Capítulo Nove

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Aquela mulher deslumbrante na sua frente em nada parecia aquela adolescente ousada, muito libertina e as vezes arisca. Os cabelos antes cortados na nuca, num Chanel desfiado que estava sempre cor de rosa e arrepiado de forma sexy, agora estava comprido, tocando o meio das costas e ostentavam o brilho do castanho natural. O lápis de olhos preto era quase tatuado ao redor dos seus olhos de tão fortes que usava, agora dera lugar a uma maquiagem leve, que apenas realçava sua beleza natural. As roupas curtas e decotadas foram substituídas por uma calça jeans comum que moldava o bumbum redondo e as pernas torneadas e a blusa de alça num modelo comum lhe caía perfeita no corpo esguio e curvilíneo.

Tudo naquela Viviane adulta exalava maturidade e de certa forma doçura e Samuel se viu irremediavelmente atraído por aquela mulher.

Dona Magnólia tratou logo de colocar os dois para ajudar no trabalho da cozinha. Samuel foi descascas batatas e Vivi foi encarregada de cortar todos os legumes. Nesse clima de reencontro a conversa foi se desenrolando, cheia de risos e descontração.

Ao contrário de Toni, Viviane odiava Samuel na época que se conheceram. O chamava de falso, duas caras, macarrão sem molho e daí para baixo. Acusava-o de estar magoando Toni, na verdade ela dizia: Você tá matando ele na unha, como se fosse um piolho!

Sempre lhe olhava com desprezo. Era no mínimo irônico que justamente ela lhe receba tão bem depois de todo esse tempo. Cogitou a possibilidade dela não saber sobre o beijo e suas consequências desastrosas. O que mais chamava a atenção nela era seu sorriso, era encantador, não saberia explicar o motivo mas não conseguiu parar de olhar para o rosto feminino sempre que ela sorria.

— E aí meu povo! Demorei mas cheguei! Trouxe tudo que pediu Magnólia.

— Oi querido. Obrigado viu, coloca num canto por aí — falou a mulher enquanto mexia a panela fumegante.

Viviane soltou a faca e os legumes e se jogou nos braços do recém-chegado.

— Ooooooooiiiii amor da minha vida! Como senti sua falta gigante!

— E aí maluquinha! Tudo bom contigo?

— Estou muito melhor agora! Ah feliz aniversário amor! — finalizou lhe dando um beijo estalado no rosto e arrancando um sorriso franco do homem.

Samuel ergueu as sobrancelhas, muito surpreso. Se sentiu incomodado com a cena, talvez um pouco decepcionado. Imaginou se Vivi tinha algum tipo de envolvimento com aquele homem.

Magnólia foi a próxima a soltar as panelas e abraçar o homem, felicitando-o. Aquele era o tal César? Era completamente diferente do que tinha imaginando. O homem era enorme, do tamanho de um armário, devia ter uns dois metros de altura, e mais de cem quilos no mínimo. O mais surpreendente eram seus músculos, eram grandes e evidentes demais, parecia um fisiculturista. Samuel não costumava reparar em homens, mas César era notável. Sua presença era imponente e de certa forma ameaçadora.

Aquele era o amigo do Toni que cuidou dele no hospital no dia anterior? O mesmo que Toni não fazia questão de apresentar? E ao que tudo indicava possivelmente era namorado daquela moça encantadora?

— Esse aqui é o Samuel — finalizou Magnólia, chamando a atenção do loiro que armou um sorriso no rosto.

— Samuel, tipo O Samuel? O famoso Samuel?

— Famoso? — estranhou o loiro.

— A Magnólia falou muito de você nos últimos dias. Quase fiquei com ciúme! — brincou estendo a mão.

Samuel o cumprimentou prontamente.

— É porque o Samuelzinho é como se fosse um dos meus filhos! Claro que eu ia ficar feliz de ver meu bebê! — declarou apertando a bochecha do loiro.

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