Prazer Nicollas - Família Lorenzo Livro 3 (Completo)

Capitulo 6

Lorena

Passei o fim de semana todo com meus irmãos, Nick nos levou ontem, no orfanato de novo, levamos muitos doces e fizemos varias brincadeiras.
Fiquei feliz quando ele e Clara chegaram em casa e vi que tinham se acertado... nunca fui de me meter na vida deles, só que foi preciso, menti para os dois por uma boa causa.
Papai e mamãe até que não implicaram tanto com a gente, como pensei que fariam, e isso foi legal... quem sabe mais para frente eles não vão com a gente um fim de semana também.

-- Estão atrasadas. – papai para o carro em frente a escola, eu Clara descemos correndo, o sinal esta tocando.

-- Lori. – paro de andar depressa para vê minha irmã, parada na porta me chamando.

-- Que foi ? – volto, indo até ela.

-- Estão me olhando. – ela abaixa a cabeça, se escondendo atrás de seus cabelos que tampa seu rosto.

-- Quem esta.... – olho em volta e nem preciso terminar, os alunos esta olhando para gente e cochichando entre si. – Merda.

-- Quero ir embora.

-- Não, só ignora, vem. – a puxo para sala de aula, Larissa já esta na sala guardando nossos lugares ao seu lado, nos olha, aceno para não falar nada.

A aula nunca se passou tao devagar, não soltei a mão da Clara em um momento, quando teve a troca de professor no ultimo tempo, Betinho, um imbecil da nossa sala veio de gracinha, jogando piadinhas de que queria receber nudes também... só sei que seu celular foi para longe.
Quando fomos dispensados, Clara mal me esperou, correu para fora... eu e a Lari fomos atrás dela. Júnior e Nicollas jq estão no carro com ela  sentada no banco de atrás, de cabeça baixa.

-- Lori. - Larissa me para. – O que aconteceu ? por que ela mandou aquela foto ?

-- Saberei quando chegar em casa.

-- Qualquer coisa me liga. – me abraça.

-- Sim, obrigada.

Me acomodo ao lado da minha irma, Nick me olha pelo retrovisor, aceno para ele ir e não falar nada. JR faz o mesmo, não fala, apenas estica sua mão para Clara e aperta.
Ela se quebra em lagrimas e soluços, a abraço e sussurro para se acalmar... já vi isso acontecer com algumas meninas da escola, uma até se suicidou, a pressão era tanta.
Se depender de mim e dos meus irmãos, vejo que isso não acontecera com nossa irmã.

Nicollas

Quando Clara saiu do colégio quase correndo eu achei isso muito estranho, mas ao ver a cara da Lori quando ela entrou no carro tive minha resposta,  pelo visto a história da foto chegou ao colégio.

-- Lori, liga pra mamãe, vê se ela já chegou da editora. - ela faz e confirma as minhas suspeitas, nem ela nem papai vão almoçar em casa, faço sinal pra ela avisar que vamos almoçar na rua. Ela avisa a mamãe e desliga.

-- Onde vamos ? - Clara pergunta limpando o rosto. -- Quero ir para casa.

-- Se você aparecer com essa cara de velório teremos problemas. - a olho pelo retrovisor -- Vamos almoçar na praia

-- Pode ter alguém da escola ou que viu a foto também. - funga. -- Vamos pro escritório da mamãe, ficamos num dos quartos... não quero ir pra outro lugar.

-- Você sabe que não pode se esconder pra sempre baixinha, isso se vai piorar as coisas.

-- Dane-se Nick, por agora eu quero... por favor, vamos pra casa.

-- Olha a boca - esboço um sorriso e ela me da a lingua -- Eu só quero o seu bem. Confia em mim?

-- Sim.

-- Você sabe que ficar trancada num quarto vai gerar vários  problemas pra gente?

-- Andar por aí, só fará as pessoas apontar o dedo para mim.

-- E ficar em casa vai fazer papai e mamãe desconfiarem, e não vai apagar o que aconteceu. - ela arregala os olhos -- Imagina eles interrogando o por que de não estarmos saindo de casa?

-- Quero morrer. - Lori a abraça. -- Ele falou que ficaria só entre a gente, ninguém iria vê. - soluça.

-- Morrer? E o que seria da gente sem você? O que ele falou foi pra te convencer a mandar a foto. Agora o importante é você não entregar os pontos

-- Eu... eu... - suspira. -- Não sei o que fazer.

-- O primeiro passo é não se entregar, nada de pensamentos negativos. O resto vai se ajeitando com o tempo....

-- Fácil falar.

-- Deixa de mi mi mi. Eu estou aqui pra te ajudar, Lori e o cabeçudo também.

-- Eu não sou cabeçudo! - JR se manifesta

-- Não mágica - vejo que ela sorri.

-- Chato... onde vamos?

-- Quer escolher?

-- Sim... casa.

-- Clara!!!! - esbravejo

-- Ok, ok, ok... vocês escolhem.

-- Até quanto vamos ficar nessa

-- Até as pessoas me esquecerem.

-- Ou até eu dar uns tapas na sua bunda - Lori e JR caem na risada

-- Você não teria coragem. - se remexe.

-- Duvida? - faço cara de mal pra ela

-- Vamos focar no almoço, pra onde vamos ?

-- Falei pra você escolher - dou risada -- Ficou com medo né

-- Nick. - cruza os braços. -- Você não me bateria, e não sei para onde ir, quero meu quarto apenas. Só que não rola, então vocês escolhem.

-- Japonesa?  Ou Mac?

-- Japonesa, Mac corre o risco de ter alguém do colégio. - ela responde apressada. Lori me olha tristonha.

-- Se tiver alguém lá a gente senta e come como sempre fazemos

-- Você não entende. Vamos logo

-- Fala logo,  aconteceu mais  alguma coisa no colégio? ??

-- EU NÃO QUERO FALAR DISSO. - volta a chorar.

-- Lori da pra me explicar?

-- Não, ela não pode te explicar nada. – Clara me olha seria. – Não estou com fome, me leva pra editora. Quero falar com a mamãe.

-- Clara... – Lori tenta falar.

-- Não, eu quero a mamãe. – Clara aumenta a voz. – Me deixa lá.

-- Ok se você prefere assim - a olho pelo retrovisor -- Depois não venha reclamar sobre as perguntas sobre sua cara de choro.

-- Perguntas que eu responderei a ela. Você é homem, pensa como homem, age como homem... por mais que ela seja chata as vezes, mamãe me ajuda e conversa. Não chega gritando comigo ou brigando. – me devolve um olhar magoado. – Lori, você fica comigo ?

-- Mesmo se não pedisse. – as duas sorriem fraco para outra.

-- Tudo bem eu desisto Clara.

Sigo para a editora, passo num Mac antes e pego lanches pra mim e pro JR. Odeio essa teimosia da Clara, eu tento ajudar e ela não entende.

-- Pronto, já que é isso que você quer - paro o carro na porta da editora. -- Tchau.

-- Eu quero o colo da minha mãe, desculpa. - ela me dá um beijo na bochecha. -- Te amo, bicudo chato. Também te amo cabeçudo. - dá um beijo no Júnior ao meu lado e sai com a Lori.

Vou pra academia junto com o JR, comemos no escritório do papai. Me surpreendo quando ele me pede pra fazer aula de luta comigo, acho que será uma boa maneira de pensar um pouco em como ajudar a Clara.