Capitulo 36

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Antônio

Se arrependimento matasse, eu estaria a sete palmos debaixo da terra... me deixar ser envolvido pela Cassandra, foi meu pior erro.
Eu me envolvi com uma prostituta viciada... por que fiz isso ?
Porque eu era burro e cego, estava carente, meu pai se importava apenas com o trabalho, então me envolvi com a primeira que me deu um sorriso e falou que eu era lindo.
Quando dei por mim, estava na cama de hotel, tendo os melhores orgasmos que eu achava que estava tendo.

-- Pai ? – Alexandra me desvia dos pensamentos. – Tudo bem ?

-- Sim, e você ?

-- O senhor esta triste. – ela se senta ao meu lado no sofá.

-- Era falsa a informação. – me doi em cair mais uma vez nisso. Anos e anos e ainda caio nisso.

-- Esta na hora de parar, velho. – ela me araça.

-- Não, não vou. – me levanto. Me da raiva só em pensar nisso, tanto tempo atrás e agora desistir ? não, não posso.
De todo tempo com a Cassandra, saber que tivemos um filho foi e continua sendo, a melhor coisa que aconteceu na minha vida e não vou desistir de o conhecer, nem que seja para ve-lo de longe.

-- Que tal irmos almoçar agora ? o senhor não comeu nada o dia todo.

-- Comi um pouco de manhã. – me sirvo de um pouco de água.

-- Pai, sai daqui um pouco... mamãe esta preocupada com o senhor já. – ela se impõem e entendo, porem não esquento mais cabeça, desde que ela tomou idade já ciente para entender tudo, contei sobre meu passado e meu filho que desejo, anseio tanto em conhecer.
Depois de me separar de Cassandra, ela apareceu uns meses depois e jogou tudo em cima de mim, falando que teve um filho meu e que colocou para adoção.
Nicollas.
Uma semana depois, ela sumiu da face da terra.
E eu entrei na luta atrás dele, ofereci dinheiro para quem trazer informação certa e verdadeira... mas ainda nada.

-- Sorvete pelo menos ? – Alex faz bico.

Rio da cena, Alexandra tem 15 anos, é minha princesinha. Fui casado com sua mãe, Renata por 5 anos, mas não deu certo... ela não entendia minha fixação em procurar um filho que talvez nem seja meu.
Mas eu sinto no fundo que é... Nicollas é meu filho, eu sinto isso.

-- Ok, sorvete. – a puxo para um abraço, dando um beijo em sua testa. – Bicuda.

-- Velhote. – ela ri.

Saimos do meu escritório do orfanato e vamos para a saída, amo esse lugar, tanto que moro no terceiro andar. Acompanho de perto, todo movimento aqui, entrada e saída de crianças.

-- Senhor, os visitantes que falei com o senhor, estão aqui. – dona Lourdes me avisa... ela tem acompanhado minha historia desde da fundação do orfanato

-- Bom, deixa-me falar com eles rapidamente Alexandra.

-- Vou com o senhor. – me acompanha até a área do pátio, visto 6 pessoas de longe. – São jovens.

-- A mais nova é um amor. – Lourdes comenta do meu  lado.

-- Não acredito... Clara. – minha filha corre para a menina que se vira para ela sorrindo, as duas se abraçam dando pulinhos e gritinhos.
Adolescentes..
Meu olhar vai para o rapaz que me olha assustado e no mesmo tempo surpreso... pera... ele se parece...

-- Nicollas. – o nome sai dos meus lábios sem eu mesmo acreditar.

Nicollas

Quando eu descobri que todo mundo ia ao orfanato hoje eu quase não acreditei, era como se eu estivesse indo pra uma guerra protegido pelo melhor pelotão de seguranças.

Prazer Nicollas - Família Lorenzo Livro 3 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora