle como ficou. Me perdoe, não falo isso por seu irmão e sua mãe ter vindo aqui, sim porque de fato ne arrependo.
Me perdoa, quando tiver livre me ligue, beijos.”

Raiva
Ódio
Isso é o que sinto em cada palavra que leio, disco seu número como se fosse quebrar meu celular.

-- Oi. – ele atende com a voz mansa.

-- Oi, um cacete. Depois de tudo que passei, a zoação, você me vem só com aquele textinho ?

-- Olhe o twitter.

-- Não, não quero ser a zoação de mais ninguém.

-- Olhe, por favor. – ele suspira. -– Por favor.

-- Espera. – coloco o fone de ouvido e faço como me pede, acesso meu twitter. Respiro fundo e abro as notificações, ele me marcou em uma notificação.
Rio alto... literalmente rio da postagem.

-- Vejo que gostou. – ele ri junto.

-- Não acredito que fez isso. – gargalho.

-- Fiz.

-- Isso é... é... você ?

-- Claro que não. – responde rápido. – É uma montagem, foi o único jeito que achei para desviarem a atenção de você.

-- Agora focou ela em você. – sussurro. – Obrigada.

-- Espero que possamos conversar e sermos amigos.

-- Não sei, acho que andar com o carinha do pau fino pega mal para mim. – gargalhamos, passo as próximas meia hora conversando com ele no telefone.

Sim, pau fino, ele postou uma foto dele no twitter, me marcando com a seguinte legenda :

A tinha na mão, até que viu meu armamento.

Como não rir e perdoar depois disso ?
Aqueles que me xingavam e falaram coisas negativas no outro post, me davam maior força nessa foto, falando que fiz bem em sair fora. Outras comentaram que não deve nem fazer cócegas.
Passei a tarde me divertindo com os comentários.

Prazer Nicollas - Família Lorenzo Livro 3 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora