Would You Love Me? [SG BTS]

18

Os meus pés levaram-me ate a varanda de pedra, iluminada pelos poucos candelabros que lá havia. Aproximei-me da berma, colocando o bouquet gentilmente no chão, antes de apoiar os meus braços na pedra fria.

Olhei o jardim iluminado pela lua, misteriosamente lindo e suspirei.

- Porque não me das respostas? - falei para mim mesma, no meio da solidão em que me encontrava. - Seria tudo tao mais fácil se falasses comigo.

Um turbilhão de emoções apoderava-se de mim. Nenhuma delas tinha resposta e o meu coração nada me "dizia" de concreto.

O que sinto por Suga? O que ele significa para mim? Porque quando o seu toque me deixava, senti um aperto no peito e um vazio em mim? Porque pensava eu num rapaz que conhecera à pouco tempo? Nada, nenhuma resposta, só mais confusão instalada não só no meu cérebro como em todo o meu corpo.

- Não acredito em amor à primeira vista. - suspirei. - Nem sei se acredito em amor eterno. - coloquei as minhas maos a tapar o meu rosto, sentindo-me frustada por não saber nada de nada.

- Nada é mais bonito que viver um amor intenso. - a voz de Kanji soou no silêncio.

- De nada vale se no fim tudo se perde. - respondi tirando as mãos do meu rosto e encarando a estatua no centro do jardim.

Vi a sombra de Kanji colocar-se a meu lado. - Tudo vale a pena se não houver arrependimentos. Sentir faz parte de nós, faz parte do que somos. Nem tudo é bom, mas isso só faz com que demos mais valor ao que de bom acontece na vida.

- Gostava de ser uma estatua. Sem sentimentos, sem preocupações.

- Tu? Imóvel? - Kanji riu e eu dei por mim a sorrir. - A pincesinha Yamada que andava sempre a cair, a esfolar os joelhos e que lhe ralhavam para estar quieta um segundo que seja? - ouvi-o suspirar e senti a sua mao sob a minha.

Kanji puxou-me gentilmente, fazendo-me encara-lo. - Simplesmente das-te por derrotada mesmo antes de entrares na batalha.

- Quem te ouvir ate pensa que não luto pelo que quero. - levantei uma sobrancelha, olhando o rapaz que se encontrava a minha frente.

- Lutas pelo que te é certo, pelo que sabes que irá ter resultado. Não arriscas pelo incerto.

- Eu vejo todas as possibilidades, todas as consequências.

- Pensas de mais. - Kanji falou, colocando uma das suas maos no meu rosto. - Tens que viver a vida, as incertezas, sem pensar, só agir. As coisas boas da vida acontecem sem esperares, sem planos envolvidos.

O rosto de Kanji aproximava-se aos poucos do meu. Senti-me que nem aquela estatua, petrificada no qual, sem reação e sem qualquer sentimento em relação ao que estava a acontecer. A sua respiração misturou-se com a minha e eu continuei a encara-lo, sem me conseguir mexer, sem pensar devido a tudo o que o meu cérebro processava.

- Suga. - sussurrei sentindo os meus olhos arderem e lagrimas caírem pelo meu rosto.

Porque é que naquele momento, eu só estava a pensar nele? Porque é que eu queria que fosse Suga no lugar de Kanji? Que fosse ele que me segurasse naquele momento, que me beijasse?

Kanji parou os seus movimentos e simplesmente me encarou. Um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios contrastando com a tristeza que os seus olhos transmitiam.

- É ele. - murmurou encontrando o meu olhar confuso, ainda a chorar involuntariamente. - É ele que tu escolheste. - sorriu-me fraco limpando algumas lagrimas do meu rosto e afastando-se.

Quem eu escolhi.

Essa pequena frase atingiu-me com uma enorme força, fazendo-me colocar a mao no meu peito, no lugar do meu coração.

"- Ele dir-te-a."

As palavras de Sora ecoavam na minha cabeça e eu sabia, que naquele momento, ele tinha-me dito a resposta. Eu estava apaixonada por Suga.

Uma sombra no canto do meu olho, atras da alta figura de Kanji, fez-me acordar do estado em que estava. Assim que tentei focar o meu olhar embaçado pelas lagrimas que caiam pelo meu rosto, tentando perceber quem estaria naquele local, a figura já tinha se voltado, dando-me a visão das suas costas.

- Suga. - Gritei, afastando Kanji e correndo para o local por onde a figura tinha entrado.