Clara
-- Chegamos. - meu pai para o carro em frente ao orfanato. Lorena teve um imprevisto, então marcou de ir de me encontrar no shopping mais tarde e pediu ao papai para me trazer, pensei que ele fosse brigar, mas ela contou a parte em que eu e Nick brigamos.
-- Tem certeza disso Clara?
-- Sim. - respiro fundo. -- Vamos. -
saímos do carro, cada passo me sinto com náusea, tontura. Nunca pensei que viria aqui, da forma que vejo mamãe falar, fiz do orfanato a ponte que pode tirar o Nick da gente.-- Tio Carlos. - uma menininha linda de óculos o abraça.
-- Oi Vivian... esta linda hoje. - ela cora com o elogio.
-- Obrigada.
-- Vivian, essa é minha filha Clara. - ele aponta para mim... -- A Clarinha que o Nick fala.
-- A metade dele. - meu peito se aperta quando ela diz isso...
-- Oi. - me abaixo a altura dela.
-- Oi. - ela olha por trás do meu pai. -- Cadê o Nick?
-- Ficou em casa dormindo, aquele dorminhoco. - ela ri alto, me fazendo me arrepiar toda com o som.
-- Quer brincar comigo de boneca? - estende a mãozinha para mim.
-- Claro. - a deixo me guiar para a sala de brinquedos, meu pai me falou que ira embora para se encontrar com a mamãe na editora. Confirmo e digo que irei ao shopping de uber depois que der a hora.
Passo a manhã brincando não só com a Vivian, sim com o resto das crianças. Eles são melhores que papai e Lorena me falaram, nunca ri tanto na minha vida.
Faltam alguns minutos para ir embora, deixei a Vivian me maquiar com as outras meninas.-- Pronto. - ela diz orgulhosa me olhando sorrindo.
-- Posso me ver?
-- Aqui. - ela me passa um espelhinho de mão.
-- Nick. - uma das meninas grita e sai correndo em direção a porta. Meu coração esta que nem bateria de escola de samba, me viro, e realmente é meu irmão me olhando incrédulo da porta.
-- Oi. - digo baixinho.
-- Olha tio Nick, maquiei a tia Clarinha. Ela brincou com a gente a manhã toda. - Vivian me abraça.
-- Virei sempre que eu poder anjinho.- olho para meu irmão, seus lábios estão tremendo para não ri. -- Nem ouse. - tento não rir também. -- Ela me maquiou muito bem.
-- Veja então. - ele aponta pro espelho em minha mão.
Faço isso, me olho no espelho.
-- Realmente está linda Clara. - diz rindo
-- Pareço uma... - olho para as criança. -- Princesa.
-- Do reino nos palhaços encantados - gargalha e as crianças o acompanham
-- Te amo menos. - ela me da língua rindo.
Nicollas
Acordei com uma humor péssimo odeio brigar com minha irmã, fica parecendo que falta um pedaço de mim, só melhorou um pouco quando Jorge me mandou mensagem avisando que o problema havia sido solucionado, não havia mais foto, ou qualquer possibilidade disso chegar aos meus pais, me disse também que não aguentou esperar e acabou visitando o Kaique junto com um de seus homens, estraga prazeres, só por que eu queria fazer isso.
Sai da cama contra a minha vontade, mas Lori veio aqui e quase derrubou a porta, falou que ligaram do orfanato e que tinha acontecido alguma coisa e que era pra eu correr pra la. Levantei correndo e nem tomei café, pra ela falar assim algo realmente sério estava acontecendo.
Quando chego no orfanato vejo Clarinha sentada brincando com as crianças, tão a vontade, parecia outra pessoa, minha vontade era correr até ela é enche-lá de beijos, mas eu fiquei sem ação, até ver seu rosto todo pintado... parecia uma palhaça, mas eu vi o brilho nos seus olhos e isso fez meu coração se encher ainda mais de amor.
-- Posso roubar ela de vocês? - olho pra Vivian que acente -- Vem princesa.
-- Para onde vamos? - se afasta de mim. -- Não quero ir embora agora, ainda tenho mais alguns minutos antes de ir me encontrar com a Lorena.
-- Não vamos embora quero que venha comigo - a levo para uma sala grande onde ficam as fotos das crianças que passaram por aqui -- Reconhece o bochechudo ali? - aponto pra uma das fotos.
-- É você. - sorri em meio a lágrimas. -- O tempo te fez bem mano, você era estranho. - gargalha
-- Eu era e ainda sou um gato, sabia que foi nessa sala que tudo começou. Foi aqui que eu conheci o papai e a mamãe.
-- Não faz isso comigo, Nick... por favor. Uma coisa de cada vez. - ela se senta numa das cadeiras de cabeça baixa. Seu corpo treme por conta de seu choro silencioso.
-- O que foi? Achei que ia gostar.
-- É muita coisa pra um dia só, eu gostei de saber... só que é muita informação pra mim processar. - funga. -- Passei a manhã conversando com algumas funcionárias que me falaram de você. Me sinto péssima em ter te falado aquelas coisas, por ter insultado esse pedacinho do céu.
-- Não se sinta - me sento no chão -- É difícil pra quem não conhece esse lugar entender... Eu queria pedir perdão pra você
-- Pelo que? Você não fez nada, só me ignorou e foi certo... eu faria o mesmo.
-- Por ter me afastado de você, por ter feito você pensar que isso aqui, era maior do que o amor que sinto por você. Você me perdoa?
-- Perdou se me trazer aqui quando vier e se me dá um beijo agora. - ela abre os braços na minha direção.
-- Dou dois beijos, e te trago aqui sempre que quiser. E prometo não me afastar mais de você metade. - a abraço apertado e choramos juntos.
-- Você nunca se perguntou por onde a mulher que o colocou no mundo anda? Nunca teve curiosidade em a procurar? - se afasta limpando os rastros das lágrimas. -- Seja sincero.
-- Não nunca. Quem é ela era ou o por que não importa, o importante foi que por causa de tudo isso eu conheci nossos pais, e todo o resto da família.
-- Te amo. - ela me enche de beijos pelo rosto. -- Te amo muito metade.
-- Também te amo. Agora vamos nos despedir estou com fome....
-- Tenho que me encontrar com a Lori, ela vai me matar.
-- Não vai, isso tudo foi uma armação dela pra eu te encontrar aqui, ainda não percebeu. - dou risada.
-- Que vaca. - sorri. -- Tenho que agradecer ela depois... pode esperar mais um pouco para irmos? Preciso tirar essa maquiagem.
-- Vai assim tá linda - pego o celular e tiro uma foto -- Vou ter que mostrar pra Lori - dou risada.
-- Só pra ela ne? - ela fica tensa.
-- Ei vem aqui - a abraço -- Já resolvi tudo, pode ficar tranquila - ela me olha assustada.
-- Como assim já resolveu?
-- Resolvendo, não ah mais foto em lugar nenhum acabou.
-- Como fez isso? - se afasta. -- Não... não me fala, obrigada.
-- Relaxa, tecnicamente não foi nada ilegal - dou risada da cara dela -- Vai limpar o rosto te espero lá fora
-- Ta. - me dá mais um beijo e sai correndo para fora da sala.
Olho em volta, é bom estar ali, mas é melhor ainda estar com a minha família. ... bem vou esperar ela lá fora e aproveitar para mandar uma mensagem pra Lori encontrar a gente numa Starbucks que a gente ama.... Acho que merecemos.
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Prazer Nicollas - Família Lorenzo Livro 3 (Completo)
RomanceFaz diferença será filho biológico ou adotado? E quando você descobre sem querer que o passado está presente na sua vida desde sempre? Isso muda alguma coisa? Um jovem de 20 anos que cresceu cercado de amor, vai se ver tentado a saber mais sobre seu...