Capítulo Cinquenta e Três - Parte Três

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Não lhe pareceu explicável. Ouvir a voz tempestuosa tão serena a lhe dizer aquelas coisas, desenterradas de tanto tempo atrás, fez seu corpo aquecer de um jeito não tão misterioso agora.

Seu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir, tinha aquele frio na barriga, nervosinho bom em algum lugar desconhecido no seu interior. Respirou fundo e mesmo reunindo toda sua coragem sua voz saiu suave e baixinha.

— Eu também te amo.

— O Que?

Samuel fechou os olhos, se repreendendo em pensamento, tinha falado muito baixo. Maldita voz que sumia quando ficava apreensivo.

Seu peito inchou de um misto de emoções tão violentamente que podia jurar que morreria se não falasse aquilo para outro. Se moveu na cama, virou de frente para Toni, encarou os olhos pretos um momento e percebeu a emoção mal contida que estava transbordando ali.

Pela primeira vez a pouca diferença de idade que existia entre os dois ficou evidente. Samuel era o mais velho ali, apenas passou a mão no rosto do outro, como se para acalma-lo.

— Eu disse que te amo também — repetiu, se esforçando para manter a voz firme.

Toni lhe olhou como se tivesse lhe matando da forma mais dolorosa possível.

— Assim... De repente...?

— Não é de repente. Eu acho que sempre senti alguma coisa...

Samuel se aproximou mais e mais, escondeu o rosto no peito largo do homem e respirou fundo.

— Faz pouco tempo que me dei conta... Eu só não falei nada, porque eu não sabia se devia. Mas eu te amo, tanto... Que chega a doer aqui dentro. Isso me assusta — contou ainda com a vez baixinha.

Toni pegou no seu queixo e o fez olhá-lo. sorria, um sorriso tão bonito e sincero que Samuel sentiu uma emoção nostálgica surgir no peito, por um instante lembrou do sorriso alegre que o moreno sempre lhe mostrava quando ainda eram adolescentes.

Quando Toni o beijou tão carinhoso, lhe segurava nos braços como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Foi um beijo de sabor único, doce, úmido e delicado. Foi um beijo com sabor de "Eu te amo".

— Eu esperei tanto ouvir dessa tua boquinha um dia... Tanto que tu nem faz ideia Samy... Achei que esse dia nunca chegaria, meu amor — falou a centímetros o rosto do músico, deu um último selinho nos lábios finos.

Samuel podia ver Toni despido da sua máscara carrancuda e estoica, podia ver a incredulidade e o brilho alegre/emocionado nos olhos pretos. Se questionou para onde estava olhando todos esses anos que não viu aquele amor todo ao seu lado, apenas lhe esperando. Inevitavelmente foi tomado de culpa e remorsos, seus olhos foram se enchendo de lágrimas, transparentes e legíveis como um livro aberto.

— Desculpa... Eu fui tão... Egoísta...

— Shi! Não, esquece tudo! A gente tá junto agora.

Foi lhe beijando e beijando, afastando do seu peito aquela vontade de chorar. Logo estavam afogueados outra vez, arfantes e famintos um pelo outro.

— O que... Está fazendo? — conseguiu perguntar.

Samuel sentiu uma pontadinha de dor assim que o falo foi forçado contra o seu ânus, mas em seguida foi sentindo seu corpo ser invadido lentamente e um arrepio delicioso se espalhou, como se tivesse fogo correndo nas veias.

— Para... Espera Toni..

Toni gemia rouco, bem baixinho, perto da orelha do músico, enquanto o penetrava sem aviso prévio, lentamente, sendo acolhido de bom grado e sem encontrar resistência. Se deliciando com a pressão quente e macia que foi comprimindo seu membro rígido. Quase gozou apenas em penetrar a "entrada" já relaxada pelo sexo anterior.

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